segunda-feira, 19 de março de 2012

Mateus 5.10-12: Bem-aventurados Os Perseguidos


Leitura: Mateus 5.1-9                           Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.10-12                         São José 14-12-2008; Colombo 15-11-2009

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

Após a ressurreição de Jesus Cristo, os apóstolos se empenharam na pregação do evangelho. Pregando o Cristo crucificado para a salvação de todos que nEle crer. Por causa de Jesus Cristo eles foram perseguidos e presos. Foram lançados em prisões e chicoteados. Foram torturados para que negassem a Cristo. Saulo assolava a igreja, arrastando os cristãos e lançando-os em prisões. Muitos judeus cristãos foram expulsos de suas casas por causa do nome de Jesus Cristo.
No século XVI existem muitos relatos de cristãos que foram mortos por amor a Cristo. Lembramos de nosso irmão Guido de Brés, que escreveu a Confissão Belga. E muitos outros cristãos que foram enforcados e outros que foram queimados. Por que eles foram perseguidos e foram mortos? Porque isso é o cumprimento das palavras de Jesus Cristo que diz: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. Essa oitava bem-aventurança se cumpriu na vida de muitos cristãos no mundo inteiro. E ela continua a se cumprir na vida de todos os que professam fielmente a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.
Por isso nesta noite quero pregar a palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Bem-aventurados Os Perseguidos
1. O Motivo da Perseguição
2. A Reação na Perseguição

1. O Motivo da Perseguição

Irmãos, esta bem-aventurança é bem conhecida por todos nós. Muitos de nós a tem decorados. Por esse motivo ela não causa tanto impacto em nós quando a lemos. Porém, esta oitava bem-aventurança causou um impacto muito grande na vida das pessoas que ouviram Jesus Cristo proferindo esta bem-aventurança. Podemos dizer que as pessoas perderam o fôlego na hora que Jesus Cristo falou esta bem-aventurança. Ele disse: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. Ele não diz que bem-aventurados são aqueles que estão sofrendo ou estão felizes. Mas Ele diz: “Bem-aventurados os perseguidos”. Porque os judeus pensavam que o sofrimento e inclusive a perseguição fossem uma prova do desagrado de Deus sobre os homens infiéis. Como indica Lucas 13.1-5: “Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. Os judeus achavam que todo sofrimento e perseguição eram por causa da infidelidade a Deus. Se alguém estivesse sofrendo era por causa de pecado contra Deus. Era uma prova de que Deus não se agradava daquela pessoa, porque estava em pecado.
Porém, Jesus inverte tudo isso dizendo: “Bem-aventurados os perseguidos”. Dá para imaginar as pessoas arregalando os olhos e ficando quase sem fôlego; um olhando para o outro e com um ponto de interrogação na testa. Esta bem-aventurança impactou em muito àquelas pessoas. Porque Jesus inverteu o ensinamento comum da época de que todo sofrimento e perseguição são por causa do desagrado de Deus. Entretanto, Jesus está ensinando o verdadeiro significado da vida de um filho do reino de Deus. Ele está ensinando a essência da vida cristã. A essência daqueles que deixa a sua vida em si mesmo e a buscar sua vida em Cristo. Jesus Cristo está ensinando que todos que querem servi-Lo, irão sofrer perseguição. Por que irão sofrer perseguição? Ele próprio diz na oitava bem-aventurança: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça”. Não é por causa de dinheiro nem por causa de um bom emprego; não é por causa de doença nem por causa de uma boa saúde. Mas é unicamente por causa da justiça de Cristo que serão perseguidos. Em Mateus 5.11 diz: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”. Todos aqueles que se afastam do pecado e buscam viver conforme os ensinamento de Jesus Cristo, sofrerão perseguição de uma maneira ou de outra. Por quê? Por causa da ação do Espírito Santo em suas vidas. Prestem atenção como começa as bem-aventuranças de Jesus Cristo. Ele começa falando dos humildes de espírito. Humilde aqui na primeira bem-aventurança é alguém que não tem nada, ou seja, um mendigo. Alguém que reconhece que não tem a graça de Deus em sua vida. Alguém que implora pela graça de Deus. Após implorar pela graça de Deus, ele chora por causa de seus pecados. É isto o que diz a segunda bem-aventurança. Resumindo as bem-aventuranças podemos dizer que é a mudança de vida do pecador. Ele não quer ser igual ao mundo, mas igual ao seu Senhor Jesus Cristo. Ele quer se comportar como um filho do reino. Porque foi revestido do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Cl 3.10).
A morte e a ressurreição de Cristo têm que dar frutos. E esses frutos estão presentes na maneira como vivemos e agimos como cidadãos do reino de Cristo. Como novas criaturas lavadas no sangue de Jesus Cristo. Vamos nos afastar do pecado. Não vamos ter prazer nas coisas do mundo. Não vamos participar no pecado dos ímpios. E quando não fazemos o que os descrentes fazem, vamos ser odiados. Porque o motivo de um filho de Deus ser odiado pelos descrentes é o seu amor pelo Senhor Jesus Cristo. Ele busca a justiça de Cristo. Ele quer andar conforme os mandamentos Jesus Cristo. Ele não consegue viver no pecado. A cada dia na vida quer ser mais correto e íntegro. Quer andar conforme a justiça de Cristo. E essa honestidade o mundo de injustiça odeia. Por causa dessa vida em Cristo há perseguição e sofrimento. Porque Paulo diz em 2 Timóteo 3.12: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. É por causa de Jesus Cristo que somos perseguidos. Quanto mais somos fiéis mais sofremos por causa de seu nome. Quem quiser ser discípulo de Jesus Cristo deve estar disposto a sofrer e ser perseguido. Quem quiser entrar no céu vai ter que primeiro sofrer por amor a Cristo. Pedro diz na sua primeira carta 3.14-17 o seguinte: “Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal”.
Pedro diz: “ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois”. Somos bem-aventurados se sofremos por causa da justiça. Não por prazer nem pelo pecado. Mas por causa de Jesus Cristo, nosso Senhor. Foi isto o que Jesus Cristo disse em Mateus 5.11: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”. Ele também diz em João 15.18-19: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”. Ele diz que: se o mundo odeia vocês, lembrem-se que o mundo odiou primeiramente a mim. Por que o mundo odiou a Jesus? Porque Ele andava em perfeita santidade e obediência a Deus. Ele era um homem que vivia para Deus. Por causa da sua justiça, Ele foi odiado e perseguido até a morte. E Ele diz que o mundo nos odeia, porque Ele nos tirou do mundo. Ele nos libertou do domínio do pecado e do diabo. Nos transportou para o seu reino. Ele ainda diz em João 15.20-23: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. Quem me odeia, odeia também a meu Pai”.
Ele deixa bem claro que: se somos seus discípulos, seremos odiados e perseguidos. Seremos motivos de escárnio e zombaria. Seremos colocados a margem da sociedade. Seremos tratados com desprezos porque não participamos das obras das trevas. Pois sempre foi assim com os servos do Senhor. Por isso Jesus disse: “pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Podemos citar profetas como: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Amós. Também ainda podemos citar Moisés, Elias e Eliseu. Homens que foram perseguidos porque serviam ao Senhor Deus. Sofreram porque viveram conforme a vontade de Deus. Mas o maior de todos os exemplos é o Senhor Jesus Cristo. Ele foi odiado desde o dia em que nasceu até a sua morte pelo mundo. Mas mesmo assim Ele está dizendo para seus discípulos: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós” (Mt 5.11). Bem-aventurados somos quando sofremos pela sua causa. Bem-aventurados somos quando servimos a Ele com amor. Quando buscamos o seu reino em primeiro lugar. Ele mesmo nos garante isso em sua palavra. Ele mesmo nos promete o seu reino se buscarmos de todo o coração a sua justiça. Se fizermos a sua vontade. Como Ele diz: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. O reino é daqueles que vivem e sofrem pelo nome do Senhor Jesus Cristo.
O sofrimento por causa da justiça é uma prova de sermos bem-aventurados. Isso nos leva ao segundo ponto.
2. A Reação na Perseguição

Irmãos, existem muitas maneiras de reagir no momento da perseguição e do sofrimento. Muitos quando são perseguidos por causa de Jesus Cristo abandonam a sua fé nEle. Preferindo viver nas trevas e debaixo do jugo de satanás. Outros no sofrimento por causa de Jesus Cristo, colocam a culpa em Cristo por sofrerem tanto. Abandonando a sua fé também. Em ambos os casos deixam a sua fé em Jesus Cristo. Preferem o mundo. Porque acham mais prazeroso que servir a Jesus Cristo. Preferem um reino de injustiça e iniqüidade. Onde podem fazer o que os seus corações desejam.
Mas ser cristão é ser diferente. Ser cristão é morrer, se for necessário, por Jesus Cristo. É nunca negar a fé. Uma das coisas que mais afastou as pessoas de Jesus Cristo foi porque Ele era diferente das demais. A diferença era que Ele fazia a vontade de Deus e condenava o pecado. Ele nunca aprovou o pecado do seu povo e nem dos ímpios que não faziam parte de seu povo. Como diz João 15.22: “Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado”.
Jesus não veio para ser igual aos demais homens. Mas ser diferente dos demais. E a sua vida mostra isso. Em tudo o que fazia, fazia para glorificar ao Pai. Por isso, não se surpreenda quando for zombado, escarnecido, odiado e desprezado pelo mundo com suas obras das trevas. Como Ele diz em João 15.20-21: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou”. Se você é um cristão verdadeiro, você será odiado pelo mundo. Se perseguiram a Jesus nosso Mestre, também perseguirão a vocês. Paulo diz em 2 Timóteo 3.12: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.
Então, como deve ser nossa reação em meio a perseguição e o sofrimento? Aqui estar a diferença entre os verdadeiros cristãos e os falsos cristãos. Os falsos cristãos negam a Cristo. Mas os cristãos verdadeiros reagem diferentes. Eles se alegram na perseguição e no sofrimento por causa de Jesus Cristo. Vejam o que Ele diz em Mateus 5.12: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus”. Esse ‘regozijar’ e ‘exultar’ quer dizer que nós devemos pular de alegria quando estivermos sofrendo por causa do nome de Jesus. É uma alegria que explode de dentro do coração como um vulcão que entra em erupção. Tiago 1.2-3 diz: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança”. E Pedro diz em sua primeira epístola 1.6-7 o seguinte: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”.
Assim deve ser a nossa vida em meio a perseguição e sofrimento por causa do nome de Jesus Cristo. Perseguição e sofrimento sempre fizeram e sempre farão parte de nossa vida aqui na terra. Porque Jesus Cristo diz: “pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Todos os nossos irmãos que viveram antes de nós sofreram. Podemos começar na história de Abel e Caim. Nós vemos Caim matando Abel por ser justo aos olhos do SENHOR. Os profetas sofreram; o Senhor Jesus Cristo sofreu; os apóstolos sofreram. Mas mesmo em meio a todo sofrimento o Senhor nos dá uma ordem para nos alegrar. Assim aconteceu com os apóstolos depois de serem presos e chicoteados. Depois de soltos ficaram pulando de alegria por ter sofrido afronta pelo nome de Jesus Cristo.
Essa deve ser a nossa reação quando sofremos por amor ao nome de Jesus Cristo. Devemos nos alegrar por sermos considerados dignos de sofrer pelo Senhor Jesus Cristo. Que essa seja a nossa reação em meio ao sofrimento.
Amém.

Mateus 5.9: Bem-aventurados os Pacificadores.


Leitura: Romanos 5.1-11                                 Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.9                                            Colombo 08-11-2009
Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,

O que é paz? Como definir a paz à luz das Sagradas Escrituras? O mundo busca a paz, mas não encontra. O mundo busca desesperadamente a paz por causa da grande violência que existe neste mundo. Vemos muita violência e vemos a humanidade tentando encontrar a paz. Paz entre familiares; paz entre as torcidas de futebol; paz entre as nações. Mas o que vemos é uma tentativa falida, barata e sem resultado algum. O mundo tenta a sua maneira fazer a paz, mas não consegue. Porque o mundo vez a paz como apenas a ausência de guerra entre as pessoas ou entre nações. Para o mundo a paz é meramente aquele breve momento glorioso na História em que todos param para recarregar as armas. Depois da 2ª Guerra Mundial, o mundo ficou preocupado em desenvolver uma agencia para a paz mundial, por isso, em 1945, surgiram as Nações Unidas – conhecida como a ONU – com o lema: “Libertar as gerações vindouras do flagelo da guerra”. Desde então, não tem havido um dia de paz na terra. Nem um dia sequer. A paz é uma fantasia da mente da humanidade. Porque ela vê a paz apenas como a ausência de guerra. Por isso o mundo procura um modelo para a paz mundial. Busca a paz no homem e sua força, esquecendo-se de onde realmente deve buscar a paz.
Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Bem-aventurados os Pacificadores.
1. O Que Significa Ser Um Pacificador
2. Porque os Pacificadores São Bem-aventurados

1. O Que Significa Ser Um Pacificador

Nós como cristãos não devemos pensar na paz apenas como ausência de guerra. Também não vamos buscar um modelo de paz no mundo. Como por exemplo, um cemitério. Lá há paz; ninguém briga com ninguém; mas esse padrão de paz ninguém quer. Nós como sendo cristãos devemos saber o porquê não há paz na humanidade. Será que sempre houve guerra no mundo? Não, nem sempre houve guerra no mundo. No início da criação nós vemos paz entre Deus e o homem. Havia paz no Jardim do Éden. Havia uma harmonia entre Deus e o homem. Mas quando o homem desobedeceu a Deus, seu Criador, a paz acabou. Porque a paz é o estado de paz do homem com Deus. O pecado rompeu este estado de paz. O pecado desfez a paz que existia entre Deus e o homem. E o resultado da quebra desta paz foi a expulsão do homem do Jardim do Éden. Deus não quer inimizade no seu paraíso.
Não há paz no mundo porque o mundo não conhece a Deus. O mundo despreza a Deus e busca a paz em si mesmo. O mundo esquece que Deus é o doador de toda paz. O Salmo 3.8 diz: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro”. Quando este salmo foi escrito, Davi estava fugindo de Saul. Saul queria matá-lo. Davi tinha que viver fugindo e se escondendo para não ser morto por Saul. Ele tinha que está sempre atento, pois a qualquer hora a qualquer momento, Saul poderia chegar. Imagine tentar dormir sabendo que o inimigo poderia chegar a qualquer instante. Davi conseguia dormir em paz porque o SENHOR é o doador da paz. Ele tinha paz com Deus. Ele tinha um coração segundo o coração de Deus. Ele confiava e andava com Deus. Deus já havia reconciliado Davi consigo mesmo.
A humanidade não consegue encontrar a paz por causa de seu pecado. O que afasta a humanidade de Deus é seu pecado contra Deus. É sua falta de conhecimento. Romanos 3 diz que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus... nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz”. A humanidade não sabe onde encontrar a paz. Ela anda como cego tateando pelas paredes. Não, há paz porque Deus não concede paz. Deus retirou a sua paz da humanidade por causa do pecado. No mundo só encontramos guerra e destruição; ódio e rancor. Não há paz onde Deus está fora.
Então, como devemos entender essa bem-aventurança de Jesus: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus? Irmãos, nós sabemos que a humanidade está caída em pecado, isto inclui a todos nós. Por natureza nós não temos paz com Deus. Por natureza nós estamos em guerra com Deus. Como esta bem-aventurança pode ser aplicada a nós? Como nós podemos ser pacificadores? Como podemos ter paz com Deus? Isso não causa desespero em vocês? Por que se não conseguimos fazer a paz com Deus, como podemos ter paz? A resposta nós encontramos em Romanos 5.1 que diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
A obra de salvação de Jesus Cristo foi reconciliar pecadores que estavam em guerra com Deus. O sacrifício de Jesus Cristo foi um ato de reconciliação. Pois diante de Deus, por natureza, nós somos pecadores imundos e nossas obras, até as melhores, não passam de trapos de imundícias. Nós já nascemos com o que nos separa de Deus, ou seja, o pecado. O pecado é a quebra da comunhão do homem com de Deus. O pecado é o divisor entre Deus e o homem. O pecado nos afasta de Deus. Nos leva para distante dEle. E não conseguimos voltar. Pelo contrário, nós gostamos de nos afastar de Deus. Nós gostamos de nos esconder de Deus. Porém, Deus interveio na história da humanidade enviando seu Filho Jesus Cristo. Por seu sacrifício na cruz do Calvário, Ele nos justificou perante Deus. Quer dizer, Ele pagou a nossa divida. Cobriu os nossos pecados diante de Deus com seu sangue derramado na cruz. Ele desfez o que o nosso pecado causou, a nossa separação de Deus. Ele nos colocou em comunhão com Deus novamente. A guerra acabou entre nós e Deus. Através – unicamente de Jesus Cristo – temos acesso ao Pai. Temos comunhão com Ele novamente. Essa paz de Deus mostra a sua graça em nossas vidas. Porque Deus agiu de uma maneira maravilhosa. Não fazíamos caso dEle. Não adorávamos. Nós apenas o odiávamos com toda a nossa força. Éramos seus inimigos. Mas mesmo sendo seus inimigos, Ele enviou seu Filho ao mundo para morrer por nós.
Romanos 5.6-8 diz: “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”. Ser reconciliado com Deus significa ser salvo da sua ira contra o pecado. Significa ser libertado do castigo eterno. Pois nessa reconciliação nós vemos o amor de nosso Senhor Jesus Cristo por nós. Porque fomos reconciliados por Deus mediante a morte de Jesus Cristo quando nós éramos inimigos de Deus. Quando lutávamos contra Ele e seu reino. Isso é a graça de Deus em nossas vidas. Ser reconciliado com Deus é receber a paz de Deus.
Mas como Ele opera essa reconciliação no pecador? Na 2 Coríntios 5.18 diz: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação”. Paulo diz que tudo provém de Deus. Que Deus nos reconciliou consigo mesmo em Cristo Jesus. E ele termina dizendo: “e nos deu o ministério da reconciliação”. O ministério da reconciliação que Paulo recebeu foi o ministério de pregar o evangelho. É através da pregação do evangelho que Deus opera a reconciliação. O Espírito Santo usa a palavra pregada para penetrar no coração do pecador e regenerá-lo. Assim o pecador é regenerado e recebe a reconciliação com Deus. Porque o Espírito Santo está aplicando os benéficos da morte de Cristo na vida de pecadores. O Espírito Santo está criando no cristão um coração semelhante a coração de Jesus Cristo. Um coração puro e que ama a Deus acima de qualquer coisa.
Uma outra conseqüência de ter essa paz com Deus é ter a paz com seu irmão. Isso mesmo! Ter paz entre os irmãos na Igreja. Significa não ter briga nem desavença; não haverá fofoca ou nem divisão entre os irmãos. Pois Deus concedeu paz aos cristãos para que eles vivam debaixo da mesma graça e do amor de Cristo. Pois quando não há a paz de Deus no coração do homem, ele tenta destruir o outro e não quer ter paz com ele. Não quer se arrepender de seus pecados, mas quer viver no ódio. Quer viver guerreando no seu coração e nos seus atos. Porém, o cristão quer ter paz com seu irmão. Porque ele sabe que Cristo morreu para dar essa paz a ele. Por isso o cristão se esforça para manter essa paz na sua vida e na Igreja. Ele não deixar nada prejudicar essa paz de Cristo dentro da Igreja. Ele sabe que Cristo morreu por ele e por seu irmão. Por isso ele valoriza essa paz entre eles. Pois no mundo há apenas inimizades entre os homens. Não paz entre os ímpios. Mas na Igreja há a paz de Cristo na vida dos irmãos.
Irmãos, essa paz de Deus na nossa vida é tão importante que Deus sempre faz questão de domingo após domingo nos abençoa com a sua paz. Isso faz nos cultos todos os domingos. Quando chegamos para cultuar Ele nos recebe com sua paz dizendo: “graças a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.3). Isso mostra quão importante é chegar na hora do culto para começarmos já sendo abençoados por Deus.
E no final do culto Ele nos despede com sua paz. Nos dando a sua paz em nossa vida. Ele nos despede dizendo: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Nm 6.24-26). Essa paz Deus nos dá durante toda a nossa vida. Essa paz nos acompanha em todas as áreas de nossa vida.
Essa paz deve ser uma realidade na vida de todos nós. Isso é o significado de ser um pacificador.

2. Porque os Pacificadores São Bem-aventurados

Irmãos, os pacificadores são chamados de bem-aventurados pelo Senhor Jesus. O que torna os pacificadores bem-aventurados? Sabemos que não é por sua própria força ou bondade. Porque todos os homens são miseráveis pecadores. Então, por que são bem-aventurados? O próprio Senhor Jesus Cristo responde na sétima bem-aventurança. Ele diz: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. Eles são bem-aventurados porque serão chamados filhos de Deus. Todos que são reconciliados com Deus em Cristo Jesus, se tornam filhos de Deus. Romanos 8.14-17 diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”. Todos que foram reconciliados com Deus receberam a adoção de filho mediante Jesus Cristo. É por causa dessa adoção que os pacificadores são bem-aventurados. É a graça de Deus agindo de uma maneira poderosa na vida de pecadores miseráveis.
E como deve ser a vida dos pacificadores? Romanos 8.14 diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Os pacificadores andam guiados pelo Espírito Santo. E em tudo querem ser semelhantes a seu Pai amado. Querem fazer o que agrada a Deus. Eles se afastam do mal e de tudo que contra a vontade de Deus. Andam na luz e não nas trevas.
E os filhos de Deus não são filhos infrutíferos. Eles têm o fruto do Espírito, que é: “amor, alegria e paz...”. A paz faz parte da vida cristã. O filho de Deus em tudo quer viver em paz com todos. Mas não deixando sua confiança e nem seu estado de filho de Deus.
Você é um pacificador? Então busque a paz de Cristo sempre em sua vida.
Amém.

Mateus 5.8: Bem-aventurados os Limpos de Coração


Leitura: Salmo 24.1-6; Salmo 15                     Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.8                                            São José 26-10-2008

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo!

Esta bem-aventurança, assim como as outras, foi dirigida principalmente para seus discípulos! Ele quer deixar bem claro que quem quiser segui-Lo tem que se enquadrar no seu ensino. Porque os discípulos de Jesus deveriam ser o sal da terra e a luz do mundo. Os homens deveriam ter condições de saber que eles pertencem a Deus. As suas vidas deviam ser moldadas conforme o evangelho de Jesus. Eles não podiam ser como os fariseus e escribas que viviam de aparência diante dos homens e de Deus. Por isso Jesus está dizendo para seus discípulos: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20).
A vida cristã não é uma vida de falsidade. Por isso Paulo está dizendo: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25). A vida cristã é uma vida que combina com a vontade de Deus revelada em sua palavra. Quando nós vivemos a palavra de Deus, vamos entender o que é cristianismo e qual a profundidade do evangelho em nossas vidas. Vamos compreender o porquê Jesus está tão preocupado com seus discípulos e com nós também. Por isso neste sermão do monte Ele se preocupa com nosso coração. Ele quer nos levar para o Reino de seu Pai. Ele nos purifica com seu Espírito e declara: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. É sobre esta sexta bem-aventurança que irei pregar hoje no seguinte tema:

Tema: Bem-aventurados os Limpos de Coração
1. O que Significa Ser Limpo de Coração
2. Por que os Limpos de Coração São Bem-aventurados

1. O que Significa Ser Limpo de Coração

Amados irmãos, esta sexta bem-aventurança é muito rica e preciosa para todos os filhos de Deus. Pois ela fala da nossa vida ética e é uma promessa para os verdadeiros cristãos. Quem falou estas palavras foi o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, que declarou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. Esta declaração nos surpreende grandemente pela seriedade que ela foi proclamada pelo Senhor Jesus Cristo. Porque Ele diz que: “Bem-aventurados os limpos de coração”. Você já se perguntou o porquê de Jesus proclamar estas palavras? Você já percebeu como esta bem-aventurança confronta você sendo pecador? O que Jesus quer ensinar com essa declaração magnífica? Primeiro vamos observar duas palavras nessa bem-aventurança: “limpos” e “coração”. Vamos começar pela palavra ‘coração’. O coração é um órgão muito importante em nosso corpo. Pois ele tem a função de bombear o sangue do corpo para assim nos manter vivos. Porém, Jesus está usando esta palavra de uma maneira diferente. Ele está usando a palavra coração para falar da vida espiritual do homem. Pois a Bíblia fala do coração como o centro de todos os pensamentos, sentimentos, motivações, propósitos, ações e atos do homem. Por isso a palavra de Deus diz em Provérbios 4.23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Por que do coração procede as fontes da vida? Porque um coração que não tem Deus é um coração cheio de maldade. E um coração não regenerado leva a perdição eterna. Do coração procedem as fontes da vida quando ele está em Deus que é a vida. É nesse sentido que Jesus fala aqui nesta bem-aventurança do coração.
A palavra ‘limpos’ pode se referir ao ato de lavar as mãos ou nosso corpo quando tomamos banhos. Também pode se referir ao ato cerimonial que o sacerdote fazia antes de oferecer sacrifício ao Senhor. Ou quando o Senhor exigia a purificação do povo antes das guerras, ou antes, de alguma festa. Mas, o sentido que Jesus fala aqui é num sentido espiritual ou ético. Pois fala do homem com pureza de pensamentos, atos e sinceridade em seu relacionamento com Deus. O coração do adorador deve estar puro em sua adoração.
Porém, esse é o problema de toda raça humana! Pois lendo as Escrituras e vendo até mesmo nossos corações, ficamos chocados com as palavras de Jesus Cristo. Em Gênesis 6.5 diz: “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”. É o próprio SENHOR que está dizendo que “é mau todo desígnio do coração” do homem. Não existe nada de bom em nós. Não conseguimos pensar em nada que não seja para nosso beneficio próprio. Nós somos, por natureza, egoístas, mentirosos, corruptos e impuros. Jeremias 17.9 diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. O nosso próprio coração nos pega peças! Nos engana! Nos leva para longe do SENHOR! Porque está cheio de pecado! Esse foi problema de Isaías quando teve uma visão do Soberano SENHOR! Isaías diz: “ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Is 6.5). Ele ficou angustiado ao perceber que ele não passava de um pecador que pecava constantemente contra a majestade do seu Rei e SENHOR. E que ainda vivia em meio a um povo perverso que não busca ao SENHOR.
O apóstolo Paulo nos dá um quadro de morte de toda humanidade! Ele diz em Romanos 3.10-18: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos”. Quando sabemos de tudo isto e escutamos Jesus dizendo: “bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”, não causa em nós um desanimo? Como poderemos ver a Deus se nossos pés correm para derramar sangue? Se as nossas mãos estão cheias de sangue? Se nossos pensamentos são maus? Se nosso coração é impuro? Se nós somos totalmente impuros? Como veremos a Deus? Como contemplaremos a sua face?
Irmãos, esta sexta bem-aventurança do Senhor Jesus é uma citação do Salmo 24.4. Por isso para entendermos a sexta bem-aventurança é preciso interpretá-la a luz do Salmo 24. O Salmo 24 começa dizendo que ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela há, o mundo e os que nele habitam. O SENHOR é o criador e sustentador de todas as coisas existente no universo. A terra e tudo o que nela existe pertence ao SENHOR. Porque o SENHOR é o criador tanto das plantas como dos animais. Assim como também Ele é o criador do homem. E assim como a criação a sua maneira glorifica a Deus também o homem deve glorificar a Deus com sua vida. A vida do homem deve ser uma vida de culto a Deus. E este é o contexto do Salmo 24. O contexto do salmo fala do culto a Deus. A maneira como devemos nos apresentar perante Deus na adoração. Por isso o salmista está dizendo no verso 3: “Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar?”. O salmista está falando do templo em Jerusalém. Que literalmente os israelitas tinham que subir até o templo que ficava localizado em Jerusalém, que fica em cima de um monte. Então o salmista pergunta quem subirá e permanecerá no santo lugar, ou presença de Deus. Ele mesmo responde no verso 4: “O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente”. Aqueles que são limpos de mãos quer dizer as ações retas do adorador. Ele em tudo busca fazer o que agrada ao seu Senhor. Em busca viver em integridade. Porque o seu coração é puro. Não é um coração egoísta e cheio de pensamentos pecaminosos em prejudicar ao próximo e desprezar a Deus. Mas seus pensamentos são conforme a vontade de Deus e com desejos por justiça. Ele também não jura dolosamente invocando falsos deuses.
Lembrem-se que esta bem-aventurança fala da vida espiritual do povo de Israel. Ela é o centro da espiritualidade do povo de Deus. Pois ela toca na nossa vida prática, diária. As nossas ações devem combinar com a vontade de Deus revelada em sua palavra. Quem é limpo de coração? O Salmo 15 responde. Vamos abrir neste salmo e ler.
O homem por si só não pode ser limpo de coração. Ele não pode mudar seu estado de completa miséria. Mas é aí que vemos a graça de Deus na vida de seu povo. Ele regenera um povo para si. Ele penetra no mais profundo do coração humano e transforma o coração pecador em coração conforme a sua vontade. Um coração que é purificado pelo sangue de Jesus. Um coração guiado pelo Espírito Santo.
Quando isto acontece, é manifestado na vida diária do cristão! Ele vive com integridade no falar e no agir. Ele vive em santidade e amor sincero para com Deus e seus irmãos. Deus é o centro de sua vida. A cada dia ele pede mais e mais que o Senhor o dirija nos seus caminhos. Que o capacite a viver para Ele somente. Ele deseja que a palavra de Deus faça parte de sua vida. Ele não mais quer viver em impureza, mas em santidade quer viver.
Tudo ele consegue por causa de Cristo que purificou o seu coração. Por causa de Cristo podemos nos chegar na presença de Deus em nossa adoração. Como diz Hebreus 10.22: “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura”.
Você é limpo de coração? Será que o fruto do Espírito está em sua vida? Os seus irmãos podem ver isto em sua vida? Conforme a maneira que você vive, você verá a Deus? Porque esta é a promessa de Jesus Cristo para os limpos de coração. Aqueles que andam com integridade.
Isto nos leva ao segundo ponto.

2. Por que os Limpos de Coração São Bem-aventurados

A sexta bem-aventurança diz: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. Nós abemos que ninguém por natureza é limpo de coração. Isto já nos surpreende. Mas o que dizer do restante da bem-aventurança que diz: “porque verão a Deus”? Nós podemos ver a Deus? Em Colossenses 1.15 diz: “Este é a imagem do Deus invisível”. O texto diz que Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível. Em 1 Timóteo 1.17 diz: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!”. Como responder a pergunta: realmente vamos ver Deus face a face? Será que Deus tem uma forma? Deus não é espírito? Como podemos ver espírito?
Irmãos, não é porque Deus é espírito que significa que Ele não tenha uma forma. Em Êxodo 24.10-11 diz: “E viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia uma como pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Ele não estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; porém eles viram a Deus, e comeram, e beberam”. O texto diz que Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e os setenta dos anciãos de Israel viram a Deus e no verso 11 repete: “eles viram a Deus...”. Não vou entrar em detalhe sobre este assunto da forma de Deus. Apenas deixar bem claro para os irmãos que Deus tem uma forma. Mas que nós não sabemos qual é a forma de Deus. Pois Ele não nos revelou. Pelo contrário, Ele nos proibiu de tentar representá-Lo sobre qualquer tipo de forma.
O próprio Senhor Jesus Cristo diz em João 6.46: “Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto”. E em João 12.45 diz: “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou”. Também em João 14.9 diz: “Quem me vê a mim vê o Pai”. Esses textos mostram que Deus tem uma forma e que Jesus viu a forma de Deus. Porém, para nós é impossível vermos a Deus assim como Jesus o viu. Porque nós somos miseráveis pecadores. Se nós víssemos a Deus face a face morreríamos imediatamente. Porque Ele é totalmente santo e nós pecadores.
É por causa disso que Jesus promete: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. Aqueles que são limpos de coração verão a Deus face a face. Verão a forma de Deus. Mas isto somente acontecerá se Deus usar de sua graça na vida do pecador e lavar no sangue do cordeiro, Jesus Cristo. Somente aqueles que amam a Cristo podem ver a Deus. Em Apocalipse 21.3 diz: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles”. Vamos morar com Ele e veremos a Ele e como Ele é. Levaremos uma eternidade para contemplarmos a Deus. Essa é uma bênção que Jesus reservou para nós amados irmãos.
Amém.

Mateus 5.7: Bem-aventurados os Misericordiosos


Leitura: Mateus 18.23-35                     Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.7                                São José 21-09-2008

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

O nosso Senhor Jesus Cristo declarou em Mateus 5.7 o seguinte: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Claramente o Senhor Jesus Cristo está tratando do coração humano. Pois Ele condena uma religião superficial e exterior cheia de hipocrisia. Ele está ensinando que cristianismo não é algo superficial. Cristianismo vem de dentro do coração de um homem transformado pelo poder do Espírito Santo. Pois o cristianismo trata da maneira como os cristãos devem viver perante o seu Senhor. O cristianismo afeta todas as áreas da vida de um cristão. O cristão tem que se adaptar ao novo sistema de vida. Esse sistema de vida nós encontramos claramente descrito nas Sagradas Escrituras. Esse padrão de vida é exigido para todos que querem viver como servo de Jesus Cristo. Por isso uma das virtudes de todos aqueles que querem viver para Cristo é a misericórdia na vida do cristão. O cristão deve ser misericordioso. Assim como Deus é misericordioso. Deve ser imitador de Deus Pai.
E é sobre este assunto que eu irei pregar nesta noite no seguinte tema:

Tema: Bem-aventurados os Misericordiosos
1. Quem São os Misericordiosos
2. Quem Alcançará Misericórdia

1. Quem São os Misericordiosos

O que é misericórdia? O que significa ser misericordioso? Misericórdia é sempre um favor feito a alguém que estar necessitado de algo. É ajudar sem esperar receber nada em troca. ‘Misericórdia é ver um homem sem alimento e lhe dar comida. Misericórdia é ver uma pessoa implorando amor e lhe dar amor. Misericórdia é ver alguém solitário e lhe fazer companhia. Misericórdia é atender às necessidades, não apenas senti-las’. É sobre esta misericórdia que Jesus está falando aqui nesta bem-aventurança.
Irmãos, Jesus está ensinando algo desconhecido naquela época. Tanto os judeus como os romanos desconheciam a misericórdia. O sistema religioso dos judeus era cruel. Eles eram orgulhosos, egocêntricos, hipócritas e acusadores. O que Jesus estava dizendo realmente os atingiu no seu modo de vida. Porque os judeus não se importavam com ninguém. Eles gostavam de viver apenas de aparência. Seu sistema religioso tratava apenas o exterior do homem. Apenas a sua aparência diante dos homens. Nunca tratava do interior, o coração do homem. Aparentemente diante dos homens eram pessoas extremamente religiosas e que cumpriam a lei ao pé da letra. Mas essa não era a realidade dos judeus da época de Jesus. Eles estavam bem distante da realidade que a palavra de Deus exige do homem.
Quando João Batista surgiu pregando e batizando no rio Jordão, apareceu alguns fariseus e saduceus para ver o que João estava fazendo. Então João Batista disse para eles em Mateus 3.7-9: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”. João Batista conhecia muito bem aqueles homens sem coração. Aqueles homens não usavam de misericórdia para com ninguém. Eles confiavam na sua linhagem para ser salvo. Eles diziam: Nós temos por pai a Abraão! Em outras palavras eles estavam dizendo que o céu já estar garantido para eles por serem descendentes de Abraão. Mas João Batista disse: “porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”. João deixou bem claro que não basta ser descendente de Abraão. É preciso andar nos mesmos passos de Abraão. É preciso ser fiel a Deus como foi Abraão. É preciso desprezar o mundo e seus encantos e viver por fé em Deus somente. Abraão é chamado de o pai de todos os crentes. Isso mostra como ele viveu para Deus e com Deus. Foi pela fé que Abraão obedeceu a Deus e creu em suas promessas. Abraão era um homem de fé e confiança nas promessas de Deus. Esses passos os judeus deveriam seguir e não confiar a árvore genealógica da sua descendência. É preciso ter fé!
Como também hoje! Não basta apenas ser membro da igreja. Tem quer ser fiel! Tem que mostrar fidelidade na sua vida diária. Cristianismo não é apenas uma questão de domingo. Mas é uma questão diária. Que afeta toda a vida de um homem ou mulher. Essa mudança leva o homem ou a mulher a amar a Deus acima de qualquer coisa. A querer fazer a vontade de Deus. A querer ler a palavra de Deus e a escutá-la. O cristão quer dar o melhor para o Deus de sua vida e não o resto. Ele se santifica para agradar a Deus. Não é hipócrita, mas verdadeiro adorador. É isso o que Deus quer de cada um de vocês que estão aqui.
Irmãos, os judeus eram realmente cruéis! Eles criaram tradições que anulavam os mandamentos de Deus. Eles diziam: “se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; esse jamais honrará a seu pai ou sua mãe” (Mt 15.5-6a). Eles ensinavam que os filhos poderiam ficar livres de usar de misericórdia para com seus pais. Se os pais dissessem que estava precisando de comida ou qualquer outra necessidade, os filhos apenas precisavam dizer que não podiam ajudar, pois com o que poderiam ajudar é oferta do Senhor. Com esse ensino os judeus estavam ensinando o povo a quebrar a lei de Deus por causa de suas tradições. Por isso o Senhor Jesus disse: “assim invalidastes a palavra de Deus, por causa de vossa tradição” (Mt 15.6b). Jesus também censura os fariseus por causa de hipocrisia em servir a Deus. Jesus diz em Mateus 23.27-28: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade”. Assim era o coração dos judeus! Seus corações eram como um sepulcro que foi pintado. No exterior está bonito, mas no interior há ossos de pessoas mortas. Assim eram os judeus. Viviam de aparência aqueles que se diziam os ‘doutores da lei’. Não havia vida nem amor. Não havia piedade nem misericórdia.
Semelhantemente aos judeus havia os romanos com seu sistema filosófico. Um filósofo romano disse que a misericórdia era ‘uma enfermidade da alma’, um sinal de fraqueza. Os romanos exaltavam a justiça, a coragem, a disciplina e o poder; eles desprezavam a misericórdia. Por exemplo: quando uma criança nascia no império romano, o pai tinha a autoridade paterna. Ou seja, se ele quisesse que o recém-nascido vivesse, levantava o polegar. Se quisesse que ele morresse, baixava o polegar e a criança imediatamente era afogada. Então, tanto para os judeus como para os romanos, a misericórdia era algo desconhecido em seus sistemas religiosos e filosóficos. Com certeza o que Jesus estava falando atingiu em cheio a religião judaica. Pois o que Jesus estava falando ia de encontro à religião dos judeus. Que era uma religião sem a mínima misericórdia.
Jesus aqui não está falando de uma misericórdia mundana. Aquela misericórdia que diz: use de misericórdia para com os homens e eles usarão de misericórdia com você! A misericórdia que Cristo ensina estar acima destas idéias mundanas. A misericórdia que Jesus fala é uma virtude da bondade de Deus na vida cristã. Pois a misericórdia é uma dádiva que o cristão recebe de Deus. Ela se espelha na misericórdia de Deus na vida do homem. Deus usa de misericórdia sem esperar receber algo em troca. Ele usa de misericórdia para com seu povo. Porque Ele viu a nossa necessidade. Ele olhou e viu nosso estado de miséria. A nossa divida era imensa. Ele pagou em nosso lugar enviando seu Filho Unigênito como pagamento de nossa divida. Um bom exemplo da misericórdia de Deus podemos ver na parábola do credor incompassivo.
Existia um homem que devia dez mil talentos. Não sabemos como esse homem chegou a acumular uma divida tão alta assim. Se calcularmos um talento como o equivalente a mil reais, a soma seria equivalente a dez milhões de reais, divida esta impossível de ser quitada. Porém, o servo não tinha com que pagar sua divida. Então, o rei mandou vender o servo, juntamente com sua esposa e filhos e tudo o que possuía, até que o pagamento fosse efetuado (Mt 18.25). O rei é severo em seu julgamento. O servo tem que devolver o que pegou dos cofres reais. Contudo, não há como aquele servo pagar tamanha divida. Ele está em completa miséria perante o rei. O que o servo faz? No verso 26 diz: “Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei”.
Ele caiu de joelho implorando misericórdia. Preste atenção ao que o servo disse: “Sê paciente comigo, e tudo te pagarei”. Ele pede paciência ao rei. Mas o rei sabe que ele não tem nenhuma condição de pagar a divida. Nem se trabalhar a vida toda para isso. O rei deveria saber que ele jamais poderia cumprir tal promessa. O que não faz um homem a fim de escapar de uma horrível situação! O estado calamitoso daquele servo comoveu o coração do rei que o mandou embora e perdoou-lhe a imensa divida (Mt 18.28). Veja como o rei foi misericordioso. Pois perdoou uma divida imensa de um servo negligente para com seu rei. Ele olhou para aquele servo e teve compaixão. Assim aconteceu conosco pecadores. Deus olhou para nós e teve compaixão de nós. Ele usou a sua misericórdia de uma maneira sublime. Ele não perdoou uma divida material. A nossa divida era maior que a divida daquele servo de dez mil talentos. A nossa divida era o pecado. O pecado cometido contra a sua suprema majestade. Nós desprezamos a sua majestade. Mas mesmo assim Ele matou o seu Filho para pagar nossa divida. Ele derramou toda a sua ira sobre seu amado Filho. Condenou o seu Filho por amor de nós. Essa é a misericórdia que Jesus está falando aqui. Uma misericórdia que se compadece do que estar necessitado. Uma misericórdia que é capaz de suprir as necessidades daqueles que estão sofrendo. Por que usamos de misericórdia para com o próximo? Porque Deus já usou de misericórdia para conosco. Ele já nos salvou perdoando a nossa divida. Então, por amor a Deus – nós como seus filhos – vamos usar de misericórdia para com o nosso irmão que necessita de algo. Essa misericórdia pode ser alimento, água, palavras de consolo e conforto; fazer companhia a quem estar solitário. Isso é usar de misericórdia. São nas coisas mais simples que nós podemos ver as virtudes de Deus em nós para o bem do nosso irmão ou nosso próximo. Quando fazemos isto estamos fazendo ao próprio Cristo. Porque o misericordioso faz isto por gratidão a Cristo. Essa é uma virtude que todos vocês devem cultivar em suas vidas cristãs.

2. Quem Alcançará Misericórdia

Quem alcançará misericórdia será aquele que usar de misericórdia. Aquele que olhou para a misericórdia de Deus em sua vida e quer imitar seu Pai celeste. Uma misericórdia que não espera receber algo em troca. Aqueles que não usarem de misericórdia serão condenados e não alcançarão misericórdia de Deus. A parábola do credor incompassivo mostra isso claramente. Aquele servo foi perdoado de uma divida imensa. Mas ele não perdoou um conservo seu que lhe devia cem denários. Um denário equivaleria hoje a dez reais. A soma equivaleria a mil reais. Mas aquele servo que recebeu o perdão de uma divida imensuravelmente maior, não usou de misericórdia para com seu conservo. Quando o rei ficou sabendo do ocorrido mandou lançá-lo na prisão. Assim será com aqueles que não usam de misericórdia para com seu irmão e próximo. Como Tiago 2.13 diz: “Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia”.
Somente alcançará misericórdia quem tiver um coração igual ao coração de Deus. Como o Senhor Jesus Cristo ensinou: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso pai vos perdoará as vossas ofensas”.
No dia do juízo final Jesus dirá: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.34-40).
Assim os verdadeiros cristãos alcançarão misericórdia do Senhor Jesus Cristo. Quando imitarem a misericórdia de Deus em suas vidas.
Amém.

Mateus 5.6: Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça


Leitura: Filipenses 3.2-11; Apocalipse 7.9-17             Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.6                                                        07-09-2008

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

Devemos ter em mente que Jesus é o Rei dos reis e que está falando para os seus súditos. Ele não está tratando de assunto de um reino terreno e temporal. Mas está tratando de assunto de um reino espiritual e eterno. Ele exige neste reino que os seus súditos se submetam em vida e conduta. Por isso no seu sermão do monte, Ele está ensinando o caminho para entrar em seu reino. Não é qualquer um que pode entrar e nem de qualquer maneira. Primeiramente para entrar no seu reino o pecador deve reconhecer que é pobre de espírito. Que não tem nada para oferecer a Deus. Deve reconhecer que precisa da graça de Deus para ser salvo. Em seguida deve chorar por causa de seus pecados. Que não passa de um maldito pecador e correr em direção a Deus em busca de perdão. Ele chora quando peca contra a lei de Deus. Mas encontra perdão em Cristo. Depois deve ser manso de espírito. Mansidão essa que agrada a Deus. Mansidão que é diferente de fraqueza. Em seguida deve ter fome e sede de justiça. Prestem atenção que Jesus está tratando com o coração dos homens. Os homens precisam se arrepender de seus pecados. Precisam deixar a velha vida e buscar a nova vida em Cristo. Essa nova vida busca as coisas do reino de Deus. E essa busca o pecador sente já tendo fome e sede de justiça. E é exatamente sobre este assunto que irei pregar hoje.

Tema: Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça
1. Que Justiça é Essa Que Jesus Fala
2. Por que os Bem-Aventurados Serão Fartos

1. Que Justiça é Essa Que Jesus Fala

Irmãos, a justiça que Jesus está falando é diferente da justiça do mundo. A justiça do mundo é uma justiça fraca e corrupta. Ela não está centralizada em Deus. Porque a justiça deste mundo busca em primeiro lugar satisfazer as necessidades do homem. O homem busca a sua própria justiça em coisas passageiras que não satisfazem a sua alma. Busca por uma justiça carnal e não por uma justiça espiritual. Quando falo em justiça espiritual estou me referindo a justiça que vem de Deus. Pois o homem tenta satisfazer sua alma com coisa que matam a alma. Pois Jesus está dizendo que: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça” (Mt 5.6). Jesus está dizendo que aqueles que têm fome e sede de justiça são bem-aventurados. Bem-aventurados não é apenas estar feliz. Vai mais além do que uma simples felicidade. Ser bem-aventurado é receber as bênçãos de Deus. É receber alguma coisa imerecida da parte de Deus. Davi nos mostra isso claramente no Salmo 32. Esse Salmo foi composto por Davi depois que ele confessou o seu pecado de adultério. Ele arrependido de ter pecado contra a majestade de Deus, mas depois do arrependimento ele declara: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em espírito não há dolo” (Sl 32.1-2). Veja que Davi não está dizendo que ele é bem-aventurado porque é uma boa pessoa. Não, pelo contrário! Ele diz que é bem-aventurado porque recebeu o perdão de Deus. Cujo pecado o SENHOR perdoou por pura graça. Ele é bem-aventurado porque é o SENHOR quem o declara bem-aventurado. Ele recebeu o perdão de Deus. Uma dádiva imerecida da parte de um Deus que abomina o pecado. Que não aceita o pecador em sua presença sem que antes seja perdoado por Ele mesmo através do Seu Filho Amado, Jesus Cristo.
Esta justiça é imputada ao pecador por Deus. Nós vemos em Gênesis 15.6 falando de Abraão: “ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça”. O SENHOR foi quem deu a sua justiça a Abraão. O SENHOR converteu primeiramente Abraão e depois lhe deu a sua justiça. É uma justiça imputada e sem mérito algum. Nenhum homem é justo diante de Deus. Nenhum homem consegue guardar a lei de Deus perfeitamente. Porque não passa de um pecador vil e fútil. Como diz Isaías 64.6: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam”. Como também diz Jeremias 2.22: “Pelo que ainda que te laves com salitre e amontoes potassa, continua a mácula da tua iniqüidade perante mim, diz o SENHOR Deus”. O homem é incapaz de fazer sua própria justiça. Ele está totalmente morto em delitos e pecados. Não há nada de bom no homem. Apenas corrupção em cima de corrupção. Nenhum mero humano pode ser capaz de agradar a Deus com seus sacrifícios e com suas boas obras. Ele não faz nada de bom que possa agradar ou satisfazer a sua justiça. Não há esperança no homem. Nenhuma esperança no próprio homem para satisfazer a justiça de Deus estipulada em sua lei. Pois se alguém merecesse a salvação por cumprir regras, essa pessoa era o apóstolo Paulo. Ele era realmente um homem zeloso, mas sem entendimento antes de sua conversão. Ele confiava em sua força para ser salvo. Mas depois de sua conversão ele declara em Filipenses 3.4-6: “Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há não lei, irrepreensível”. Quando foi convertido pelo Senhor Jesus, ele declara: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor a Cristo do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo” (Fp 3.7-8). Paulo viu quão fútil era sua vida sem Cristo. Quão inútil era sua força e justiça própria para ser salvo. Quando ele percebeu que sem Cristo não há justiça diante de Deus, ele correu para Cristo e não mais confiou na carne. Mas na justiça decorrente da fé em Cristo.
É nessa situação que entra em cena o nosso Redentor, Jesus Cristo. Jesus Cristo deixou o seu lar celestial para vir a terra. Assumindo a figura de homem e morrendo na cruz. Ele satisfez o que nenhum homem pôde satisfazer. Como diz Isaías 53.4-5: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, pelas suas pisaduras fomos sarados”. Cristo se fez nossa justiça. Ele próprio nos concede a sua justiça. Porque “o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Agradou ao SENHOR moê-lo por causa de nossos pecados. Todavia, a sua perfeita obediência nos é dada por imputação. Ele é nossa justiça. Por isso Davi pôde declarar: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em espírito não há dolo” (Sl 32.1-2). E Jesus Cristo sabia muito bem dessa verdade. Porque Ele é o nosso Redentor. O nosso substituto. Aquele que iria morrer na cruz do Calvário pelos pecados de seu povo. É essa justiça que Ele está falando aqui em Mateus 5.6: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Os verdadeiros cristãos são bem-aventurados porque recebem o perdão dos pecados em Cristo. Eles sabem que não precisam cumprir a lei para satisfazer a justiça. Porque Jesus Cristo fez isto por eles. Cristo morreu e deu a sua justiça a seus fiéis. Eles sabem que podem agora chegar diante de Deus sem medo. Porque quem estar do lado do Pai celeste é o seu Redentor. Aquele que redimiu pecadores perdidos. Aquele que tomou seu lugar na cruz do Calvário. Por esta causa o cristão é bem-aventurado! Ele não fica mais se matando porque ainda é um pecador. Pois ele sabe que em Cristo seu velho homem já foi crucificado e morto.
E o homem renovado no poder do Espírito – que é bem-aventurado – ele tem fome e sede de justiça. Isso tem haver com a vida ética do cristão. É essa justiça que Cristo também está falando aqui. Não é apenas a justiça por imputação, mas também na vida diária do cristão. O seu comportamento perante os homens. O cristão não se contenta com as coisas deste mundo passageiro. Ele não coloca seu coração nas coisas terrenas. Pelo contrário, ele se eleva acima das coisas terrenas e busca as coisas do reino de Cristo. Porque o homem foi criado para Deus. Ele fora criado para viver com Deus e se satisfazer em Deus. O homem busca satisfazer seus desejos mais íntimos do coração. Só que ele não consegue encontrar essa satisfação no mundo. Não encontra algo que possa satisfazer seus desejos mais íntimos. Porque ele foi criado para se satisfazer em Deus e com Deus. Tudo o que o homem constrói ou busca, não passa de vaidade. Não satisfazem seu coração. Um ladrão nunca está satisfeito em roubar uma única vez. Alguém que comete relações sexuais ilícitas ou adultério, não se satisfaz com um pouco. Ele sempre quer mais e mais. É como o fogo que não se satisfaz enquanto tem lenha para queimar. Assim é o homem que tem seu coração longe de Deus. Longe do Deus vivo. Longe daquele que formou o seu coração. Por isso Jesus está dizendo: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”.
Aquele que recebeu o perdão dos pecados ele tem fome e sede de justiça. Jesus para mostrar a importância da justiça na vida ele fala de “fome” e “sede”. Quando nós estamos com fome nós procuramos saciar nossa fome e quando estamos com sede fazemos o mesmo. Só que Jesus não fala de uma simples fome ou uma simples sede. Mas de uma fome e de uma sede que consome o ser humano. Jesus está dizendo: “bem-aventurados os que estão famintos e sedentos de justiça”. O cristão deve ansiar por justiça em sua vida. Porque ele quer ser parecido com seu Pai celeste. Ele não se contenta com uma vida meia cristã e meia mundana. Pelo contrário, ele quer ter uma vida completamente cristã. Veja que Jesus fala de duas coisas necessárias aos homens: fome e sede. São duas necessidades que surgem constantemente na vida humana. Assim deve ser o desejo do cristão por justiça. Ele não se acomoda com uma vida meia cristã. Com sua própria justiça. Mas ele busca viver conforme um cidadão do reino. Não vive de aparência como viviam os fariseus. O cristão vive conforme o evangelho de Jesus Cristo. Ele busca fazer o melhor para honrar e glorificar a seu Senhor. Ele despreza as futilidades do mundo. Porque ele busca em primeiro lugar o reino de Cristo. Ele é como o salmista no Salmo 42.1-2: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”. Não basta ter apenas fome e sede de justiça. Você precisa está morrendo por esta justiça, que é Cristo. Você precisa de Cristo para sobreviver.
Essa justiça deve afeta sua vida em todas as áreas. A sua vida deve mostrar que você é de Cristo. Que você está salvo em Cristo Jesus. Que você é um morador do reino celestial. Que a sua vida mostra a grandeza de Deus. Por isso ele busca a justiça do reino em sua vida. Uma vida ética, ou seja, uma vida de santidade perante Deus e os homens. Porque sem santidade ninguém poderá se aproximar de Deus e nem entrar em sua santa presença. Por isso o cristão busca a justiça do reino. Essa justiça faz com que o cristão glorifique a Deus em primeiro lugar em sua vida. Os descrentes devem ver Deus na vida do cristão e glorifique a Deus. Deve desejar e ter a justiça do reino para não ficar ansioso na vida. Pois quem tem a justiça do reino não fica preocupado com a maneira como Deus cuida dele. O cristão sabe que deve lutar para construir a sua vida. Mas ele não fica colocando seus desejos em primeiro lugar – mesmo que seja um desejo legítimo. Ele se coloca debaixo da vontade de Deus e espera no Senhor com toda a sua vida. Ele não alimenta um desejo sexual ilícito. Mas deseja desfrutar da vida sexual dentro do casamento conforme a vontade de Deus. Ele não despreza a vida de oração. Pelo contrário, dia-a-dia ele busca ao Senhor em oração. Se coloca de joelho e ora em total submissão ao Salvador. Ele não despreza a comunhão da igreja. Pelo contrário, ele busca mais e mais está com a igreja quando esta estiver reunida. Ele quer se sentir cada vez mais pertencente a família de Deus. Ele está sempre disposto a amar a seu irmão. Assim como Deus o amou, assim ele ama a seu irmão. Ele deixa a mentira e fala a verdade. Todas as coisas fazem parte da vida cristã. Ele vive diferente do mundo. Ele vive para Deus somente. Seu coração repousa em Deus e sua grande alegria é fazer a vontade de Deus Pai.
Será que isto é uma realidade em sua vida? Será que nesta vida você busca a justiça de Cristo? Ou será que você não busca uma vida de retidão? Será que você dia-a-dia sente mais e mais fome e sede de justiça? Se sente esse desejo constantemente em sua vida é porque você é um filho do reino. Mas se você não sente esse desejo em sua vida, pode significar que você não faz parte do reino de Cristo. Porque aqueles que buscam a justiça de Cristo serão fartos.
Isso nos leva ao segundo ponto.

2. Por que os Bem-Aventurados Serão Fartos

Irmãos, ter fome e sede de justiça é a meta de todo verdadeiro cristão. Ele não se satisfaz com os prazeres deste mundo. Neste mundo os homens sentem desejos de se satisfazer através de sexo ilícito; através de bens materiais; através de dinheiro; boa saúde e muitas coisas que satisfazem seus desejos pecaminosos. Mas a justiça que o cristão deve buscar é a justiça do reino de Deus. Ele não fica satisfeito com uma mera justiça superficial. Ele deseja a justiça de Cristo que é infinita em todos os sentidos da palavra. É uma justiça que muda todo o seu ser. Que muda toda sua vida. Uma justiça que vem dos céus e não da terra. Uma justiça que é imputada por Deus ao pecador regenerado. E por isso o cristão deve ser como diz o salmista: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42.1-2). É a fome e sede do Deus vivo. Uma necessidade constante na vida cristã. Todos os cristãos desejam a justiça de Deus. Eles sempre querem mais e mais. Ele sente desejo de escutar a palavra de Deus, como Amós 8.11 diz: “Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei a fome sobre a terra, não de pão, nem de sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR”. A vontade do cristão é fazer a vontade de Cristo e não a sua própria vontade. Essa satisfação só encontramos em Cristo. Cristo é a satisfação do cristão, como ele mesmo diz em João 6.35: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. Somente nEle temos satisfação. Somente nele seremos fartos como Jesus disse na bem-aventurança. É um desejo que cresce constantemente na vida do cristão. Jesus diz: “se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37). Ele diz que será o nosso alimento e a nossa bebida. Ele satisfará as necessidades do cristão.
Mas, aqueles que serão fartos da justiça não são todos os homens. Apenas aqueles que confiam as suas vidas ao Salvador Jesus Cristo. Só são bem-aventurados aqueles que foram perdoados pelo Senhor Jesus Cristo. Aqueles que nasceram do Espírito Santo. Aqueles que morreram para o mundo e vivem para Cristo. Por isso esse desejo aumenta dia após dia por ter a Cristo em sua vida. Em Cristo o cristão é satisfeito. Porém, esse desejo continua aumentando. Por quê? Porque somente será satisfeita totalmente no futuro quando Cristo voltar.
Em Apocalipse 7 encontramos uma descrição da multidão de cristão glorificado diante do trono de Deus. Eles estão prostrados e cantando ao Senhor. Eles estão vestidos de vestes brancas, porque foram lavados no sangue do Cordeiro. Eles estão cantando acerca da salvação e domínio do Senhor Jesus Cristo. Um ancião tomou a palavra e perguntou a João: Quem são estes de vestes brancas e de onde vieram? João responde: não sei quem são estes e de onde vem. O ancião respondeu no verso 14 em diante do capítulo 7: “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo”. Os cristãos que tem sede e fome de justiça estarão na presença de Deus. Deus estenderá sobre eles o seu tabernáculo, ou seja, a sua morada sobre os cristãos que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro de Deus. Mas vejam o verso 16 do capítulo 7 o que diz: “JAMAIS terão fome, NUNCA mais terão sede”. Por quê? O verso 17 responde dizendo: “pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima”.
Irmãos, nós que temos fome e sede de justiça seremos plenamente satisfeitos no dia quando Cristo nos levar para Ele. Naquele dia Ele será tudo em todos. Não necessitaremos de ter a Cristo como agora. Porque Ele estará presente conosco. Vamos cear pessoalmente com o Cordeiro de Deus. Teremos Ele completamente. Ele que é nossa justiça. Assim haverá júbilo para todo o sempre.
Amém.

Mateus 5.5: Bem-aventurados os Mansos


Leitura: Salmo 37                                 Pr. Alexandrino
Texto: Mateus 5.5                                São José 01-06-2008

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo!

Ser cristão é ser diferente das pessoas descrentes. É ser o oposto de todos aqueles que não vivem conforme a vontade de Deus revelada nas Sagradas Escrituras. É refletir a imagem do Criador. As virtudes de Deus devem ser vistas na vida de um verdadeiro crente. E é exatamente isto que o Senhor Jesus Cristo está fazendo aqui no nosso texto. Ele quer que sejamos semelhantes a nosso Pai Celeste. Por isso em seus ensinos Ele enfatiza que o cristianismo deve moldar a vida do homem. Ele deve deixar as obras das trevas. Porque quando Paulo diz em Efésios 4.24: “e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”, ele está falando para crentes que foram crucificados com Cristo e por isso não devem alimentar a carne. Então ele continua: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4.25-31). Essas são obras das trevas e não devem existir na vida cristã. Prestem atenção na terceira bem-aventurança. O Senhor Jesus Cristo diz: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. Essa é uma virtude que nós devemos cultivar em nossas vidas. Mas o que é ser manso?
Quero pregar a palavra de Deus nesta noite no seguinte tema:

Tema: Bem-aventurados os Mansos
1. O Que Significa ser Manso
2. Por que os Mansos são Bem-aventurados

1. O Que Significa ser Manso
Irmãos, o Senhor Jesus Cristo quando estava pregando declarou: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. Por que o Senhor Jesus Cristo disse que bem-aventurados são os mansos? O que significa ser manso em nosso texto? Ser manso conforme as Sagradas Escrituras é diferente da maneira que o mundo define como uma pessoa mansa. Mansidão para o mundo é sinônimo de fraqueza. Manso também não é uma pessoa que se curva a vontade dos outros. Nem é ter medo. Não é falta de personalidade e nem de convicção. Mas o que é mansidão? Quando Jesus diz que “Bem-aventurados os mansos”, Ele estava citando o Salmo 37 e por isso para fazer justiça às palavras de nosso Mestre Jesus Cristo, faremos bem derivando desse salmo o significado de mansidão. Devemos entender que o que Jesus está ensinando aqui é baseado nas Escrituras do Antigo Testamento. Pois Ele não está ensinando coisas novas ao povo de Israel. Mas apenas está dando uma interpretação correta da palavra de Deus. Ele está dando óculos ao povo para enxergar as maravilhas da sua palavra. E não ficar a mercê das más interpretações dos líderes judeus que a interpretavam conforme as suas tradições legalistas. Desviando a atenção do verdadeiro sentido da palavra e da vontade do Senhor para a vida do povo. Por isso, quando Jesus declara: Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”, Ele está se baseando no Salmo 37 e tirando deste salmo o significado de ser manso. O Salmo 37.11 diz: “Mas os mansos herdarão a terra”. Então, vamos ver conforme este salmo o significado de ser manso.
O Salmo 37 nos ensina a não ficarmos indignados com a prosperidade dos ímpios, como diz o verso 1: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade”. Essa é a atitude de alguém que não confia em Deus. Seu prazer estar em torno deste mundo. Os ímpios buscam alcançar seus objetivos passando por cima das pessoas. Não se importam com nada nem com ninguém. Por isso o salmista está nos instruindo a não sermos como os ímpios. Ele nos ensina a não termos invejas das prosperidades dos ímpios. Não devemos pensar que Deus olha para o perverso e não olha para seus servos. Que Deus concede bens aos ímpios e não aos justos. Isto é um perigo que todos os crentes enfrentam. O perigo de questionar a bondade de Deus em sua vida por causa da prosperidade dos ímpios. E qual deve a nossa atitude como crentes? O Salmo 37.3-7 responde esta pergunta da seguinte forma: “Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia. Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios”. Isto é ser manso no sentido que Jesus ensina em sua bem-aventurança.
Essas são virtudes que um crente deve demonstrar em meio às opressões e injustiças deste mundo. Este salmo faz um contraste entre os filhos de Deus e os ímpios. Enquanto os ímpios vivem longe de Deus e praticando perversidade neste mundo, os justos ou mansos vivem confiando em Deus apesar de todas as injustiças sofridas. Os justos levantam suas cabeças para o céu e olham para seu Criador e SENHOR. Pois eles dependem unicamente de Deus e sua vontade. O Salmo 37 diz que os mansos são: no verso 1: “os que confiam no SENHOR”; no verso 4 “os que se agradam do SENHOR”; no verso 5 “que entregam seus caminhos ao SENHOR”; no verso 7 “que descansam e esperam no SENHOR”; no 8 “os que deixam a ira e o furor”; no nervo 11 “herdarão a terra”; são chamados de ‘justos” nos versos 12 e 16. Irmãos, os mansos são chamados de várias maneiras neste salmo. Mas todas essas maneiras mostram que os mansos confiam em Deus. Dependem dEle para sobreviver na terra e no futuro.
Davi nos ensina a não sermos como os ímpios. Os ímpios não se importam com ninguém neste mundo. Ligue a televisão e vocês verão os ímpios praticando maldades. Até mesmo os mocinhos da história se vingando porque sofreu. Pagando na mesma moeda. Mas Davi diz que nós não devemos ser assim. Devemos ser diferentes das pessoas do mundo. Os mansos preferem sofrer danos ao invés de causá-lo. Preferem sofrer ao invés de fazer as pessoas sofrerem. Porque eles olham para Jesus Cristo em suas vidas. Mansidão não é impotência. Lembrem-se de Jesus que se esvaziou, deixando sua glória no céu, para se humilhar. Para ser maltratado. Irmãos, Jesus Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.3-5). Ele se deitou na manjedoura em Belém na nossa carne. Ele deu a Sua vida, tendo muitos a desprezá-Lo e a rejeitá-Lo. Ele se deitou no chão e se tornou um verme e não um homem, no jardim de Getsemani. Ele abriu mão dos Seus sentimentos, quando Seus próprios discípulos o abandonaram e fugiram. E, quando a brutal flagelação começou, enquanto o chicote dos Seus cruéis carrascos abriam Suas costas, Ele ficou em silêncio. Como ovelha muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a boca. Ele não revidou contra aqueles perversos. Ele não ameaçou a nenhum deles, como diz 1 Pedro 2.21-24: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,  carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”.
Irmãos, este é o maior exemplo de vida de um homem manso. Ele dependia, confiava e esperava unicamente no seu Pai. Ele morreu para que você possa seguir os seus passos. Pois Ele já morreu para libertá-lo do domínio do diabo e do pecado. Por isso esse ensino de Jesus deve afetar a nossa vida de tal maneira que Deus seja glorificado pela vida que levamos. Mas, como colocar em prática em minha vida essa mansidão? Romanos 13.8-9 nos ensina a colocarmos em prática essa mansidão da seguinte forma: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. E no verso 10 ainda diz: “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. A mansidão em nossa vida busca o bem do próximo e não o seu mal. Porque o amor de Jesus Cristo está em nosso coração. Em Efésios 4.1-2 diz: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”. Isso você deve colocar em prática para ser manso.
O apóstolo Paulo ainda continua dizendo: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.3-6). Desafio a todos vocês a serem mansos de coração. A refletirem o amor de Cristo em suas vidas. A seguir o que Jesus ensinou. Não sejam mansos apenas de palavras, mas de fato e de verdade. Sejam praticantes da palavra de Deus.

2. Por que os Mansos são Bem-aventurados

Por que os mansos são bem-aventurados? Em primeiro lugar, quero dizer que não são bem-aventurados por seus méritos. Mas pela graça de Deus é que são bem-aventurados. Os mansos vivem sofrendo angustias, sofrimentos e injustiça. Os ímpios não fazem caso dos que confiam no Senhor. E a tendência é acharmos que vale apenas sermos mansos como o Senhor Jesus Cristo nos ensinou. Achamos que é inútil cultivar esta qualidade maravilhosa em nossas vidas. Davi passou pelo mesmo perigo de achar que não adiantaria nada ser manso neste mundo. Mas ele não olha para si mesmo. Ele olha para Deus e suas promessas. Leiam bem o Salmo 37 e vocês verão que Davi confiava nas promessas de Deus. O verso 9 diz: “Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra”. E no verso 11: “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz”.  Os mansos herdarão a terra! Como? No Antigo Testamento podemos ver o SENHOR expulsando as nações e dando a terra prometida, Canaã. Uma terra que manava leite e mel. Mas, hoje não é da mesma maneira. Porque quem confia no Senhor Jesus Cristo e busca o seu reino em primeiro lugar já é herdeiro do reino de Cristo.
Enquanto os perversos vivem em seus pecados de não querer obedecer a Deus, o Espírito Santo diz: “Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás. Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz. Trama o ímpio contra o justo e contra ele ringe os dentes. Rir-se-á dele o Senhor, pois vê estar-se aproximando o seu dia. Os ímpios arrancam da espada e distendem o arco para abater o pobre e necessitado, para matar os que trilham o reto caminho. A sua espada, porém, lhes traspassará o próprio coração, e os seus arcos serão espedaçados. Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios. Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas os justos, o SENHOR os sustém” (Sl 37.9-17). “Aqueles a quem o SENHOR abençoa possuirão a terra” (Sl 37.22). “O SENHOR firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão” (Sl 37.23-24).
Irmão, é para você esta promessa de herdar a terra. É para você que confia no Senhor. Que prefere sofrer em vez de fazer as pessoas sofrerem. Você que é uma nova criatura criada a imagem do Deus unigênito. Como diz o profeta Sofonias 2.3: “Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão”. Faça isso e você saberá que é um herdeiro das promessas de Deus. Porque Ele dá vida aqueles que buscam em primeiro lugar o seu reino.
Amém.