Leitura: 1 Samuel
1.1-18 Pr. Alexandrino
Texto: 1 Samuel
1.9-11
Amados irmãos no
Senhor Jesus Cristo.
Quem nunca ficou
angustiado na vida? Quem nunca passou por dificuldades que parecem
não ter fim? Quem nunca sofreu? Creio que todos nós já sofremos na
vida de uma forma ou de outra. Mas o que fazemos quando estamos
sofrendo? Onde buscamos forças para suportar as angústias? Parece
que a nossa tendência – como seres humanos pecaminosos – é
buscarmos ajuda no mundo. Parece que queremos resolver nossas
angústias com aquilo que o mundo oferece e esquecemos-nos de buscar
a Deus nesses momentos difíceis em nossa vida. Esquecemos que no céu
existe um Deus bondoso que estar disposto a nos ajudar nesses
momentos difíceis. Por causa de nossa rebeldia em não olharmos para
Deus, não damos a devida honra a Ele em nossa vida.
Eu nesta noite iria
pregar em outro texto das Sagradas Escrituras, mas como hoje é o
dias das mães. Nada melhor que sermos exortados e encorajados por
mulher fiel e temente. No texto da pregação de hoje encontramos uma
mulher angustiada. O que ela fez na sua angústia? Ficou desesperada
e abandonou a Deus? Não, pelo contrário, ela buscou ao SENHOR em
oração. Ela derramou suas lágrimas perante o trono de Deus em
oração. Ela depositou sua angústia nas mãos do SENHOR. Ela honra
a Deus com sua oração mesmo estando em sofrimento.
Com base no texto
quero pregar a palavra de Deus no seguinte tema:
Tema: A Oração de
Ana É Uma Oração que Busca a Glória do SENHOR.
1. O Motivo da
Oração de Ana
2. O Pedido de Ana
3. O Voto de Ana
1. O Motivo da
Oração de Ana
Irmãos, o texto da
pregação mostra o sofrimento de uma mulher fiel ao Senhor Deus. Uma
mulher que junto com sua família servia ao Senhor. O nome dela é
Ana e de seu marido Elcana. Elcana tinha outra mulher que se chamava
Penina. Este homem com sua família subia de ano em ano a adorar e a
sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Silo (1 Sm 1.3). Este homem
cumpria o seu papel de cuidar de sua família como o cabeça do lar.
Ele levava todos de sua casa para adorar ao SENHOR. Era uma família
verdadeiramente crente no SENHOR. Era uma cena linda ver aquela
família junta caminhando para adorar ao SENHOR.
Porém, uma das
mulheres de Elcana não tinha filho porque era estéril. Ana não
podia ter filho. Por essa causa a outra esposa de Elcana, sua rival,
a provocava excessivamente para irritá-la, porquanto o SENHOR lhe
havia cerrado a madre. Isso acontecia todas as vezes que Ana subia à
Casa do SENHOR. Isso deixava Ana triste! Deixava Ana triste porque
ela queria ser mãe. Este é o sonho de toda mulher cristã. Por
causa das provocações ela chorava e não comia. Ela sabia que foi o
SENHOR que a deixou estéril. Ela sabia que o SENHOR é o Deus da
vida. Ela sabia que o SENHOR é aquele que pode dar vida onde há
morte. Ela com certeza sabia da fé de Sara. Sara que era estéril,
que havia morte em sua madre. Foi abençoada com um filho já em
avançada idade. Com toda certeza também ouvira falar de Rebeca que
era estéril e o SENHOR a fez fecunda dando a luz a Esaú e Jacó. Ou
de Raquel esposa de Jacó que também era estéril e o SENHOR fez com
que ela desse a luz a filhos. Ou podemos ainda citar a mãe de Sansão
que era estéril. Todas estas tiveram a morte retirada de suas
madres. Concedendo muitos filhos. Com certeza a fé de Ana não era
diferente da fé dessas mulheres. Pois Ana cria no SENHOR. A sua fé
estava baseada no Deus da vida. Pois o SENHOR é Deus de vivos e não
de mortos. Ele é aquele que faz surgir vida onde há morte. Ele é
aquele que faz a mulher estéril dar a luz. Onde há luto faz com que
haja regozijo. Pois isso Ana recorre ao SENHOR.
O motivo da sua
oração era porque estava angustiada por não conseguir ser mãe e o
que faz ela recorrer ao SENHOR é a sua fé. Ela estava angustiada,
muito angustiada! Isso nós percebemos no verso 15: “Eu
sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida
forte; porém venho derramando a minha alma perante o SENHOR”.
E também no verso 16: “porque
pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho
falado até agora”.
Estes versos deixam claro que o fato de não poder ser mãe
deixava-lhe angustiada. Ela diz que está atribulada em seu espírito.
Ela está inquieta por causa das provocações de sua rival. Ela
estava cheia de ansiedade para não ter um filho. E isto a consumia
de dia e de noite. Mas ela sabe muito bem que foi a vontade de Deus
dela ser estéril. Por isso ela recorre a Deus. Na angústia muitas
vezes os homens recorrem a sua própria força ou a buscar ajuda em
homens se esquecendo do SENHOR. Ana não faz isto. Ela olha para cima
onde vive o seu SENHOR, o autor da vida. Ela demonstra fé no SENHOR.
Ela confessa a sua fé em Deus através de uma simples oração. Mas
uma oração cheia de confiança nas promessas do SENHOR. Como diz o
Salmo 4.1: “na
angústia, me tens aliviado”.
O
cristão na angústia não pode fazer outra coisa a não ser buscar
ao SENHOR em oração. Nós não encontramos apenas Ana buscando ao
SENHOR quando estava sofrendo. Encontramos muitos crentes fazendo o
mesmo caminho que Ana. Eles oram ao SENHOR da sua vida. Nós
encontramos essas orações principalmente nos Salmos. O Salmo 18.6
diz: “Na
minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus.
Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os
ouvidos”.
Deus é aquele que ouve as orações dos seus filhos. Ele inclina os
ouvidos para nos escutar quando clamamos com fé em suas promessas. O
Salmo 25.17 diz: “Alivia-me
as tribulações do coração; tira-me das minhas angústias”.
O SENHOR alivia a alma daqueles que estão angustiados. Por isso os
verdadeiros crentes podiam dizer: “em
ti, SENHOR, me refugio”
(Sl 31.1). A oração pôr assim dizer é o fôlego da alma do filho
de Deus. Sem oração não há comunhão com Deus. Pois quem ora
confia no SENHOR e nas suas promessas. A oração traz alivio para a
alma abatida, sofrida e angustiada. No verso 18 de 1 Samuel 1 diz:
“Assim,
a mulher
(Ana) se
foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste”.
Assim como a oração deixou Ana feliz assim a oração deixa os
filhos de Deus felizes. Veja que Ana está feliz independente se vai
ou não receber a graça de ser mãe. Mas apenas o fato de orar com
fé e confiança de que Deus ouviu a sua oração, já a deixou com a
face do rosto feliz. Assim deve ser a oração em nossa vida. Ela
deve trazer refrigério para nossa vida.
2. O Pedido de Ana
Irmãos, a oração
de Ana é um incentivo para todos os verdadeiros filhos de Deus. Pois
mostra como uma serva do SENHOR angustiada ora com fé na sua
aflição. Como ela buscou o SENHOR no momento difícil de sua vida.
Isso nos envergonha quando nós não fazemos o mesmo o que Ana fez.
Quando não nos submetemos ao senhorio do SENHOR de nossa vida.
Quando queremos viver somente para nós mesmos e resolver tudo sem
Deus em nossa vida. Ana mostrou confiança no SENHOR. Essa confiança
não era porque ela sabia que iria ser atendida. Pelo contrário, ela
sabia que Deus a ouviu, mas isso não garante que Deus vai atender o
seu pedido. Pois Ele sabe mais que qualquer um de nós o que é
melhor para nossas vidas. Mas qual foi o pedido de Ana? Ela pediu a
graça de Deus de ser mãe. Ser mãe é uma dádiva do SENHOR. O
Salmo 127.3: “Herança
do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”.
Ser pai ou mãe é um grande privilégio recebido da parte do SENHOR.
Também é uma grande responsabilidade. Porque os filhos são a
herança do próprio SENHOR. Deus é quem forma as crianças no
ventre materno e as dá como herança aos pais. Em outras palavras
podemos dizer que é uma prova do amor de Deus na vida dos homens. E
essas crianças devem apontar para Deus como o criador delas. Os pais
devem observar isto em seus filhos e saber que os seus filhos são um
presente de Deus para eles cuidarem com todo amor.
Mas,
será
que o pedido de Ana não foi um pedido egoísta? Vejam no verso 11 o
pedido de Ana. Ela ora dizendo: “SENHOR
dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua
serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e
lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua
vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.
O que chama a nossa atenção no pedido de Ana? Ela não é mãe e
pede a dádiva de ser mãe. Mas veja que o pedido dela é um pedido
de alguém que se importa com a Igreja de Deus no Antigo Testamento.
Ela quer ser mãe, mas quer ser mãe contribuindo para o bem do povo
de Deus. O pedido dela é especifico. Ela não apenas pede para ser
mãe. Ela quer ser mãe de um filho do sexo masculino. Ela diz:
“SENHOR
dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua
serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e
lhe deres UM FILHO VARÃO”.
Por que ela não pediu simplesmente que queria ser mãe? Porque ela
quer ser usada para o bem do povo de Deus. Porque quando nós olhamos
o contexto em que Ana viveu, nós vamos entender o porquê deste
pedido.
Irmãos,
o povo de Deus estava em uma situação moral e espiritual muito
baixa. O sacerdote Eli não exercia seu papel de sacerdote de uma
maneira que agradava a Deus. Uma prova disso é que ele considerou
Ana como uma bêbada quando estava orando. Ele também não educou
seus filhos no caminho do Senhor. Seus filhos eram descrentes e não
tinham o mínimo de temor a Deus. Por causa disso o povo vivia numa
época sombria por assim dizer. Pois não viam espiritualidade em
seus lideres. Não viam seus lideres servindo com amor ao SENHOR.
Isso levou o povo a viver de maneira lamentável perante o SENHOR. E
Ana vendo toda esta decadência espiritual no sacerdócio e no povo,
faz um pedido em que ela coloca em primeiro lugar o reino de Deus.
Ela não pede uma menina, mas um menino. Ela quer um menino para que
ele sirva ao SENHOR em um dos ofícios de profeta e sacerdote. Ela
não esperava que seu filho fosse o Messias, mas queria que ele
trabalhasse como precursor do Messias. Alguém que poderia servir no
tabernáculo do SENHOR. Ela viu o sacerdócio corrompido. Ela viu os
filhos de Eli pervertendo os sacrifícios e vivendo em imoralidade.
Ela pede para ser abençoada com uma criança, mas uma criança que
seja do sexo masculino. Esse pedido mostra o amor de uma filha de
Deus por sua igreja. Mostra como um verdadeiro cristão tem que agir.
Ele coloca todos os seus desejos e planos debaixo da vontade de Deus.
Ana queria ser abençoada, mas não queria ser abençoada sem se
importar pelo povo de Deus. Será que nós oramos como Ana? Será que
nossas orações são para o crescimento e fortalecimento da igreja
de Cristo? Ou será que só pensamos em nós mesmos quando oramos?
Prestem
atenção que o pedido de Ana foi um pedido de sacrifício
espiritual. Não foi um pedido fácil. Porque ela fez um voto ou um
juramento ao SENHOR quando pediu um filho varão. Isso vamos ver no
terceiro ponto.
3. O Voto de Ana
Irmãos, até que
ponto nós cumprimos as nossas promessas ao SENHOR? Será que nós
somos fiéis em cumprir aquilo que prometemos ao SENHOR? Ana fez um
pedido a Deus. Ela queria ser mãe de um menino. Ela queria que ele
no futuro servisse no tabernáculo do SENHOR. Ana para mostrar sua fé
e confiança em Deus, faz um voto ao SENHOR. O verso 11 diz: “SENHOR
dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua
serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e
lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua
vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.
Ela diz que dará ao SENHOR o seu filho por todos os dias de sua
vida! Como podemos entender este voto de Ana? Será que foi um voto
precipitado?
Não,
não foi um voto precipitado. Foi um voto de alguém que ama ao seu
SENHOR. Ela prometeu devolver o seu filho ao SENHOR se ela recebesse
a bênção de ser mãe. Ela consagrou o seu filho ao SENHOR. Ele
seria um nazireu ao SENHOR. Ou seja, ele dedicaria toda a sua vida ao
serviço do SENHOR. Quantos de nós estamos dispostos a consagrar
nossos filhos ao SENHOR?
Parece
que não são muitos que querem consagrar seus filhos ao SENHOR.
Porque consagrar o filho ou filha ao SENHOR é separá-lo para servir
ao SENHOR. Mas muitos pais não fazem isso com seus filhos. Não
ensinam seus filhos a serem separados do mundo e do pecado. O que
vemos – infelizmente até dentro da nossa igreja – é pais que
não se preocupam com o destino eterno de seus filhos. Que não
cumprem seus votos feitos no batismo de educar seus filhos no cominho
do SENHOR. Preferem ver seus filhos viverem como descrentes; sem
conhecimento de Deus e da sua palavra; filhos desobedientes; filhos
que não oram ao Senhor Jesus Cristo e nem tem a mínima vontade de
vir a igreja. Quão grande sacrifício fez Ana! Ela fez um voto ao
SENHOR de dá seu único filho a Deus, se viesse a ser mãe. Ela
estava disposta a ver seu filho uma vez por ano. Mas queria que ele
servisse ao SENHOR durante toda a sua vida. Queria que ele fosse um
nazireu, ou seja, consagrado ao SENHOR.
Será
que você é um nazireu do SENHOR? Será que sua vida é consagrada
ao SENHOR? Como você pode saber se é um nazireu? Vivendo para Deus
somente. Desprezando o mundo e buscando o reino do Senhor Jesus.
Jesus Cristo foi um nazireu, pois Ele foi consagrado ao SENHOR
durante a sua vida. E a sua vida mostra que Ele glorificou a Deus
sendo fiel até a morte e morte de cruz.
Irmãos,
que tenhamos a mesma fé de Ana. Que sua fé possa nos inspirar a
sermos fiéis ao Senhor Jesus Cristo. Que possamos clamar ao Senhor
Jesus na angústia.
Amém.