terça-feira, 5 de agosto de 2014

Hebreus 10.19-25: Jesus nos exorta a não deixarmos de congregar

Leitura: Hebreus 10.1-18                                                Pr. Alexandrino
Texto: Hebreus 10.19-25                                                Recife 09-03-2014

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo.

A carta aos Hebreus foi escrita para encorajar crentes desencorajados! Foi escrita para estimular membros que estão desencorajados em continuar a vida cristã com alegria e com todo entusiasmo. Pois muitas vezes passamos por tantas tribulações que ficamos atribulados e nos fazem querer desistir ou ser crentes negligentes na fé. Crentes que deixam de manusear as ferramentas para fortalecer a sua fé em Cristo. Ferramentas como: a leitura da palavra, a prática da oração, a prática da comunhão, a prática do estudo da Palavra com os irmãos. O não uso dessas práticas benfeitoras leva os crentes a serem crentes negligentes, apáticos, sem gosto, sem sabor, sem sal. Crentes que vivem amargurados; crentes que vivem reclamando de tudo e de todos; crentes espiritualmente fracos na fé em Cristo. E o resultado é o que o autor aos Hebreus está dizendo no verso 25 do nosso texto: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns”.

O autor está dizendo que há crentes naquela Igreja que estavam sendo negligentes na sua vida cristã. Existia crentes que estavam deixando de ir aos cultos, aos estudos bíblicos, aos eventos de comunhão que a Igreja promovia. O motivo de tudo isso são variados. Uns deixaram de andar no caminho da fé bíblica; outros estavam querendo voltar aos antigos rituais de oferecer sacrifícios; outros estão fascinados com o que o mundo tem a oferecer; outros estavam acomodados porque a perseguição havia terminado e por isso relaxaram na vida cristã deixando os cultos, estudos bíblicos, eventos de comunhão da Igreja. Então, o autor aos Hebreus está exortando com amor a esses membros que permanecem fiéis a não deixarem de congregar como os faltosos.

E nessa exortação nós podemos olhar para nossa Igreja. Nós podemos olhar para nós mesmos e dizermos: parece que o autor aos Hebreus conhece muito bem a nossa vida diária e congregacional. Ele conhece as nossas lutas e fraquezas.

O meu objetivo nesta noite com a pregação da Palavra de Deus é exortar a todos a não desanimar, mas a perseverar firme na fé em Cristo sem vacilar.

Sendo assim, eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Jesus nos exorta a não deixarmos de congregar
1. O incentivo da exortação
2. O Propósito da exortação

1. O incentivo da exortação

Irmãos, como o autor aos Hebreus incentiva os membros da Igreja a continuarem animados? Como ele encoraja os membros a continuarem firmes na fé? A não deixarem de congregar? Ele não incentiva os membros dizendo que eles devem procurar um psicólogo para ajudá-los; nem indica um livro de auto-ajuda. O incentivo dele não vem dos homens. Ele simplesmente manda os crentes olharem para Jesus Cristo e sua obra. Ele incentiva os crentes a não deixarem de congregar vendo o que Jesus Cristo fez por eles na cruz do calvário.

Quando nós entendemos que congregar é muito mais do que um mero fato de se reunir, vamos entender o porquê o autor aos Hebreus exorta os crentes a não deixarem de congregar. O culto solene é o encontro solene entre o Deus da aliança e seu povo amado. Onde o Deus da aliança ordenou que o seu povo deve se congregar ou se reunir e que Ele irá estar presente de uma forma especial e que Ele irá falar pessoalmente ao seu povo através da pregação da palavra. Quando nos reunimos no culto solene como povo de Deus significa que entramos na presença de Deus. Significa que estamos diante do trono do nosso Senhor. O culto é o encontro de Deus com o seu povo e por esse motivo não devemos desprezar este encontro.

Entrar na presença de Deus, na sala de seu trono não causa medo? Porque nós somos pecadores e Deus não suporta o pecado. Porém, o autor aos hebreus nos encoraja a estarmos na presença de Deus, principalmente no culto. Ele diz no verso 19: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus Cristo”. O autor aos hebreus diz que nós devemos ser ousados, ter coragem de entrar no Santo dos Santos – que é sala do trono de Deus. Ele usa a expressão “Santo dos Santos” se referindo que não era um privilégio para o povo do Antigo Testamento entrar nesta sala. No templo do SENHOR as pessoas iam oferecer sacrifícios e essas pessoas ficavam no pátio. Na primeira sala chamada de “Santo Lugar” ficavam os sacerdotes fazendo o seu trabalho de oferecer os sacrifícios das pessoas. Atrás da sala onde ficavam os sacerdotes existia outra sala chamada de “Santo dos Santos”. Nesta sala se encontravam a arca da aliança – o trono de Deus; dentro da arca estavam as tábuas dos Dez mandamentos; também na sala estava a vara de Arão. Os sacerdotes não tinham permissão para entrar naquela sala e nenhuma outra pessoa. Apenas o sumo-sacerdote entrava nesta sala uma vez por ano com sangue de animais para aspergir sobre os objetos na sala. Este sangue significava que Deus perdoava os pecados do povo e que o SENHOR não iria matar o pecador. Depois de aspergir o sangue o sumo-sacerdote sairia o mais rápido possível para não ser morto. Isso era feito todos os anos mostrando que o pecador não podia entrar e estar na presença de Deus. Era uma realidade dura para o povo.

Porém o autor as hebreus está dizendo agora: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos”. Por que ele fala desta maneira? Como podemos entrar na sala do trono de Deus e não morrermos? Ele explica dizendo: “pelo sangue de Jesus Cristo”. O sumo-sacerdote entrava na sala do trono de Deus com sangue de animais e saía rapidamente. Hoje o autor aos hebreus diz que todos os crentes podem entrar na sala do trono de Deus e ficar ali por causa do sangue de Jesus Cristo que cobre os pecados do pecador e torna-o digno de estar na presença do santo Deus.

Irmãos, somente podemos entrar na presença de Deus através do sangue de Jesus Cristo. Através de Seu sacrifício na cruz do calvário Ele abriu o que estava fechado. Ele deu acesso à sala do trono de Deus. É isso que Hebreus 10.20 diz: “pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”. Quando Jesus Cristo morreu o véu do templo rasgou-se de cima a baixo mostrando que a separação que existia entre Deus e o pecador foi desfeita pelo seu sacrifício na cruz. Jesus Cristo criou um novo e vivo caminho através do seu sacrifício. Ou seja, Cristo é o caminho que leva o pecador até Deus. Nenhum outro caminho leva a Deus, a não ser Jesus Cristo. Porque Jesus Cristo é o nosso grande sacerdote na casa de Deus (Hb 20.21).

Irmãos, quando nós entramos na presença de Deus, seja no culto ou na oração particular, Cristo é quem estar lá intercedendo por cada pecador redimido no seu sangue. Ele leva nossas orações a Deus. Então, como devemos nos aproximar de Deus? Hebreus 10.22 responde: “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza da fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado com água pura”. Quando nós vamos nos apresentar diante de uma autoridade em seu gabinete, nós não vamos de qualquer maneira. Normalmente colocamos uma boa roupa e bons sapados para nos encontrarmos com tal autoridade. E quando vamos nos encontrar com Deus – entrarmos em sua presença – não podemos nos aproximar de qualquer maneira. Em primeiro lugar devemos nos aproximar dEle com um “sincero coração”. Não podemos nos aproximar de Deus com um coração falso e mentiroso. Não devemos chegar diante de Deus com um coração que não ama a Ele acima de todas as coisas. Um coração com vontade de servir-Lo com amor verdadeiro. O nosso coração deve ser sincero em amar a nosso Deus.

Em segundo lugar devemos nos aproximar de Deus “em plena certeza da fé”. Devemos ter total certeza de que quando cremos e temos fé verdadeira em Cristo Jesus, verdadeiramente entramos na presença de Deus. Entramos pelas portas do seu palácio e pela porta de sua sala real e nos prostramos diante do seu trono. Toda vez que estamos no culto, entramos na presença de Deus de uma forma especial. Toda vez que oramos em nossas casas também entramos na presença de Deus. Então, tenham total certeza desta verdade. Pois a fé é a certeza de que as promessas de Deus são verdadeiras.

Em terceiro lugar devemos nos aproximar de Deus “tendo o coração purificado de má consciência e lavado com água pura”. O nosso coração tem que ser um coração realmente purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo poder do Espírito Santo. Sem um coração temente a Deus não há como nos aproximarmos de Deus. Quando andamos em pecado, quando amamos o pecado e dizemos que nos aproximamos de Deus, é mentira! Estamos nos enganando com uma falsa esperança de que Deus nos ama. Estamos nos jogando na perdição eterna. Um coração sincero busca odiar e fugir do pecado e viver em santidade de vida. Um coração sincero busca estar mais em comunhão com Deus e andar na fé genuína.

Irmãos, acabamos de ouvir o incentivo de Jesus Cristo para de maneira nenhuma deixarmos de congregarmos. O incentivo está no fato de que quando nós nos reunimos como povo de Deus, nós entramos em sua presença realmente. Que Cristo pelo seu sacrifício nos deu este privilégio que não tínhamos quando vivíamos no pecado. Se somos redimidos pelo sangue de Jesus Cristo e temos o seu Espírito Santo a habitar em nós, não vamos deixar de congregar-nos no culto a Deus ou em qualquer outra reunião da Igreja. Porque nós entramos na presença de Deus por causa de Jesus Cristo e não queremos perder este privilégio. Essa verdade deve causar alegria em nossas vidas diariamente. Deve nos dar ânimo para continuarmos com alegria de nos congregar como povo de Deus. Essa verdade deve nos ajudar a enfrentarmos as dificuldades que enfrentamos durante a semana e assim nos fortalecer de que podemos contar com essa realidade em nossa vida. Então, “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”. Guardemos firme a nossa confissão, pois no futuro poderemos ver o nosso Deus com nossos olhos físicos. Creiamos firmes porque Deus é fiel.

2. O Propósito da exortação

Irmãos, qual o propósito de estarmos congregados? Por que temos que nos reunir no culto regularmente com outras pessoas? Por que precisamos estar nos estudos bíblicos? (Ou reunião dos homens e das mulheres?) Na catequese, no almoço? Por que não podemos nos afastar destas atividades? Irmãos, nós não podemos nos afastar dessas atividades porque servem para nos fortalecer. Hebreus 10.24 diz: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”. Ele começa dizendo que o motivo de congregar-nos é porque nós consideramos alguém importante, algo importante. Quando consideramos alguém importante queremos estar com essa pessoa e ajudá-la. E essa consideração se aplica quando nós nos reunimos no culto para cultuar, no estudo bíblico, (nas reuniões dos homens e das mulheres), na catequese das crianças e almoço e tc. Apenas a nossa presença com alegria em participar já é um estimulo para os outros membros e até mesmo aqueles que nos visitam. Agora imagine estarmos firmemente envolvidos ativamente na vida da Igreja como membros vivos. Membros que estão pensando no bem da Igreja de Cristo e seus membros. Seria muito maravilhoso!

Irmãos, nós nos congregamos para estimularmos uns aos outros ao amor e as boas obras. Uma vida congregacional é uma vida de compromisso com os outros membros. É uma vida de comunhão com os outros membros. Quando estamos congregando fielmente as atividades da Igreja, vamos procurar estimular os outros membros a participar também. Vamos encorajar-los a estarem conosco partilhando da mesma alegria.

Muitas vezes nós colocamos desculpas para dizer que não temos condições para vir as atividades da semana ou quando faltamos ao culto. O Pr. Greg Gilbert explicando os versos 24-25 de Hebreus 10 diz o seguinte:

“No mínimo, portanto, devemos dizer que, para todo cristão, freqüentar as reuniões da igreja não é opcional. O autor de Hebreus – e portanto o próprio Espírito Santo – ordena que os cristãos estejam presentes quando os crentes com quem eles congregam se reúnem”.

Ele continua: “De modo bastante prático, isso significa que nós talvez precisemos reorganizar nossas agendas para encontrar tempo para o ajuntamento dos santos. Compromissos de trabalho podem ser deslocados. Tarefas de casa podem ser feitas em outro momento. Relatórios podem ser preenchidos mais cedo ou mais tarde. A maioria das igrejas se reúne não mais do que duas ou três horas por semana, o que ainda deixa cerca de 145 horas para fazer essas ou outras coisas. De acordo com Hebreus, encorajar e estimular outros cristãos deve estar no topo da lista de prioridades de todo cristão, e isso significa freqüentar as reuniões públicas da igreja”.

Irmãos, essa é nossa tarefa na prática como povo que vive em aliança com Deus e seus irmãos em Cristo. Devemos considerar como devemos encorajar uns aos outros ao amor e a boas obras. Lembrem-se que o resumo da lei é amar a Deus e ao seu próximo como a si mesmo. Então, não deixemos de congregar. O Pr. Simon kistemaker comentando Hebreus 10.25 diz: “Uma das primeiras indicações de falta de amor para com Deus e para com o próximo é ficar longe dos cultos de adoração. É um desprezo da obrigação comunal de participar desses encontros e a demonstração dos sintomas de orgulho e egoísmo”. E isso é verdade.

Irmãos, quando nós amamos a Deus e a nosso irmão verdadeiramente, não queremos ficar longe da comunhão que Jesus Cristo conquistou na cruz. Pelo contrário, vamos querer estar juntos com todos. Vamos querer aproveitar cada oportunidade que aprece. Não vamos medir esforço para estarmos juntos. Por isso devemos observar bem o que diz Hebreus 10.25: “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns”.

O pr. Greg Gilbert diz: “... o autor de Hebreus está convocando a mais do que mera freqüência. Muitas vezes, os cristãos tratam a freqüência na igreja como mais um item de sua lista de “afazeres cristãos”. Eles freqüentam um culto de igreja, sentam quieta e anonimamente nos fundos do salão, ouvem o sermão com o coração dividido, escapam durante o hino final sem falar com ninguém, e mentalmente riscam o item da semana: “Igreja freqüentada. Hebreus 10.25 obedecido”. Mas isso não é de modo algum o que o autor de Hebreus tinha em mente aqui. Ele não diz simplesmente: “Freqüente a igreja”. Em vez disso, ele põe a freqüência à igreja, muito deliberadamente, no contexto de conhecer, amar e encorajar outros crentes. Ele a põe no contexto de estimular uns aos outros ao amor e às boas obras”.

Ele continua: “A reunião pública de uma igreja local envolve mais do que indivíduos que se reúnem para ouvir a Palavra de Deus pregada – embora isso esteja certa e crucialmente envolvido. Ela envolve também compartilhar vida com outros crentes que se aliançaram para dar suporte e encorajamento uns aos outros como cristãos. É nas reuniões públicas da igreja que nós oramos uns pelos outros, choramos e nos alegramos uns com os outros, carregamos os fardos e as tristezas uns dos outros, ouvimos a Palavra de Deus juntos, e trabalhamos para aplicá-la à vida uns dos outros. Em resumo, a reunião da igreja é o tempo mais importante que os crentes possuem para estimular uns aos outros ao amor e às boas obras”.

Irmãos, se tem pessoas que faltam e não estimulam uns aos outros ao amor e as boas obras, não devemos seguir o exemplo deles. Vamos continuar congregando; vamos continuar estimulando uns aos outros ao amor e as boas obras; vamos continuar estimulando até mesmo aqueles que faltam.

Por que vamos continuar fazendo isso? Hebreus 10.25 diz: “antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.

Nós vamos continuar porque pensamos no futuro; pensamos no dia da volta de Cristo e não queremos que nossos irmãos – até os faltosos – fiquem para trás; queremos que eles juntos conosco estejam no céu de Cristo. Este é o propósito de estarmos congregando.

Irmãos, que cada um de nós esteja estimulado por esta exortação e pensemos melhor sobre a nossa vida como crentes que amam a Jesus Cristo e seus irmãos. Que sejamos encorajados a estimularmos uns aos outros como a prática da nossa fé em Jesus Cristo.
Amém.

Salmo 117: Louvai ao SENHOR

Texto: Salmo 117                           Pr. Alexandrino

                                                      São José e Recife 03-07-2014

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Este é o menor salmo da Bíblia com apenas dois versículos. Normalmente nós cantamos este salmo todos os domingos nos cultos durante as ofertas. Porém, cantamos, cantamos e cantamos e não paramos para nos perguntar o que realmente estamos confessando quando cantamos o Salmo 117. Não paramos para analisar este salmo, apenas sabemos que é o menor salmo da Bíblia – e isso não acontece apenas neste Salmo 117.

Então, o que o SENHOR quer nos ensinar com este Salmo 117? Você já parou para pensar sobre estas palavras em sua casa?

Irmãos, tudo indica que este Salmo 117 era um dos salmos de romagem, ou seja, quando o povo estava subindo para o templo cultuar a Deus ou até mesmo cantado durante o culto. E nós hoje fazemos bem em ouvir o que o Espírito Santo tem a dizer neste Salmo tão pequeno com apenas 17 palavras na língua hebraica. Uma coisa é certa: o Espírito Santo sempre tem um propósito no que faz e nada faz sem um propósito. E com relação a este Salmo não é diferente. Ele tem um propósito em inspirá-lo e colocá-lo na Bíblia para que nós hoje pudéssemos estar lendo este Salmo e tentando descobrir qual o propósito em Ele colocar o Salmo 117 na Escritura Sagrada com apenas dois versículos.

Eu vos proclamo a Palavra do SENHOR no seguinte tema:

Tema: Louvai ao SENHOR
1. O convite para louvar
2. O motivo para louvar

1. O convite para louvar

Irmãos, este Salmo 117 é lindo e tem uma linguagem muito doce. Pois este Salmo expressa o propósito do SENHOR quando Ele fala na pregação da Sua palavra. Este salmo é um cântico de louvor a Deus. O Salmo começa com um convite do SENHOR da seguinte forma: “Louvai ao SENHOR”. A palavra aqui no verso 1 traduzida como ‘louvar’ significa ‘elogiar, louvar a (Deus), cantar Aleluia’. A palavra ‘louvar’ é usada também no final do salmo e é traduzida lá como ‘Aleluia’. Em outras palavras, o SENHOR está fazendo um convite para elogiar a Ele próprio acima de qualquer coisa. Elogiar sua majestade e os seus grandes feitos neste mundo e fora dele.

Agora, quem é chamado a louvar, elogiar ao SENHOR e os seus grandes feitos neste salmo? O verso 1 diz: “Louvai ao SENHOR, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos”. O convite para louvar ao SENHOR é feito a todas as pessoas deste mundo. Não é feito apenas a Israel como sendo o povo de Deus que está em aliança com Ele. Que é abençoado pelo SENHOR. Mas, todos os povos do mundo inteiro são convidados a louvar, a elogiar ao nome do SENHOR.

E o motivo deste convite é que nem todos neste mundo louvam ao SENHOR. Após a queda a humanidade deixou de louvar a Deus e correu apenas atrás de seus pecados que é uma afronta contra Deus. Pensem nas pessoas em todas as partes deste mundo. Pensem nestas pessoas que em vez de louvar a Deus louvam a ídolos. Transformam a criação de Deus, que demonstra o seu poder, em ídolos. Pessoas que tentam acabar seus problemas tentando serem ricos a qualquer custo, achando que o dinheiro é tudo na vida. Pessoas que estão fazendo promessa e adoram imagem em vez do Criador. Pessoas que simplesmente deixam de atender ao convite de Deus por fazer do sexo, da bebida, diversão mundana seus ídolos. Pessoas que usam drogas para encontrar satisfação nesta vida e todos nós sabemos que isto é uma procura vã e inútil. Pessoas que guardam mágoa e ódio em seus corações mostrando que não reconhece o perdão de Deus e assim louvá-lo devidamente.

Vemos conflitos, guerras entre países; vemos guerra entre pessoas e a lista continua. Nós vivemos em um mundo cheio de ódio. E a causa de tudo isso é o pecado. O pecado leva as pessoas a não fazer a vontade de Deus e é por isso que há tanto conflito e guerra neste mundo.

Irmãos, como é triste olharmos pessoas sem louvar a Deus, sem elogiar ao SENHOR neste mundo. E mais triste ainda é quando vemos aqueles que se dizem crentes não se esforçando para elogiar ao SENHOR, para louvá-Lo diante das pessoas descrentes ao seu redor. Em vez de elogiar ao SENHOR, juntam-se aos pecadores e não louvam, não elogiam o SENHOR. Algo que até mesmo a criação faz. No Salmo 19.1-6 vemos isso. Vamos ler o Salmo 19.1-6 (ler).

Então, o convite do SENHOR neste Salmo 117 é um convite ao arrependimento por meio da pregação do evangelho. Somente através da pregação do evangelho é que o pecador pode realmente louvar ao SENHOR como Ele merece. Pois as pessoas neste mundo estão mortas em seus delitos e pecados. E um morto não pode crer ou fazer qualquer coisa a menos que alguém faça algo por ele. Como o apóstolo Paulo diz que o “evangelho... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). E em Romanos 10.17 ele diz: “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Deus”.

Irmãos, podemos dizer que este Salmo 117 é um chamado missionário a Igreja para pregar a Palavra de Deus por todo mundo. A Igreja deve cumprir o mandato de Cristo de pregar a palavra de Deus até aos confins do mundo para que pecadores arrependam-se de seus pecados e louvem ao SENHOR. Tomem o livro de Atos como um excelente exemplo de espalhar o evangelho por todo mundo.

O livro de Atos começa com as seguintes palavras de Jesus Cristo para seus apóstolos no capítulo 1.8: “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Prestem atenção no que Cristo diz: a ordem era para proclamar o seu evangelho em Jerusalém primeiramente e assim alcançar o povo da aliança que habitava ali; e uma multidão foi convertida e passou a louvar e engrandecer ao SENHOR Deus no dia de pentecostes. Em seguida os apóstolos tinham que sair de Jerusalém e pregar na região da Judéia e trazer mais pecadores ao arrependimento. Pensem na primeira perseguição após a morte de Estevão que fez com que o evangelho chegasse a Judéia. Atos 8.1: “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria”. Depois tinham que chegar até aos samaritanos – pensem em Filipe que anunciou o evangelho entre os samaritanos. Em seguida os apóstolos tinham que fazer com que todos os povos gentios do mundo viessem a crer em Jesus. Olhando esse plano missionário de Jesus Cristo, podemos ver quão longe esse evangelho se espalhou pelo mundo.

Pensem nas viagens missionárias do apóstolo Paulo a Salamina, Pafos, Perge, Icônio, Cesaréia, Corinto, Atenas, Beréia, Tessalônica, Filipos, Neápolis, Colossos, Éfeso, Trôade e muitos outros lugares. Pensem em nomes como Lídia da cidade de Tiatira e o carcereiro de Filipos. São lugares e pessoas que ouviram o convite do Salmo 117 e atenderam com verdadeira fé. Eles se converteram de seus pecados e começaram a viver para Jesus Cristo. Eles passaram a louvar, elogiar a Pessoa e obra de Jesus Cristo.

Irmãos, cada vez que a Palavra de Deus é pregada fielmente é um convite as todos os povos e nações deste mundo para louvar, elogiar ao nosso SENHOR. Cada vez que um pecador se converte de seus pecados é motivo de jubilo de nossa parte. Pois mais pecadores estão atendendo ao convite para louvar ao SENHOR!

Agora na prática, o que significa louvar, elogiar o nome do SENHOR para nós que nos convertemos de nossos pecados? Louvar significa, irmãos e irmãs, elogiar ao SENHOR e toda a sua obra. Pense novamente em Atos 2 logo após o pentecostes e a conversão de milhares de pecadores. Eles mudaram as suas vidas de tal maneira que era impossível as pessoas não verem a nova vida que eles tinham agora. Atos 2.47 diz que os novos convertidos viviam “louvando a Deus e contanto com a simpatia de todo povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. O texto diz que a vida desses crentes agora era cantar, louvar, elogiar as obras de Deus em suas vidas e por todo o mundo. O que sai da boca deles não era mundano e ímpio; eles não pensavam da maneira que o mundo pensa; em tudo queriam pensar conforme o evangelho que lhes deu vida.

E por causa desta maneira de viver as pessoas admiravam aqueles cristãos que dedicavam fielmente suas vidas a Cristo. Eles realmente eram o sal da terra e a luz deste mundo. Por causa deles as pessoas glorificavam a Deus e mais e mais se tornavam membros da Igreja. Eles percebiam que ali havia uma verdadeira Igreja do Senhor Jesus Cristo. Eles viram que as pessoas da Igreja em Jerusalém não amavam apenas de palavras, mas de fato e de verdade. O amor era uma prática constante na vida da igreja e de cada membro. O amor de Cristo na vida daqueles membros era tão grande que o Espírito Santo diz que “nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes” (At 4.34). Os membros da Igreja cuidavam muito bem dos seus irmãos e estavam até dispostos a se desfazer voluntariamente de bens materiais para ajudar aos necessitados. Isso é uma demonstração do amor na prática. Isso é uma prova de que o amor de Cristo reinava na vida daqueles crentes. Isso é uma prova de que o convite do Salmo 117 foi atendido com verdadeira fé.

E tem mais: quando foram perseguidos e obrigados a saírem de seus empregos, de suas casas, de perto de seus amigos e de sua cidade, eles não deixaram de falar de Cristo. Atos 8.4 diz: “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”. Eles mesmos sendo perseguidos evangelizavam as pessoas que se tornaram seus novos vizinhos. Eles não deixaram o medo da perseguição e da morte calar as suas bocas. Pelo contrário, eles abriram as suas bocas e elogiaram a obra de Cristo de tal maneira que muitos se arrependeram e queriam saber mais e mais sobre Cristo.

Irmãos, aqueles crentes perseguidos entenderam muito bem que aqueles seus novos vizinhos precisavam ouvir o convite do SENHOR gravado no Salmo 117. Por isso eles falaram de Cristo para aquelas pessoas e as suas palavras eram confirmadas pela fiel maneira de viver. Porque eles louvavam, elogiavam ao seu SENHOR.

Irmãos, foi este convite do Salmo 117 que nós ouvimos e por isso fomos convertidos. Fomos convertidos para louvar ao nosso SENHOR Deus. Fomos convertidos para elogiar a sua obra em nossas vidas. Fomos convertidos para falar da obra de Cristo neste mundo. Chamados a engrandecer ao SENHOR Deus. Lembrem-se: só estamos aqui hoje porque Deus em sua graça estendeu este convite até nós e Seu Espírito trabalhou em nossos corações pela pregação da palavra. Por esse motivo não podemos viver pecando ou deixando de falar de Cristo para aqueles que não conhecem as boas-novas do evangelho. Nós temos esta tarefa como povo de Deus.

2. O motivo para louvar

Irmãos, qual o motivo para louvarmos ao SENHOR? O verso 2 do Salmo 117 diz: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre”. Primeiramente o salmista diz que devemos louvar ao SENHOR por causa da sua misericórdia para conosco. Quando o salmista diz: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco”, não devemos pensar em coisas pequenas que recebemos, como: um bom emprego, uma boa família, tudo são frutos da graça de Deus, mas são coisas pequenas. Quando o salmista diz que a misericórdia do SENHOR é muito grande em nossa vida devemos pensar no que o SENHOR fez por nós e em nós.

Irmãos, nós fomos criados de uma maneira gloriosa a imagem e semelhança de Deus e como a coroa de toda a criação. Porém, nós jogamos tudo isso fora e preferimos viver sem a glória com que fomos criados para vivermos no pecado e do lado de satanás. Então, por natureza e por nossa própria escolha preferimos o inferno em vez do céu; preferimos satanás em vez de Deus. Por isso seria justo se Deus nos lançasse, bem como toda raça humana, no inferno. Seria perfeitamente justo da parte de Deus porque nós preferimos a condenação.

Porém, quando olhamos para nós hoje, não estamos no inferno. Pelo contrário, estamos servindo ao SENHOR; fazemos parte de seu povo; somos herdeiros da vida eterna; somos chamados agora de filhos e filhas de Deus; e mais: somos co-herdeiros com Cristo. Então, como explicar tudo isso? O Espírito Santo responde: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco”. Irmãos, como Deus usou de misericórdia para com cada de vocês?

O SENHOR Deus nos deu o seu único Filho para nos salvar. Ele enviou Seu Filho Unigênito ao mundo para carregar os nossos pecados e levá-los até a cruz. Na cruz do calvário, Deus derramou toda a Sua ira sobre o seu Filho amado, que deveria cair sobre cada um de nós. E de uma maneira terrível matou o seu próprio Filho, Jesus Cristo. Por nós Ele matou seu Filho. Por nós o SENHOR matou seu Filho como sacrifício pelos nossos pecados.

E em nós Ele aplicou este sacrifício pelo Seu Espírito Santo que utilizou a pregação da palavra. O Espírito Santo aplicou o sacrifício de Cristo Jesus aos nossos corações depois de nos regenerar. Assim recebemos o perdão de nossos pecados. É principalmente essa misericórdia em nossas vidas que é muito grande. Pois não houve outra maneira de Deus nos perdoar senão matando o seu próprio Filho amado. Por isso eu falei que não devemos minimizar as misericórdias de Deus em nossas vidas. Trabalho e família são bênçãos dadas por Deus. Mas o perdão dos pecados, a vida eterna, adoção de filhos e a comunhão com o próprio Deus não tem comparação com nada neste mundo. É por isso que o salmista diz que é muito grande a misericórdia do SENHOR em nossas vidas. É por esse motivo que louvamos, que elogiamos, que engrandecemos ao SENHOR. É por esse motivo que não podemos parar de louvar ao seu grandioso nome em nossas vidas e em todos os lugares.

Em Romanos 15 o apóstolo proclama esta verdade para nós e até cita o Salmo 117.1. Ele diz: “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia, como está escrito: Por isso, eu te glorifiquei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome. E também diz: Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo. E ainda: Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, e todos os povos o louvem” (Rm 15.8-11). Louvamos porque a misericórdia do SENHOR é muito grande e maravilhosa em nossa vida. Somente quem não recebe a graça do perdão dos pecados em sua vida é que não louva a Ele. Porque realmente não tem motivo para isso e por isso vive em pecado. Mas, aquele que recebeu o perdão dos seus pecados não cansa de louvar ao SENHOR e vive vida verdadeiramente cristã.

Irmãos, o segundo motivo que o salmista nos dá para louvar ao SENHOR é que “a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre”. A fidelidade de nosso SENHOR é imensa e confiável. O SENHOR é fiel em cumprir as suas promessas na vida de seu povo. Ele prometeu salvar seu povo dos pecados dele e Ele cumpriu matando seu próprio Filho na cruz do calvário salvando-nos da morte eterna. Então, quando louvamos ao SENHOR e pensamos em sua fidelidade para com cada um de nós, somos confortados nas promessas do SENHOR. Porque Cristo é o amém de todas as promessas de Deus. Cristo é a certeza de que o SENHOR cumprirá tudo o que prometera em sua Palavra. Quando olhamos para Cristo como o AMÉM das promessas de Deus, podemos ter a certeza de que as promessas do SENHOR são confiáveis para a nossa vida.

E tem mais: o salmista diz que a fidelidade do SENHOR dura para sempre. Isso conforta os nossos corações e nos dar animo para continuar em meio aos sofrimentos e desapontamento desta vida quebrada e assim continuar louvando ao SENHOR. Nos dar coragem todos os dias a permanecermos firmes servindo ao SENHOR, mesmo que todos ao nosso redor não queira louvar ao SENHOR. Lembrem-se que a nossa força está em Cristo. Todas as promessas que o SENHOR nos fez tem seu cumprimento em Cristo. É por esse motivo que todos nós temos força para continuarmos novamente andando e louvando ao SENHOR da nossa salvação. Por causa da bondade do nosso SENHOR Deus, em Cristo, podemos terminar este sermão dizendo: Aleluia, o SENHOR seja louvado!
Amém.