terça-feira, 6 de dezembro de 2011

João 14.27: Jesus Cristo nos Deixa a Sua Paz

 Leitura: João 14.16-31            Pr. Alexandrino Moura
Texto: João 14.27

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

A paz é o que o mundo procura para o fim das guerras, dos problemas, das dificuldades na vida. Para o mundo a paz é a ausência de problemas, dificuldades. É um bem estar na vida humana. Onde seus ideais são valorizados sem preconceito e sem violência. Um conceito longe daquilo que a Bíblia ensina. A Bíblia ensina que mesmo estando em tribulações, ainda assim o cristão pode ter paz. Tiago diz: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2). Parece loucura o que Tiago está dizendo. Porque para o mundo a paz é não ter problemas, nem tribulações na vida e nem guerras. Mas, Tiago está dizendo o contrário. Ele está dizendo para estarmos felizes quando passarmos por várias provações. Não devemos ficar tristes. Mas devemos regozijar.
Que tipo de paz é essa? Como eu vou ter paz estando cheio de dificuldades e problemas? Como vou descansar em paz? Como meu coração vai sossegar ao colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo cheio de dificuldades e problemas? De onde vem esta idéia de paz, que apesar das dificuldades e sofrimentos devo permanecer em paz? Irmãos, esta paz é o próprio Senhor Jesus Cristo que está ensinando. Ele nos promete essa paz. Hoje nós vamos ver como é grandiosa a promessa de Cristo para nós.
Por isso quero pregar a palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Jesus Cristo nos Deixa a Sua Paz
1. A Natureza Desta Paz.
2. Quem nos Dar Esta Paz.
3. O Efeito Desta Paz na Vida da Sua Igreja.

1. A Natureza Desta Paz.

Amados irmãos, a Palavra de Deus fala da paz de Cristo de uma maneira maravilhosa. Não é qualquer paz. Não é uma paz que podemos ir a uma loja e comprar um pouco desta paz. Mas esta paz é um dom concedido por Jesus Cristo. Como ele mesmo expressa de uma maneira maravilhosa em sua Palavra: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Não existe coisa tão maravilhosa como receber a paz de Cristo. Esta paz está no crente.
As pessoas não regeneradas não têm paz. Porque ter paz é estar em paz com Deus. Estando fora da comunhão com Deus não há paz. Isto já foi verdade para todos nós. Entramos neste mundo contra Deus, porque somos parte da rebelião que começou com Adão e Eva no paraíso. Romanos 5.10 diz: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. O apóstolo Paulo está dizendo que nós éramos inimigos de Deus. Lutávamos contra Deus. Queríamos destruir seu reino. Nos rebelávamos todos os dias contra Deus. Tudo o que fazíamos militava contra os princípios de Deus. Essa era a nossa realidade longe de Deus. Era um estado de morte. Aprisionamento nos domínios do diabo e do pecado.
Porém, Cristo nos reconciliou com Deus. Cristo nos trouxe para o lado de Deus. Deixamos de ser inimigos de Deus. Houve uma trégua entre nós e Deus. Deus não está mais irado conosco. A hostilidade contra Deus cessou. Porque viemos para o seu lado. Deus não quer mais nos consumir com sua ira, mas nos amar. Porque Jesus Cristo assinou o trado com Deus por nós. O tratado é o seu sangue derramado na cruz do Calvário. Este tratado, esta aliança declara que temos paz com Deus. O apóstolo Paulo sabia muito bem o que traz a paz com Deus. Efésios 6.15 diz: “Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz”. É o evangelho que leva uma pessoa a ter paz com Deus. É o que faz uma pessoa deixar de guerrear contra Deus. Este fato está consumado por Jesus Cristo. Como diz Romanos 5.1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Nós que confiamos em Cristo estamos redimidos e declarados justificados por meio da fé. Nossos pecados são perdoados, cessou a rebelião, a guerra terminou e nós temos paz com Deus. Esse é o maravilhoso propósito de Deus na salvação. Um indivíduo perverso, pecador e vil não pode estar na presença de Deus. Algo precisa acontecer com esse pecador. Ele precisa ser lavado no sangue de Cristo. Precisa nascer de novo. Precisa experimentar o novo nascimento para assim ter paz com Deus. Deus não salva pessoas para ser rebeldes. Deus não preparou a cidade santa para pessoas perversas morarem nela. Antes é para aqueles que têm paz com ele. E foi exatamente isto que Cristo fez lá na cruz, quando ele resolveu morrer pelos nossos pecados. Quando resolveu sozinho levar sobre si os nossos pecados. Na crucificação o inferno veio até ele e ele desceu ao inferno na cruz. Sofreu as agonias e os tomentos do inferno para nos reconciliar com Deus. Por isso que a Palavra de Deus diz que nós não somos inimigos de Deus. Mas que estamos em paz com Deus.
É como se existisse um abismo entre nós e Deus. Sem podermos chegar ao outro lado sem cairmos no abismo e morrermos. Então Cristo se tornou a nossa ponte para chegarmos do outro lado até Deus. Cristo preencheu o vazio, tomando a mão de Deus e a mão do homem unindo-as num aperto de mão. Jesus Cristo nos aproximou do Pai pelo trabalho que Ele fez na cruz. É isso o que o apóstolo Paulo diz em 2 Coríntios 5.18-19: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. Este é o coração do evangelho para nós. Deus tomou a iniciativa para nos reconciliar consigo mesmo. Ele nos buscou e entrou em paz conosco através de Jesus Cristo.
Esta paz com Deus que foi consumada em Cristo na cruz é o que nós experimentamos agora. Por isso Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Ela é a tranqüilidade da alma, uma paz estabelecida, positiva que afeta as circunstâncias da vida. Ela é uma paz agressiva; em vez de ser vitimada pelos acontecimentos, ela os ataca e os domina avidamente. Essa paz vem do céu. É sobrenatural. E, é exatamente o que Paulo diz em Filipenses 4.7: “A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. A paz de Deus não é baseada em circunstância como a paz do mundo. Ela não desaparece quando surgem problemas, doenças, aflições. Ela excede o entendimento do homem carnal. Para o homem carnal não faz sentido. Quando um cristão enfrenta problemas na vida e permanece em paz, o mundo não entende. Porque essa paz vem de Deus. Não é imaginada por homem algum. Em Filipenses 4.7, Paulo usa a palavra “guardará”. Esta palavra não significa apenas “vigiar”. Ela muitas vezes é usada em um sentido militar, significando “ficar em um posto e guardar contra a agressão de um inimigo”. Quando a paz está em guarda os assaltos do mundo não o atingirá. Ela não permitirá que a preocupação consuma o coração e atinja nossa mente.
Essa é a paz que nos faz ter confiança em Deus. Que nos faz ficar firme. Esta é a paz que acalma o coração após a tempestade do Calvário.

2. Quem nos Dar Esta Paz.

Irmãos, a paz de Deus não pode ser obtida pelo mundo. O mundo não pode dar a paz verdadeira. A paz do mundo é ilusória. É temporária, ou melhor dizendo, é uma paz falsa. Cristo nos dá a sua paz. Ele diz: “A MINHA PAZ VOS DOU”. É a paz pessoal de Jesus Cristo que Ele mesmo está nos dando. É a mesma paz que acalmou seu coração no meio dos zombadores, odiosos, assassinos, traidores e tudo mais que enfrentou em sua vida. Em meio a perseguição e sofrimento permaneceu inabalável em sua paz. Ficou calmo nos momentos mais difíceis de sua vida. Essa paz de Jesus Cristo foi o que deixou Pilatos perturbado e muito furioso. Mas, Jesus permaneceu calmo em sua paz. E, é exatamente essa paz que Jesus Cristo nos dá. Ela é destemor e confiança persistentes. Cristo é a fonte da paz. Assim como Pedro pregou poderosamente: “A palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo” (At 10.36). Como também Paulo ora: “O Senhor da paz, ele mesmo, vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias” (2 Ts 3.16). Jesus nos dá sua própria paz pessoal. Ela nos ajudará nas batalhas espirituais.
Através do Espírito Santo, Ele concede a sua paz. Um dos aspectos do fruto do Espírito é a paz. O Espírito Santo dá aquilo que é de Jesus Cristo. Como João 16.14 diz: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. Tudo o que Cristo conquistou, o Espírito Santo recebe de Cristo para nos dá. Veja que Cristo diz: “não vo-la dou como a dá o mundo”. Ele dá através do Espírito Santo, o Espírito da verdade que o mundo não pode receber.
A paz no mundo é um mito. Porque não existe paz no mundo. A maior busca das pessoas pela paz é apenas uma tentativa de fugir dos problemas. É por isso que buscam a paz por meio do álcool, drogas ou outras formas de escapismo. Longe de Deus não há paz. Os descrentes buscam paz onde não há paz. Apesar do esforço humano para buscar e encontrar a paz desesperadamente, nunca encontrará a paz. Sabe por que não encontrará a paz verdadeira? Jeremias 17.9 responde dizendo: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. Enganoso é o coração. Enganoso é o coração do homem e desesperadamente corrupto. Isaías 48.22 diz: “Para os perversos... não há paz, diz o SENHOR”. Por isso as pessoas não podem encontrar a paz. Porque os homens são perversos; sem amor a Deus.
Nos dias do profeta Jeremias toda a terra de Judá estava passando por um momento difícil, porque um grande exército estava marchando para Jerusalém, a fim de levar as pessoas para o cativeiro. Este exército estava tirando a paz da terra de Israel. Era uma experiência jamais experimentada pelos judeus. Por isso Jeremias 6.14 diz: “Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”. Falava-se muito de paz, mas não havia paz genuína. Em Jeremias 8.15 ainda diz: “Espera-se a paz, e nada há de bom; o tempo da cura, e eis o terror”. E Jeremias 14.19 diz: “Acaso, já de todo rejeitaste a Judá? Ou aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste, e não há cura para nós? Aguardamos a paz, e nada há de bom; o tempo da cura, e eis o terror”. Também Jeremias 16.5 diz: “Porque assim diz o SENHOR: Não entres na casa do luto, não vás a lamentá-los, nem te compadeças deles; porque deste povo retirei a minha paz, diz o SENHOR, a benignidade e a misericórdia”.
O profeta colocou o dedo na ferida do povo. A ferida estava aberta e inflamada. O povo não obedecia ao Senhor. Não queria servir ao Senhor. Por isso, viviam longe de Deus. Afastado da presença de Deus. Por isso, o Senhor retirou a sua paz. O povo não podia sentir a paz de Deus, porque Deus a retirou. O Senhor dá a sua paz somente aqueles que o serve. Aqueles que se compromete a servi-lo. A paz de Jesus que Ele nos dá nos conforta. Não nos deixa perturbado. Mas confiante em suas promessas.

3. O Efeito Desta Paz na Vida da Sua Igreja.

Qual é o efeito da paz de Cristo na sua igreja? Qual deve ser a nossa atitude com respeito à paz de Cristo como sua igreja? Jesus nos ensina a ter uma atitude correta com respeito a sua paz em nossas vidas. Ele diz em João 14.27: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Nós devemos ser capazes de nos apossar dessa paz. Porque ela é nossa. Jesus nos deu. A sua paz ele nos deu. Não é de outra pessoa essa paz. É a paz de Cristo que ele está nos dando. Essa paz deve ser aplicada em nossas vidas.
Quando alguém está com o coração perturbado é porque não crer em sua promessa de paz. Porque quando temos a paz de Cristo à ansiedade e o sofrimento não vão tirar essa confiança em Deus. Pelo contrário, ela nos ajuda a enfrentar as dificuldades. A paz de Cristo é uma fonte de ajuda para nós. Porque ela nos ajuda a fazer a vontade de Deus.
Colossenses 3.15 diz: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos”. Paulo estava exortando os colossenses a dependerem inteiramente da paz de Cristo. Assim eles aprenderiam a deixar a paz de Cristo ser o árbitro em suas decisões. Você está com problema? Está querendo tomar uma decisão em sua vida? Deixe a paz de Cristo dirigir a sua vida. Deixe-a mostrar o caminho. Isto se aprende estudando a Palavra de Deus. A palavra de Deus deve ditar sobre as nossas decisões. Qualquer decisão em nossas vidas deve ser conforme a vontade de Deus. Qualquer decisão. Não importa qual seja a decisão. A pergunta a ser feita no momento da decisão é esta: “é à vontade de Deus que eu faça isto?”. Se a palavra de Deus permite, siga em frente. Siga na paz de Cristo. Se a Palavra de Deus diz que é errado, pare imediatamente. Olhe para Deus e obedeça. Deixe a paz de Cristo decidir.
Porque a paz de Cristo nos leva a confiar em Deus e em Cristo. João 14.1 diz: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Essa paz causa o efeito de confiarmos em Deus apesar de todas as dificuldades. Deus é a nossa rocha. A nossa fortaleza bem presente. Nada nos tornará covarde tendo a paz de Cristo. Quando temos a paz de Cristo, nem a morte nos assusta. Durante a reforma, muitos irmãos morreram. Mas, qual era a atitude daqueles crentes? Quando eram queimados vivos não ficaram desanimados e chorando. Pelo contrário, muitos cantaram salmos ao Senhor. Por que fizeram isto? Porque a paz de Cristo habitava em suas vidas. Essa é a paz que devemos ter até nas piores dificuldades. Quem está nos ensinando a não ficarmos perturbados? É Jesus Cristo. Quando Jesus falou estas palavras para seus discípulos, qual dia era? Era quinta-feira. Quinta-feira feira à noite. E qual era o dia seguinte? Era sexta-feira. Sexta-feira era o dia seguinte. O que iria acontecer na sexta-feira? Ele iria morrer. Iria se entregar por nós na cruz. Mas, como Cristo estava na quinta-feira? Desesperado? Não, não estava desesperado. Como Ele estava quando estava sendo julgado? Estava perturbado? Não, não estava perturbado. Como estava nosso Senhor? Estava em paz com Deus. Estava confiante em Deus. Não se desesperou, mas antes confiou em seu Pai. Foi esta paz que Ele nos deu.
Essa é a paz que Jesus nos prometeu. Não apenas nos prometeu. Ele nos deu essa paz. Essa paz é nossa. Ninguém a tira de nós. É por isso que nós devemos confiar cada dia mais em Deus. Porque longe de Deus não há paz. E Ele todos os domingos nos lembra dessa paz. Tanto no início como no fim dos cultos. Ele nos dar a sua paz ao chegarmos a sua casa de oração. E ao término do culto Ele despede sua amada igreja com a sua paz. Cristo está conosco. Ele nos dá a sua paz para vivermos confiante em Deus. Confiança em Deus é o efeito que essa paz causa em cada um de nós. Por isso, Cristo diz para nós: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
Amém.

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