domingo, 16 de novembro de 2014

Dia do Senhor 38: A Obrigação e a alegria do Dia do Senhor

       Leitura: Hebreus 4.1-16                       Pr. Alexandrino
       Texto: Dia do Senhor 38                              

       Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo,

      O Dia do Senhor é um dia especial. É um dia em que o povo de Deus – redimido no sangue de Jesus Cristo – se reúne para cultuar a Deus. É um dia onde o próprio Senhor Deus está convocando seu povo para lhe dar culto e ser instruído por Ele mesmo através da pregação da palavra. Porque Ele mesmo vem se encontrar com o seu povo de uma forma especial no culto solene.

       Porém, o Dia do Senhor não é honrado como deveria ser e nem considerado como uma bênção na vida de muitos cristãos em todo mundo. É apenas mais um dia onde podem fazer qualquer coisa que lhes interessa e que faz bem aos seus prazeres. Por causa disso vemos uma negligência muito grande no Dia do Senhor e até mesmo em nosso meio. Podemos ver uma falta de ansiedade para estar no culto. Podemos ver pessoas vindo aos cultos sem animação, sem animo, com sono, sem pressa de chegar na hora para receber a saudação do próprio Deus. O culto é mais um velório para muitos que um encontro do Deus vivo com o seu povo. O motivo é que os cristãos não veem o Dia do Senhor como uma bênção para a sua própria alma e sua relação com Deus.

       Não entendem que no Dia do Senhor, Deus convoca o seu povo para falar como Ele libertou o seu povo da escravidão do pecado e de todo domínio do diabo. E como Ele usou de sua graça para com pecadores indignos – como nós. Como Ele matou seu próprio Filho para livrar pecadores do inferno – como nós.

      Então, o Dia do Senhor é um dia de alegria para os verdadeiros crentes em Cristo. Pois eles celebram a salvação de suas almas do inferno. E ao mesmo tempo é um dia de obrigação para com o seu Deus. O Deus de sua salvação.

         Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

         Tema: A Obrigação e a alegria do Dia do Senhor
         1. Na Pregação do Evangelho
         2. Na fidelidade em vir aos cultos
         3. Na vida diária do cristão

         1. A Obrigação e a alegria do Dia do Senhor na Pregação do Evangelho

       Irmãos, o nosso Catecismo explicando o quarto mandamento diz o seguinte: “o ministério do Evangelho e as escolas cristãs devem ser mantidos”. A primeira coisa que o catecismo diz explicando o quarto mandamento é que o ministério do evangelho deve ser mantido. O ministério do evangelho é a pregação do evangelho de Cristo. A igreja tem a tarefa de pregar o Evangelho de Jesus Cristo – principalmente no Dia do Senhor. Por quê? Porque é através da pregação do evangelho que Deus salva pecadores. Então, essa é a obrigação e a alegria do Dia do Senhor para a Igreja e seus membros. Ela tem a obrigação de proclamar a todo mundo a glória de Deus. Em 1 Timóteo 3.15 é dito que a Igreja do Deus vivo é a coluna e o baluarte da verdade. A Igreja é a coluna e a fortaleza onde se encontra a verdade de Deus neste mundo. Ela recebeu a palavra de Deus para proclamar as verdades de Deus neste mundo mentiroso e corrupto. Por esse motivo Deus tem mandado seus mensageiros proclamar a sua verdade neste mundo caído no pecado cheio de mentira e falsidade.

        Irmãos, depois da queda do homem em pecado, Deus foi o primeiro a anunciar as boas novas ao homem caído em pecado. Ele não deixou o homem sem esperança. Ele prometeu o seguinte em Gênesis 3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Ele revelou já no Paraíso o que Ele iria fazer para salvar pecadores da perdição eterna. Ele foi o primeiro a proclamar o seu evangelho a pecadores perdidos. O Catecismo na pergunta e resposta 19 falando sobre as boas novas diz: “Como você sabe isto? Resposta: Pelo santo Evangelho, que o próprio Deus, de início, revelou no paraíso. Depois mandou anunciá-lo pelos santos patriarcas e profetas e, de antemão, o representou através dos sacrifícios e das outras cerimônias do Antigo Testamento. Finalmente, o cumpriu por seu único Filho”.
           Deus enviou a sua Igreja a pregar este evangelho ao mundo perdido nas trevas e em um mundo de mentiras e falsidades. Isaías 42.1-4 diz: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito. Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina”. Isaías está pregando o evangelho da consolação para pecadores em um mundo sem consolo. O Evangelho que é as boas novas de Deus para pecadores.
            E ainda em Isaías 43.25 diz: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro”. O SENHOR está declarando que Ele mesmo irá perdoar os pecados dos pecadores e que eles não irão mais ser condenados por Ele. O Evangelho que traz esperança e salvação.        Existem muitas outras passagens nas Escrituras onde encontramos os mensageiros de Deus sendo enviados para pregar o evangelho da salvação. Essa é a obrigação da Igreja durante todos os séculos. Pois a Igreja é a coluna e o baluarte da verdade do Deus vivo.
         No Novo Testamento encontramos o mesmo mandato sendo reafirmado para a Igreja. Jesus Cristo que veio pregar as boas novas aos cativos no pecado, antes de sua ascensão proclamou: “Ide, portanto, fazei discípulo de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19-20). Devemos entender que este mandato é direcionado a Igreja. Ela recebeu a tarefa do seu Cabeça para anunciar ao mundo as suas boas novas e não ficar apenas com essas boas novas para si mesma. A Igreja entendeu isso muito bem e por isso a Igreja se empenhou na pregação do evangelho. Se você prestar atenção no livro de Atos verá que a Igreja está preocupada com a proclamação do Evangelho. Você verá os apóstolos pregando em várias cidades; você verá a Igreja enviando missionários para cidades longínquas – você pode pensar nas viagens missionárias do apóstolo Paulo.
        A Igreja entendeu que os pecadores só poderão conhecer seu estado de miséria e perdição através da pregação do evangelho. Só chegarão à fé ouvindo a pregação do evangelho de Cristo. Como o apóstolo Paulo diz em Romanos 10.17: “... a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”. Através da pregação fiel da Palavra de Deus, pecadores chegam à fé. Foi isso o que aconteceu no dia de pentecostes. A primeira coisa que os apóstolos fizeram depois da descida do Espírito Santo foi pregar a Palavra de Deus e o resultado foi pecadores arrependidos de seus pecados.
Por isso o catecismo está dizendo que a primeira tarefa da Igreja no Dia do Senhor é manter o ministério da Palavra, ou seja, a pregação do evangelho.
          De uma maneira prática nós podemos pensar em nós mesmos. Somos frutos deste mandato que Cristo deu para a igreja de pregar o evangelho a todas as nações. Chegamos a fé porque a Igreja cumpriu o mandato de Cristo em manter a pregação fiel do evangelho. Por isso é nosso dever – como Igreja – nos esforçar para que a pregação do evangelho seja mantida. Essa é nossa obrigação no Dia do Senhor.
       E ao mesmo tempo é a nossa alegria. Porque Deus está usando pecadores como nós para que a pregação do seu evangelho seja mantida. É nossa alegria porque mais pecadores como nós serão salvos da perdição eterna.

        2. A Obrigação e a alegria do Dia do Senhor na fidelidade em vir aos cultos

        Irmãos, eu havia falado que o Dia do Senhor não é visto como uma bênção pelos evangélicos em sua maioria. E o resultado é um desprezo pelos cultos a Deus. O culto se torna algo monótono, sem entusiasmo, sem graça; não há motivação para ir aos cultos e nem uma urgência para chegar antes do culto iniciar; não há uma necessidade de estar espiritual e fisicamente preparado para cultuar a Deus. Pois nos cultos muitos dormem ou ficam interessados nos seus interesses – esperando ligações no celular, ou estão interessados no que acontece no mundo e não estão interessados no que acontece no culto. Por isso, entram vazios e saiem da maneira que entraram... VAZIOS! Sem provarem a graça de Deus em suas vidas. Porque o culto não é importante para a sua alma. Deus não é importante para sua vida – mesmo que fale tanto dEle. Deus não é o centro de sua vida, porque o mundo e seus prazeres são mais importantes que Deus e sua salvação. Mais importante que sua justiça e seu reino. Por isso encontramos pessoas fracas e sem uma verdadeira vida espiritual. Pessoas sem vontade de ler a Bíblia, de orar, de vir aos cultos. Como alguém pode ter vontade de ler a Bíblia, se não dar a mínima para a vontade de Deus? Como alguém pode ter vontade de orar a Deus, se não tem vontade de falar com Ele? Como alguém pode ter vontade de vir aos cultos, se os cultos não tem significado para ele?
       Levítico 23.3 diz: “seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas”. O sétimo dia – no AT – era um dia em que o SENHOR convocava todo o povo para lhe cultuar. Era uma obrigação que o povo tinha. Porque o povo lembrava da salvação do SENHOR do cativeiro egípcio. Depois da ressurreição de Cristo o dia mudou, mas o principio continua o mesmo. O Dia do Senhor – o domingo – é dia de santa convocação para o povo de Deus. Em Hebreus 10.25 o autor está chamando os crentes a atender a santa convocação do Senhor e não a fazer a sua própria vontade. Ele diz: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quando vedes que o Dia se aproxima”.
       O culto é o lugar onde Deus vem ao encontro do seu povo. No culto nós entramos na presença santa de Deus e por isso devemos ficar alegres. Porque o nosso Deus vem se encontrar conosco e nos instruir através da pregação do evangelho e nos abençoar e nos encorajar, nos repreender e corrigir. E isso só acontece em nossa vida... quando somos fiéis em participar dos cultos com alegria. Nós crescemos espiritualmente; nós crescemos em conhecimento bíblico; em oração; em santidade; em amor. Nós entendemos realmente a vontade de Deus em nossa vida.
Veja como o Catecismo coloca isso. O catecismo diz: “e eu devo reunir-me fielmente com o povo de Deus, especialmente no dia de descanso, para conhecer a palavra de Deus, para participar dos sacramentos, para invocar publicamente ao Senhor Deus e para praticar a caridade cristã para com os necessitados”.
        A primeira coisa que o Catecismo diz é que “eu devo reunir-me fielmente com o povo de Deus, especialmente no dia de descanso, para conhecer a palavra de Deus”. Veja que o Catecismo está nos chamando a sermos fiéis para com Deus. Está nos chamando a obedecer a santa convocação de Deus para lhe cultuar. O catecismo diz que nós devemos nos reunir no dia de descanso para aprendermos mais da palavra de Deus. E é isso o que acontece no culto. Juntos como povo de Deus aprendemos mais da Palavra do Senhor através da pregação de sua Palavra.
      O Catecismo ainda diz que devo participar dos sacramentos com meus irmãos na fé; invocar publicamente ao Senhor Deus e isso é feito quando sou fiel em cultuar a Deus. Estou invocando o Senhor quando venho ao culto mostrando ao mundo a quem eu sirvo. E ainda pratico a caridade cristã para com os necessitados quando sou fiel em dar minhas ofertas ao Senhor.
Quando um cristão vê tudo isso, ele se alegra na graça de Deus. Porque ele sabe que tudo isso acontece em sua vida por causa da misericórdia de Deus. Ele sabe que tudo isso é fruto da salvação de Deus em sua vida. Porque o culto, podemos dizer, é a celebração da salvação da alma do cristão. Por causa disso ele sente alegria em cultuar a Deus fielmente e com alegria.

         3. A Obrigação e a alegria do Dia do Senhor na vida diária do cristão

      Irmãos, o catecismo diz assim na resposta da pergunta 103: “eu devo, todos os dias da minha vida, desistir das más obras, deixando o Senhor operar em mim, por seu Espírito. Assim começo nesta vida o descanso eterno”.
        Irmãos, como o evangelho do Senhor Jesus Cristo afeta a sua vida? Será que há mudança em sua vida? O texto que lemos da carta aos Hebreus lembra que muitos ouviram a palavra de Deus, mas fracassam em servir a Deus. Hebreus 4.1-2 diz: “Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, como estava naqueles que a ouviram”.
       E ainda Hebreus 4.6-7 diz: “Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas, de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”.
      Quando nós deixamos o Espírito Santo operar em nossas vidas, ou seja, quando não vivemos em pecado, o Espírito Santo opera em nossas vidas de tal maneira que nós seremos levados mais e mais para perto de Cristo e depositar nossa fé nEle. Hebreus 4.11 diz: “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência”.
Deus – em Cristo – prometeu o descanso eterno para aqueles que vivem conforme o seu santo evangelho. Que se desvia do mau e vive para honrar e glorificar o seu nome.

       Amém.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Hebreus 10.19-25: Jesus nos exorta a não deixarmos de congregar

Leitura: Hebreus 10.1-18                                                Pr. Alexandrino
Texto: Hebreus 10.19-25                                                Recife 09-03-2014

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo.

A carta aos Hebreus foi escrita para encorajar crentes desencorajados! Foi escrita para estimular membros que estão desencorajados em continuar a vida cristã com alegria e com todo entusiasmo. Pois muitas vezes passamos por tantas tribulações que ficamos atribulados e nos fazem querer desistir ou ser crentes negligentes na fé. Crentes que deixam de manusear as ferramentas para fortalecer a sua fé em Cristo. Ferramentas como: a leitura da palavra, a prática da oração, a prática da comunhão, a prática do estudo da Palavra com os irmãos. O não uso dessas práticas benfeitoras leva os crentes a serem crentes negligentes, apáticos, sem gosto, sem sabor, sem sal. Crentes que vivem amargurados; crentes que vivem reclamando de tudo e de todos; crentes espiritualmente fracos na fé em Cristo. E o resultado é o que o autor aos Hebreus está dizendo no verso 25 do nosso texto: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns”.

O autor está dizendo que há crentes naquela Igreja que estavam sendo negligentes na sua vida cristã. Existia crentes que estavam deixando de ir aos cultos, aos estudos bíblicos, aos eventos de comunhão que a Igreja promovia. O motivo de tudo isso são variados. Uns deixaram de andar no caminho da fé bíblica; outros estavam querendo voltar aos antigos rituais de oferecer sacrifícios; outros estão fascinados com o que o mundo tem a oferecer; outros estavam acomodados porque a perseguição havia terminado e por isso relaxaram na vida cristã deixando os cultos, estudos bíblicos, eventos de comunhão da Igreja. Então, o autor aos Hebreus está exortando com amor a esses membros que permanecem fiéis a não deixarem de congregar como os faltosos.

E nessa exortação nós podemos olhar para nossa Igreja. Nós podemos olhar para nós mesmos e dizermos: parece que o autor aos Hebreus conhece muito bem a nossa vida diária e congregacional. Ele conhece as nossas lutas e fraquezas.

O meu objetivo nesta noite com a pregação da Palavra de Deus é exortar a todos a não desanimar, mas a perseverar firme na fé em Cristo sem vacilar.

Sendo assim, eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Jesus nos exorta a não deixarmos de congregar
1. O incentivo da exortação
2. O Propósito da exortação

1. O incentivo da exortação

Irmãos, como o autor aos Hebreus incentiva os membros da Igreja a continuarem animados? Como ele encoraja os membros a continuarem firmes na fé? A não deixarem de congregar? Ele não incentiva os membros dizendo que eles devem procurar um psicólogo para ajudá-los; nem indica um livro de auto-ajuda. O incentivo dele não vem dos homens. Ele simplesmente manda os crentes olharem para Jesus Cristo e sua obra. Ele incentiva os crentes a não deixarem de congregar vendo o que Jesus Cristo fez por eles na cruz do calvário.

Quando nós entendemos que congregar é muito mais do que um mero fato de se reunir, vamos entender o porquê o autor aos Hebreus exorta os crentes a não deixarem de congregar. O culto solene é o encontro solene entre o Deus da aliança e seu povo amado. Onde o Deus da aliança ordenou que o seu povo deve se congregar ou se reunir e que Ele irá estar presente de uma forma especial e que Ele irá falar pessoalmente ao seu povo através da pregação da palavra. Quando nos reunimos no culto solene como povo de Deus significa que entramos na presença de Deus. Significa que estamos diante do trono do nosso Senhor. O culto é o encontro de Deus com o seu povo e por esse motivo não devemos desprezar este encontro.

Entrar na presença de Deus, na sala de seu trono não causa medo? Porque nós somos pecadores e Deus não suporta o pecado. Porém, o autor aos hebreus nos encoraja a estarmos na presença de Deus, principalmente no culto. Ele diz no verso 19: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus Cristo”. O autor aos hebreus diz que nós devemos ser ousados, ter coragem de entrar no Santo dos Santos – que é sala do trono de Deus. Ele usa a expressão “Santo dos Santos” se referindo que não era um privilégio para o povo do Antigo Testamento entrar nesta sala. No templo do SENHOR as pessoas iam oferecer sacrifícios e essas pessoas ficavam no pátio. Na primeira sala chamada de “Santo Lugar” ficavam os sacerdotes fazendo o seu trabalho de oferecer os sacrifícios das pessoas. Atrás da sala onde ficavam os sacerdotes existia outra sala chamada de “Santo dos Santos”. Nesta sala se encontravam a arca da aliança – o trono de Deus; dentro da arca estavam as tábuas dos Dez mandamentos; também na sala estava a vara de Arão. Os sacerdotes não tinham permissão para entrar naquela sala e nenhuma outra pessoa. Apenas o sumo-sacerdote entrava nesta sala uma vez por ano com sangue de animais para aspergir sobre os objetos na sala. Este sangue significava que Deus perdoava os pecados do povo e que o SENHOR não iria matar o pecador. Depois de aspergir o sangue o sumo-sacerdote sairia o mais rápido possível para não ser morto. Isso era feito todos os anos mostrando que o pecador não podia entrar e estar na presença de Deus. Era uma realidade dura para o povo.

Porém o autor as hebreus está dizendo agora: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos”. Por que ele fala desta maneira? Como podemos entrar na sala do trono de Deus e não morrermos? Ele explica dizendo: “pelo sangue de Jesus Cristo”. O sumo-sacerdote entrava na sala do trono de Deus com sangue de animais e saía rapidamente. Hoje o autor aos hebreus diz que todos os crentes podem entrar na sala do trono de Deus e ficar ali por causa do sangue de Jesus Cristo que cobre os pecados do pecador e torna-o digno de estar na presença do santo Deus.

Irmãos, somente podemos entrar na presença de Deus através do sangue de Jesus Cristo. Através de Seu sacrifício na cruz do calvário Ele abriu o que estava fechado. Ele deu acesso à sala do trono de Deus. É isso que Hebreus 10.20 diz: “pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”. Quando Jesus Cristo morreu o véu do templo rasgou-se de cima a baixo mostrando que a separação que existia entre Deus e o pecador foi desfeita pelo seu sacrifício na cruz. Jesus Cristo criou um novo e vivo caminho através do seu sacrifício. Ou seja, Cristo é o caminho que leva o pecador até Deus. Nenhum outro caminho leva a Deus, a não ser Jesus Cristo. Porque Jesus Cristo é o nosso grande sacerdote na casa de Deus (Hb 20.21).

Irmãos, quando nós entramos na presença de Deus, seja no culto ou na oração particular, Cristo é quem estar lá intercedendo por cada pecador redimido no seu sangue. Ele leva nossas orações a Deus. Então, como devemos nos aproximar de Deus? Hebreus 10.22 responde: “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza da fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado com água pura”. Quando nós vamos nos apresentar diante de uma autoridade em seu gabinete, nós não vamos de qualquer maneira. Normalmente colocamos uma boa roupa e bons sapados para nos encontrarmos com tal autoridade. E quando vamos nos encontrar com Deus – entrarmos em sua presença – não podemos nos aproximar de qualquer maneira. Em primeiro lugar devemos nos aproximar dEle com um “sincero coração”. Não podemos nos aproximar de Deus com um coração falso e mentiroso. Não devemos chegar diante de Deus com um coração que não ama a Ele acima de todas as coisas. Um coração com vontade de servir-Lo com amor verdadeiro. O nosso coração deve ser sincero em amar a nosso Deus.

Em segundo lugar devemos nos aproximar de Deus “em plena certeza da fé”. Devemos ter total certeza de que quando cremos e temos fé verdadeira em Cristo Jesus, verdadeiramente entramos na presença de Deus. Entramos pelas portas do seu palácio e pela porta de sua sala real e nos prostramos diante do seu trono. Toda vez que estamos no culto, entramos na presença de Deus de uma forma especial. Toda vez que oramos em nossas casas também entramos na presença de Deus. Então, tenham total certeza desta verdade. Pois a fé é a certeza de que as promessas de Deus são verdadeiras.

Em terceiro lugar devemos nos aproximar de Deus “tendo o coração purificado de má consciência e lavado com água pura”. O nosso coração tem que ser um coração realmente purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo poder do Espírito Santo. Sem um coração temente a Deus não há como nos aproximarmos de Deus. Quando andamos em pecado, quando amamos o pecado e dizemos que nos aproximamos de Deus, é mentira! Estamos nos enganando com uma falsa esperança de que Deus nos ama. Estamos nos jogando na perdição eterna. Um coração sincero busca odiar e fugir do pecado e viver em santidade de vida. Um coração sincero busca estar mais em comunhão com Deus e andar na fé genuína.

Irmãos, acabamos de ouvir o incentivo de Jesus Cristo para de maneira nenhuma deixarmos de congregarmos. O incentivo está no fato de que quando nós nos reunimos como povo de Deus, nós entramos em sua presença realmente. Que Cristo pelo seu sacrifício nos deu este privilégio que não tínhamos quando vivíamos no pecado. Se somos redimidos pelo sangue de Jesus Cristo e temos o seu Espírito Santo a habitar em nós, não vamos deixar de congregar-nos no culto a Deus ou em qualquer outra reunião da Igreja. Porque nós entramos na presença de Deus por causa de Jesus Cristo e não queremos perder este privilégio. Essa verdade deve causar alegria em nossas vidas diariamente. Deve nos dar ânimo para continuarmos com alegria de nos congregar como povo de Deus. Essa verdade deve nos ajudar a enfrentarmos as dificuldades que enfrentamos durante a semana e assim nos fortalecer de que podemos contar com essa realidade em nossa vida. Então, “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”. Guardemos firme a nossa confissão, pois no futuro poderemos ver o nosso Deus com nossos olhos físicos. Creiamos firmes porque Deus é fiel.

2. O Propósito da exortação

Irmãos, qual o propósito de estarmos congregados? Por que temos que nos reunir no culto regularmente com outras pessoas? Por que precisamos estar nos estudos bíblicos? (Ou reunião dos homens e das mulheres?) Na catequese, no almoço? Por que não podemos nos afastar destas atividades? Irmãos, nós não podemos nos afastar dessas atividades porque servem para nos fortalecer. Hebreus 10.24 diz: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”. Ele começa dizendo que o motivo de congregar-nos é porque nós consideramos alguém importante, algo importante. Quando consideramos alguém importante queremos estar com essa pessoa e ajudá-la. E essa consideração se aplica quando nós nos reunimos no culto para cultuar, no estudo bíblico, (nas reuniões dos homens e das mulheres), na catequese das crianças e almoço e tc. Apenas a nossa presença com alegria em participar já é um estimulo para os outros membros e até mesmo aqueles que nos visitam. Agora imagine estarmos firmemente envolvidos ativamente na vida da Igreja como membros vivos. Membros que estão pensando no bem da Igreja de Cristo e seus membros. Seria muito maravilhoso!

Irmãos, nós nos congregamos para estimularmos uns aos outros ao amor e as boas obras. Uma vida congregacional é uma vida de compromisso com os outros membros. É uma vida de comunhão com os outros membros. Quando estamos congregando fielmente as atividades da Igreja, vamos procurar estimular os outros membros a participar também. Vamos encorajar-los a estarem conosco partilhando da mesma alegria.

Muitas vezes nós colocamos desculpas para dizer que não temos condições para vir as atividades da semana ou quando faltamos ao culto. O Pr. Greg Gilbert explicando os versos 24-25 de Hebreus 10 diz o seguinte:

“No mínimo, portanto, devemos dizer que, para todo cristão, freqüentar as reuniões da igreja não é opcional. O autor de Hebreus – e portanto o próprio Espírito Santo – ordena que os cristãos estejam presentes quando os crentes com quem eles congregam se reúnem”.

Ele continua: “De modo bastante prático, isso significa que nós talvez precisemos reorganizar nossas agendas para encontrar tempo para o ajuntamento dos santos. Compromissos de trabalho podem ser deslocados. Tarefas de casa podem ser feitas em outro momento. Relatórios podem ser preenchidos mais cedo ou mais tarde. A maioria das igrejas se reúne não mais do que duas ou três horas por semana, o que ainda deixa cerca de 145 horas para fazer essas ou outras coisas. De acordo com Hebreus, encorajar e estimular outros cristãos deve estar no topo da lista de prioridades de todo cristão, e isso significa freqüentar as reuniões públicas da igreja”.

Irmãos, essa é nossa tarefa na prática como povo que vive em aliança com Deus e seus irmãos em Cristo. Devemos considerar como devemos encorajar uns aos outros ao amor e a boas obras. Lembrem-se que o resumo da lei é amar a Deus e ao seu próximo como a si mesmo. Então, não deixemos de congregar. O Pr. Simon kistemaker comentando Hebreus 10.25 diz: “Uma das primeiras indicações de falta de amor para com Deus e para com o próximo é ficar longe dos cultos de adoração. É um desprezo da obrigação comunal de participar desses encontros e a demonstração dos sintomas de orgulho e egoísmo”. E isso é verdade.

Irmãos, quando nós amamos a Deus e a nosso irmão verdadeiramente, não queremos ficar longe da comunhão que Jesus Cristo conquistou na cruz. Pelo contrário, vamos querer estar juntos com todos. Vamos querer aproveitar cada oportunidade que aprece. Não vamos medir esforço para estarmos juntos. Por isso devemos observar bem o que diz Hebreus 10.25: “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns”.

O pr. Greg Gilbert diz: “... o autor de Hebreus está convocando a mais do que mera freqüência. Muitas vezes, os cristãos tratam a freqüência na igreja como mais um item de sua lista de “afazeres cristãos”. Eles freqüentam um culto de igreja, sentam quieta e anonimamente nos fundos do salão, ouvem o sermão com o coração dividido, escapam durante o hino final sem falar com ninguém, e mentalmente riscam o item da semana: “Igreja freqüentada. Hebreus 10.25 obedecido”. Mas isso não é de modo algum o que o autor de Hebreus tinha em mente aqui. Ele não diz simplesmente: “Freqüente a igreja”. Em vez disso, ele põe a freqüência à igreja, muito deliberadamente, no contexto de conhecer, amar e encorajar outros crentes. Ele a põe no contexto de estimular uns aos outros ao amor e às boas obras”.

Ele continua: “A reunião pública de uma igreja local envolve mais do que indivíduos que se reúnem para ouvir a Palavra de Deus pregada – embora isso esteja certa e crucialmente envolvido. Ela envolve também compartilhar vida com outros crentes que se aliançaram para dar suporte e encorajamento uns aos outros como cristãos. É nas reuniões públicas da igreja que nós oramos uns pelos outros, choramos e nos alegramos uns com os outros, carregamos os fardos e as tristezas uns dos outros, ouvimos a Palavra de Deus juntos, e trabalhamos para aplicá-la à vida uns dos outros. Em resumo, a reunião da igreja é o tempo mais importante que os crentes possuem para estimular uns aos outros ao amor e às boas obras”.

Irmãos, se tem pessoas que faltam e não estimulam uns aos outros ao amor e as boas obras, não devemos seguir o exemplo deles. Vamos continuar congregando; vamos continuar estimulando uns aos outros ao amor e as boas obras; vamos continuar estimulando até mesmo aqueles que faltam.

Por que vamos continuar fazendo isso? Hebreus 10.25 diz: “antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.

Nós vamos continuar porque pensamos no futuro; pensamos no dia da volta de Cristo e não queremos que nossos irmãos – até os faltosos – fiquem para trás; queremos que eles juntos conosco estejam no céu de Cristo. Este é o propósito de estarmos congregando.

Irmãos, que cada um de nós esteja estimulado por esta exortação e pensemos melhor sobre a nossa vida como crentes que amam a Jesus Cristo e seus irmãos. Que sejamos encorajados a estimularmos uns aos outros como a prática da nossa fé em Jesus Cristo.
Amém.

Salmo 117: Louvai ao SENHOR

Texto: Salmo 117                           Pr. Alexandrino

                                                      São José e Recife 03-07-2014

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Este é o menor salmo da Bíblia com apenas dois versículos. Normalmente nós cantamos este salmo todos os domingos nos cultos durante as ofertas. Porém, cantamos, cantamos e cantamos e não paramos para nos perguntar o que realmente estamos confessando quando cantamos o Salmo 117. Não paramos para analisar este salmo, apenas sabemos que é o menor salmo da Bíblia – e isso não acontece apenas neste Salmo 117.

Então, o que o SENHOR quer nos ensinar com este Salmo 117? Você já parou para pensar sobre estas palavras em sua casa?

Irmãos, tudo indica que este Salmo 117 era um dos salmos de romagem, ou seja, quando o povo estava subindo para o templo cultuar a Deus ou até mesmo cantado durante o culto. E nós hoje fazemos bem em ouvir o que o Espírito Santo tem a dizer neste Salmo tão pequeno com apenas 17 palavras na língua hebraica. Uma coisa é certa: o Espírito Santo sempre tem um propósito no que faz e nada faz sem um propósito. E com relação a este Salmo não é diferente. Ele tem um propósito em inspirá-lo e colocá-lo na Bíblia para que nós hoje pudéssemos estar lendo este Salmo e tentando descobrir qual o propósito em Ele colocar o Salmo 117 na Escritura Sagrada com apenas dois versículos.

Eu vos proclamo a Palavra do SENHOR no seguinte tema:

Tema: Louvai ao SENHOR
1. O convite para louvar
2. O motivo para louvar

1. O convite para louvar

Irmãos, este Salmo 117 é lindo e tem uma linguagem muito doce. Pois este Salmo expressa o propósito do SENHOR quando Ele fala na pregação da Sua palavra. Este salmo é um cântico de louvor a Deus. O Salmo começa com um convite do SENHOR da seguinte forma: “Louvai ao SENHOR”. A palavra aqui no verso 1 traduzida como ‘louvar’ significa ‘elogiar, louvar a (Deus), cantar Aleluia’. A palavra ‘louvar’ é usada também no final do salmo e é traduzida lá como ‘Aleluia’. Em outras palavras, o SENHOR está fazendo um convite para elogiar a Ele próprio acima de qualquer coisa. Elogiar sua majestade e os seus grandes feitos neste mundo e fora dele.

Agora, quem é chamado a louvar, elogiar ao SENHOR e os seus grandes feitos neste salmo? O verso 1 diz: “Louvai ao SENHOR, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos”. O convite para louvar ao SENHOR é feito a todas as pessoas deste mundo. Não é feito apenas a Israel como sendo o povo de Deus que está em aliança com Ele. Que é abençoado pelo SENHOR. Mas, todos os povos do mundo inteiro são convidados a louvar, a elogiar ao nome do SENHOR.

E o motivo deste convite é que nem todos neste mundo louvam ao SENHOR. Após a queda a humanidade deixou de louvar a Deus e correu apenas atrás de seus pecados que é uma afronta contra Deus. Pensem nas pessoas em todas as partes deste mundo. Pensem nestas pessoas que em vez de louvar a Deus louvam a ídolos. Transformam a criação de Deus, que demonstra o seu poder, em ídolos. Pessoas que tentam acabar seus problemas tentando serem ricos a qualquer custo, achando que o dinheiro é tudo na vida. Pessoas que estão fazendo promessa e adoram imagem em vez do Criador. Pessoas que simplesmente deixam de atender ao convite de Deus por fazer do sexo, da bebida, diversão mundana seus ídolos. Pessoas que usam drogas para encontrar satisfação nesta vida e todos nós sabemos que isto é uma procura vã e inútil. Pessoas que guardam mágoa e ódio em seus corações mostrando que não reconhece o perdão de Deus e assim louvá-lo devidamente.

Vemos conflitos, guerras entre países; vemos guerra entre pessoas e a lista continua. Nós vivemos em um mundo cheio de ódio. E a causa de tudo isso é o pecado. O pecado leva as pessoas a não fazer a vontade de Deus e é por isso que há tanto conflito e guerra neste mundo.

Irmãos, como é triste olharmos pessoas sem louvar a Deus, sem elogiar ao SENHOR neste mundo. E mais triste ainda é quando vemos aqueles que se dizem crentes não se esforçando para elogiar ao SENHOR, para louvá-Lo diante das pessoas descrentes ao seu redor. Em vez de elogiar ao SENHOR, juntam-se aos pecadores e não louvam, não elogiam o SENHOR. Algo que até mesmo a criação faz. No Salmo 19.1-6 vemos isso. Vamos ler o Salmo 19.1-6 (ler).

Então, o convite do SENHOR neste Salmo 117 é um convite ao arrependimento por meio da pregação do evangelho. Somente através da pregação do evangelho é que o pecador pode realmente louvar ao SENHOR como Ele merece. Pois as pessoas neste mundo estão mortas em seus delitos e pecados. E um morto não pode crer ou fazer qualquer coisa a menos que alguém faça algo por ele. Como o apóstolo Paulo diz que o “evangelho... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). E em Romanos 10.17 ele diz: “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Deus”.

Irmãos, podemos dizer que este Salmo 117 é um chamado missionário a Igreja para pregar a Palavra de Deus por todo mundo. A Igreja deve cumprir o mandato de Cristo de pregar a palavra de Deus até aos confins do mundo para que pecadores arrependam-se de seus pecados e louvem ao SENHOR. Tomem o livro de Atos como um excelente exemplo de espalhar o evangelho por todo mundo.

O livro de Atos começa com as seguintes palavras de Jesus Cristo para seus apóstolos no capítulo 1.8: “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Prestem atenção no que Cristo diz: a ordem era para proclamar o seu evangelho em Jerusalém primeiramente e assim alcançar o povo da aliança que habitava ali; e uma multidão foi convertida e passou a louvar e engrandecer ao SENHOR Deus no dia de pentecostes. Em seguida os apóstolos tinham que sair de Jerusalém e pregar na região da Judéia e trazer mais pecadores ao arrependimento. Pensem na primeira perseguição após a morte de Estevão que fez com que o evangelho chegasse a Judéia. Atos 8.1: “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria”. Depois tinham que chegar até aos samaritanos – pensem em Filipe que anunciou o evangelho entre os samaritanos. Em seguida os apóstolos tinham que fazer com que todos os povos gentios do mundo viessem a crer em Jesus. Olhando esse plano missionário de Jesus Cristo, podemos ver quão longe esse evangelho se espalhou pelo mundo.

Pensem nas viagens missionárias do apóstolo Paulo a Salamina, Pafos, Perge, Icônio, Cesaréia, Corinto, Atenas, Beréia, Tessalônica, Filipos, Neápolis, Colossos, Éfeso, Trôade e muitos outros lugares. Pensem em nomes como Lídia da cidade de Tiatira e o carcereiro de Filipos. São lugares e pessoas que ouviram o convite do Salmo 117 e atenderam com verdadeira fé. Eles se converteram de seus pecados e começaram a viver para Jesus Cristo. Eles passaram a louvar, elogiar a Pessoa e obra de Jesus Cristo.

Irmãos, cada vez que a Palavra de Deus é pregada fielmente é um convite as todos os povos e nações deste mundo para louvar, elogiar ao nosso SENHOR. Cada vez que um pecador se converte de seus pecados é motivo de jubilo de nossa parte. Pois mais pecadores estão atendendo ao convite para louvar ao SENHOR!

Agora na prática, o que significa louvar, elogiar o nome do SENHOR para nós que nos convertemos de nossos pecados? Louvar significa, irmãos e irmãs, elogiar ao SENHOR e toda a sua obra. Pense novamente em Atos 2 logo após o pentecostes e a conversão de milhares de pecadores. Eles mudaram as suas vidas de tal maneira que era impossível as pessoas não verem a nova vida que eles tinham agora. Atos 2.47 diz que os novos convertidos viviam “louvando a Deus e contanto com a simpatia de todo povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. O texto diz que a vida desses crentes agora era cantar, louvar, elogiar as obras de Deus em suas vidas e por todo o mundo. O que sai da boca deles não era mundano e ímpio; eles não pensavam da maneira que o mundo pensa; em tudo queriam pensar conforme o evangelho que lhes deu vida.

E por causa desta maneira de viver as pessoas admiravam aqueles cristãos que dedicavam fielmente suas vidas a Cristo. Eles realmente eram o sal da terra e a luz deste mundo. Por causa deles as pessoas glorificavam a Deus e mais e mais se tornavam membros da Igreja. Eles percebiam que ali havia uma verdadeira Igreja do Senhor Jesus Cristo. Eles viram que as pessoas da Igreja em Jerusalém não amavam apenas de palavras, mas de fato e de verdade. O amor era uma prática constante na vida da igreja e de cada membro. O amor de Cristo na vida daqueles membros era tão grande que o Espírito Santo diz que “nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes” (At 4.34). Os membros da Igreja cuidavam muito bem dos seus irmãos e estavam até dispostos a se desfazer voluntariamente de bens materiais para ajudar aos necessitados. Isso é uma demonstração do amor na prática. Isso é uma prova de que o amor de Cristo reinava na vida daqueles crentes. Isso é uma prova de que o convite do Salmo 117 foi atendido com verdadeira fé.

E tem mais: quando foram perseguidos e obrigados a saírem de seus empregos, de suas casas, de perto de seus amigos e de sua cidade, eles não deixaram de falar de Cristo. Atos 8.4 diz: “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”. Eles mesmos sendo perseguidos evangelizavam as pessoas que se tornaram seus novos vizinhos. Eles não deixaram o medo da perseguição e da morte calar as suas bocas. Pelo contrário, eles abriram as suas bocas e elogiaram a obra de Cristo de tal maneira que muitos se arrependeram e queriam saber mais e mais sobre Cristo.

Irmãos, aqueles crentes perseguidos entenderam muito bem que aqueles seus novos vizinhos precisavam ouvir o convite do SENHOR gravado no Salmo 117. Por isso eles falaram de Cristo para aquelas pessoas e as suas palavras eram confirmadas pela fiel maneira de viver. Porque eles louvavam, elogiavam ao seu SENHOR.

Irmãos, foi este convite do Salmo 117 que nós ouvimos e por isso fomos convertidos. Fomos convertidos para louvar ao nosso SENHOR Deus. Fomos convertidos para elogiar a sua obra em nossas vidas. Fomos convertidos para falar da obra de Cristo neste mundo. Chamados a engrandecer ao SENHOR Deus. Lembrem-se: só estamos aqui hoje porque Deus em sua graça estendeu este convite até nós e Seu Espírito trabalhou em nossos corações pela pregação da palavra. Por esse motivo não podemos viver pecando ou deixando de falar de Cristo para aqueles que não conhecem as boas-novas do evangelho. Nós temos esta tarefa como povo de Deus.

2. O motivo para louvar

Irmãos, qual o motivo para louvarmos ao SENHOR? O verso 2 do Salmo 117 diz: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre”. Primeiramente o salmista diz que devemos louvar ao SENHOR por causa da sua misericórdia para conosco. Quando o salmista diz: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco”, não devemos pensar em coisas pequenas que recebemos, como: um bom emprego, uma boa família, tudo são frutos da graça de Deus, mas são coisas pequenas. Quando o salmista diz que a misericórdia do SENHOR é muito grande em nossa vida devemos pensar no que o SENHOR fez por nós e em nós.

Irmãos, nós fomos criados de uma maneira gloriosa a imagem e semelhança de Deus e como a coroa de toda a criação. Porém, nós jogamos tudo isso fora e preferimos viver sem a glória com que fomos criados para vivermos no pecado e do lado de satanás. Então, por natureza e por nossa própria escolha preferimos o inferno em vez do céu; preferimos satanás em vez de Deus. Por isso seria justo se Deus nos lançasse, bem como toda raça humana, no inferno. Seria perfeitamente justo da parte de Deus porque nós preferimos a condenação.

Porém, quando olhamos para nós hoje, não estamos no inferno. Pelo contrário, estamos servindo ao SENHOR; fazemos parte de seu povo; somos herdeiros da vida eterna; somos chamados agora de filhos e filhas de Deus; e mais: somos co-herdeiros com Cristo. Então, como explicar tudo isso? O Espírito Santo responde: “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco”. Irmãos, como Deus usou de misericórdia para com cada de vocês?

O SENHOR Deus nos deu o seu único Filho para nos salvar. Ele enviou Seu Filho Unigênito ao mundo para carregar os nossos pecados e levá-los até a cruz. Na cruz do calvário, Deus derramou toda a Sua ira sobre o seu Filho amado, que deveria cair sobre cada um de nós. E de uma maneira terrível matou o seu próprio Filho, Jesus Cristo. Por nós Ele matou seu Filho. Por nós o SENHOR matou seu Filho como sacrifício pelos nossos pecados.

E em nós Ele aplicou este sacrifício pelo Seu Espírito Santo que utilizou a pregação da palavra. O Espírito Santo aplicou o sacrifício de Cristo Jesus aos nossos corações depois de nos regenerar. Assim recebemos o perdão de nossos pecados. É principalmente essa misericórdia em nossas vidas que é muito grande. Pois não houve outra maneira de Deus nos perdoar senão matando o seu próprio Filho amado. Por isso eu falei que não devemos minimizar as misericórdias de Deus em nossas vidas. Trabalho e família são bênçãos dadas por Deus. Mas o perdão dos pecados, a vida eterna, adoção de filhos e a comunhão com o próprio Deus não tem comparação com nada neste mundo. É por isso que o salmista diz que é muito grande a misericórdia do SENHOR em nossas vidas. É por esse motivo que louvamos, que elogiamos, que engrandecemos ao SENHOR. É por esse motivo que não podemos parar de louvar ao seu grandioso nome em nossas vidas e em todos os lugares.

Em Romanos 15 o apóstolo proclama esta verdade para nós e até cita o Salmo 117.1. Ele diz: “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia, como está escrito: Por isso, eu te glorifiquei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome. E também diz: Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo. E ainda: Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, e todos os povos o louvem” (Rm 15.8-11). Louvamos porque a misericórdia do SENHOR é muito grande e maravilhosa em nossa vida. Somente quem não recebe a graça do perdão dos pecados em sua vida é que não louva a Ele. Porque realmente não tem motivo para isso e por isso vive em pecado. Mas, aquele que recebeu o perdão dos seus pecados não cansa de louvar ao SENHOR e vive vida verdadeiramente cristã.

Irmãos, o segundo motivo que o salmista nos dá para louvar ao SENHOR é que “a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre”. A fidelidade de nosso SENHOR é imensa e confiável. O SENHOR é fiel em cumprir as suas promessas na vida de seu povo. Ele prometeu salvar seu povo dos pecados dele e Ele cumpriu matando seu próprio Filho na cruz do calvário salvando-nos da morte eterna. Então, quando louvamos ao SENHOR e pensamos em sua fidelidade para com cada um de nós, somos confortados nas promessas do SENHOR. Porque Cristo é o amém de todas as promessas de Deus. Cristo é a certeza de que o SENHOR cumprirá tudo o que prometera em sua Palavra. Quando olhamos para Cristo como o AMÉM das promessas de Deus, podemos ter a certeza de que as promessas do SENHOR são confiáveis para a nossa vida.

E tem mais: o salmista diz que a fidelidade do SENHOR dura para sempre. Isso conforta os nossos corações e nos dar animo para continuar em meio aos sofrimentos e desapontamento desta vida quebrada e assim continuar louvando ao SENHOR. Nos dar coragem todos os dias a permanecermos firmes servindo ao SENHOR, mesmo que todos ao nosso redor não queira louvar ao SENHOR. Lembrem-se que a nossa força está em Cristo. Todas as promessas que o SENHOR nos fez tem seu cumprimento em Cristo. É por esse motivo que todos nós temos força para continuarmos novamente andando e louvando ao SENHOR da nossa salvação. Por causa da bondade do nosso SENHOR Deus, em Cristo, podemos terminar este sermão dizendo: Aleluia, o SENHOR seja louvado!
Amém.


domingo, 1 de junho de 2014

Dia do Senhor 01: A Igreja de Cristo através dos séculos confessa sua única consolação na vida e na morte

Leitura: Isaías 40.1-11; Romanos 8.12-17       Pr. Alexandrino
Texto: Domingo 1                                Recife 26-01-2014; São José 02-03-2014

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo

O Catecismo de Heidelberg foi escrito a mais de 400 anos e então, nos perguntamos: por que ainda temos que usar esse Catecismo tão antigo? Por que ainda temos que todos os anos ouvir uma pregação baseada na doutrina bíblica resumida no Catecismo? Porque as pessoas da época da Grande Reforma eram iguais às pessoas da nossa época. Elas eram pessoas que viviam sofrendo aflições. O desespero estava na vida das pessoas, pois não tinham consolação alguma em suas vidas. Estavam sem esperança e sem segurança. O desespero tomava conta das pessoas da época da Grande Reforma em 1517. Eles não tinham paz em seus corações, em suas almas.
E nos nossos dias não é diferente. As pessoas continuam da mesma maneira; não mudaram nada; continuam no desespero e sem consolação. Consolação que satisfaz ao coração e a alma. Pois como foi na época em que o Catecismo de Heidelberg foi escrito assim também é hoje. As pessoas buscavam e buscam consolação no álcool e nas drogas; na busca por prazeres que não satisfazem o coração e matam a alma. Vivem em completo desespero, mesmo quando a aparência é de felicidade. Mas, seus corações e almas estão vazios. Enganam-se com falsos deuses e uma religião falsa e superficial para tentar mudar o seu vazio. O vazio do coração e da alma. Assim é a vida dos descrentes; daqueles que não contam com a graça de Deus em suas vidas; que não conhecem Jesus Cristo que disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
É nesse contexto que encontramos no Catecismo de Heidelberg uma confissão totalmente diferente do desespero das pessoas. Enquanto as pessoas descrentes da época da Grande Reforma viviam sem consolação e em desespero, os cristãos viviam cheios de consolação e paz em seus corações. O Catecismo de Heidelberg começa: “Qual é o seu único conforto na vida e na morte? O meu único conforto é que – corpo e alma, na vida e na morte – não pertenço a mim mesmo, mas ao meu fiel Salvador Jesus Cristo”. Essa é uma confissão de alguém que não estar em desespero e estar totalmente consolado. Por quê? Por causa de Jesus Cristo! Jesus Cristo é a consolação de quem vive neste mundo quebrado em seus pecados de densas trevas. É sobre essa consolação que a Igreja de Cristo tem confessado até aos dias de hoje e, é sobre essa consolação que irei pregar nesta manhã.
Eu vos proclamo o evangelho da consolação de Cristo no seguinte tema:

Tema: A Igreja de Cristo através dos séculos confessa sua única consolação na vida e na morte
1. A Razão da Consolação
2. O Conteúdo da Consolação
3. O Incentivo da Consolação

1. A Razão da Consolação

Irmãos, por que será que o homem precisa de consolação? Será que nós precisamos de consolação? Vamos observar o que a Escritura Sagrada fala sobre isso.
No início Deus criou o homem a sua própria imagem e semelhança. A ele foi dada a tarefa de governar a terra em nome de Deus. O homem também recebeu a tarefa de ser fecundo e multiplicar. No Paraíso o homem fazia a vontade de Deus com alegria. Não havia sofrimento na vida do homem. Não encontramos nada na criação de Deus que fizesse o homem triste e cheio de sofrimento. Pois o próprio Deus depois que criou todas as coisas afirmou: “eis que é muito bom”. Tudo o que Deus havia criado era muito bom e glorificava a Ele em tudo. O próprio homem vivia na presença de Deus. Deus toda a tarde vinha ao jardim conversar com o homem face a face. A comunhão com Deus trazia todo tipo de alegria e o homem não precisava de consolação. Porque não existe nada que deixasse o homem sofrendo e triste.
Porém, o homem – Adão e Eva – jogou fora esta alegria virando as costas para seu Criador. Preferiu dar ouvido as palavras de Satanás que a Deus. E o resultado foi que eles perderam a alegria e a comunhão que tinham com seu Deus. Depois que eles cometeram o pecado, o medo encheu as suas vidas. Gênesis 3.7 diz: “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram cintas para si”. Seus olhos abriram-se para o pecado. Toda inocência que existia desapareceu completamente da natureza humana. A nudez que era algo normal tornou-se em algo vergonhoso e por isso eles fizeram roupas para si com folhas. O pecado acabou com aquilo que Deus afirmou: “eis que é muito bom”.
Gênesis 3.8 ainda diz: “Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia...” – o que o casal fez? Ficou alegre por que o SENHOR está vindo ao jardim como de costume? Não, a atitude deles foi totalmente diferente. Gênesis 3.8 continua dizendo: “esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”. Por que o homem e a mulher fugiram? Eles mesmos respondem dizendo: “Ouvi a tua voz no jardim, e porque esta nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). O pecado causa medo e faz com que o homem fuja da presença do SENHOR. Prestem atenção no contraste aqui: antes do pecado o homem adorava, amava a presença do SENHOR. Depois da queda o homem tem medo da presença do SENHOR e foge de sua presença. Não é a toa que o apóstolo Paulo está dizendo: “não há quem busque a Deus... desconheceram o caminho da paz” (Rm 3.11, 17).
E tem mais conseqüência da queda do homem em pecado. O homem agora passou a viver em uma terra cheia de sofrimento. Porque Deus o expulsou da terra da abundância. Gênesis 3.23-24 diz: “O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida”. Essa terra para a qual o homem é expulso é uma terra que não há felicidade alguma. Agora a mulher terá que sofrer na gravidez e para dar à luz a uma criança. A educação dos filhos também será um sofrimento por causa do pecado no coração da criança. O homem sofrerá para ganhar o alimento diário, pois não será fácil como no Jardim do Éden.  No final do dia haverá somente cansaço na vida do homem – que é sofrimento.
Após a queda vemos o primeiro assassinato no mundo – Caim matando Abel – que causa dor, sofrimento e falta de consolação nesta vida. Vemos o valentão Lameque causando sofrimento em famílias por matar dois homens e achando maravilhoso este ato cruel e sanguinário. Vemos o aumento do pecado e consequentemente a falta de consolo na vida das pessoas. Vemos apenas angústia e dor na vida das pessoas por não ter nenhuma consolação em sua vida. Apenas um coração vazio buscando esperança nas coisas deste mundo. Olhe para o mundo a seu redor. A criação da ONU é uma tentativa vã de criar paz e dar consolação as pessoas neste mundo quebrado pelo pecado. Vemos pessoas buscando consolo no álcool, nas drogas, na prostituição e uma infinitude de coisas que não satisfazem um coração com consolo e esperança.
Porém, quando olhamos para o que Jesus Cristo veio fazer neste mundo, ficamos chocados com tamanha mensagem. Ele diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Cansados do que? Sobrecarregados do que? Cansados de sofrer neste mundo por causa da tristeza, da dor, do sofrimento, da morte deste mundo corrompido. Sobrecarregados de pecados e mais pecados; sobrecarregados com o peso da ira de Deus contra os seus pecados. Nós vemos nas páginas das Escrituras Jesus Cristo pregando para pessoas sem esperança e sem consolação alguma; pessoas que não sabem onde buscar esperança. Vemos Ele livrando pessoas das consequências físicas do pecado, como: cegueira, paralisia, surdez e mudez; da falta de consolação na morte de alguém querido. Em tudo isso vemos a necessidade do homem em ser consolados do sofrimento e da falta de esperança.
Por isso quando as pessoas ouvem o evangelho e o aceita com verdadeira fé, vemos elas sendo consoladas em e por Cristo Jesus. Pois o evangelho fala de Jesus Cristo que é o consolador para a humanidade. Ele é quem consola corações feridos, abatidos, sofridos e preenche corações vazios.
Quando o Catecismo de Heidelberg foi escrito, as pessoas da época estavam vivendo em um mundo onde não se falava de esperança. Pois a igreja romana não ensinava verdadeiramente sobre Cristo. As pessoas viviam com medo do futuro e via apenas Deus como um Deus que quer castigar todos os pecadores com seus pecados. Mas, quando os reformadores começaram a pregar a necessidade de arrependimento para os homens, muitos encontraram a paz que tanto queriam. Perceberam que precisavam de Jesus Cristo para serem consolados e libertados dos sofrimentos deste mundo quebrado pelo pecado. É isso que nós recebemos em Cristo depois da nossa conversão. Por causa de Cristo em meio aos maiores sofrimentos, nós mesmo assim permanecemos consolados e tendo paz em nossos corações. Em vez de fugir para distante de Deus nós corremos para mais perto dEle ainda em oração. Porque nós sabemos que somente em Cristo temos a verdadeira consolação para a nossa alma faminta e sedenta.
Qual o conteúdo desta mensagem que traz consolação?

2. O Conteúdo da Consolação

Irmãos, que mensagem é essa que traz tantas consolações para pecadores mergulhados neste mundo de sofrimento, dor e sem consolação? O conteúdo desta mensagem é Cristo! Cristo é a mensagem de consolação para o povo de Deus. O Catecismo diz que o único conforto ou consolo na vida e na morte é: “O meu único conforto ou consolo é que – corpo e alma, na vida e na morte – não pertenço a mim mesmo, mas ao meu fiel Salvador Jesus Cristo”. O consolo do cristão é que ele pertence a Jesus Cristo e essa verdade traz consolo para o povo de Deus.
Veja a mensagem de Isaías 40.1-2 diz: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados”. Esta profecia fala sobre o futuro e ela foi cumprida em Jesus Cristo. Sabemos disso, porque logo depois dessas palavras Isaías disse: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse” (Is. 40. 3-5). Esta parte da profecia se cumpriu quando João Batista apareceu (Mt 3.3). Ele é a voz no deserto, que exortava o povo de Deus para preparar o caminho do Senhor nos seus corações (Lc 3.4-6). Ele mesmo foi enviado para preparar o caminho do Senhor, que estava vindo. O povo de Deus devia se examinar, reconhecer os seus pecados e se converter. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29), disse João Batista quando viu Jesus Cristo se aproximando. E assim ele apontou aos seus discípulos o Salvador que traria consolação ao povo de Deus. Veja que mensagem poderosa e maravilhosa João Batista está pregando a um povo mergulhado em pecado e sofrimento.
Irmãos, Jesus salva pecadores dos seus pecados. Essa foi a mensagem que Deus deu a Maria: “... porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados dele” (Mt 1.21). Irmãos, o que causa sofrimento, dor, tristeza, angústia e morte física e morte eterna é o pecado. O pecado é o que faz este mundo ser o que é hoje: CORRUPTO! Um mundo sem esperança e consolo. Um mundo mergulhado em sofrimento.
Porém, a mensagem do evangelho é uma mensagem que confronta o mundo. Porque pertencer a Cristo consola o cristão por ele saber que ele foi comprado pelo sangue de Jesus Cristo. Como diz o Catecismo: que Cristo “ao preço do seu próprio sangue, pagou totalmente por todos os meus pecados e me libertou completamente do domínio do diabo”. Então, nos momentos de sofrimento, lembre-se: “você pertence a Cristo”. Ele é a sua consolação. É esta verdade que traz consolo em um mundo sem consolo.

3. O Incentivo da Consolação

Irmãos, qual o incentivo desta consolação em Cristo? Em 2 Coríntios 1.22 diz que Deus nos selou e nos deu o penhor do Espírito Santo em nosso coração. Deus nos selou com o seu nome em nós e ainda nos deu o Espírito Santo como garantia de que nós seremos guiados para longe do sofrimento e consolados por Ele.
Efésios 1.13-14 diz: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. Novamente é dito que nós – cristão – fomos selados com o Espírito Santo. O Espírito Santo é dado ao cristão para incentivar-lo na caminhada com Cristo. Sendo consolado também pelo Espírito Santo.
1 João 3.3 ainda diz: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem essa esperança, assim como ele é puro”. É Cristo quem purifica o que crer nEle para ser como Ele é: puro! E o Catecismo repetindo o ensino bíblico diz: “Portanto, pelo seu Espírito Santo ele também me garante a vida eterna e me torna disposto a viver para Ele daqui em diante, de todo o coração”.
Portanto, por causa do Espírito Santo de Cristo, o cristão é levado a viver uma vida alegre e disposta a viver para Cristo com todo o seu coração. Uma vida dedicada a Jesus Cristo significa que em tudo o cristão busca glorificar a seu Senhor Jesus Cristo acima de qualquer coisa. Então, por causa do Espírito Santo que recebemos de Cristo somos incentivados a continuarmos a nossa jornada de fé em meio ao um mundo corrupto. Somos incentivados a permanecermos consolados em meio a um mundo sem consolo.
Este é o evangelho que traz consolo onde não há e que foi pregado a cada um de nós. Creiamos firmemente em Cristo e viveremos consolados por aquele que é o consolo para todo cristão: Jesus Cristo.

Amém.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Salmo 51: O Clamor de um crente ao SENHOR por compaixão e benignidade

Leitura: 2 Samuel 12.1-15                    Pr. Alexandrino
Texto: Salmo 51                                   São José 01-12-2013; Recife 08-12-2013

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo.

O Salmo 51 é um salmo penitencial! Salmo penitencial é quando um pecador arrependido confessa seu pecado pedindo a graça de Deus em sua vida. E neste salmo nós encontramos um pecador arrependido. Davi está confessando seu pecado a Deus e a sua Igreja. E por esse motivo ele está clamando a Deus por misericórdia em sua vida. Ele sabe muito bem quão danoso é o pecado na vida do pecador. Ele sabe que o pecado afasta o pecador da graça de Deus. Faz com que o pecador queira ficar longe do Deus da vida. O pecado engana o pecador com relação a realidade do que é certo e errado. O pecado sempre leva o pecador a satisfazer os seus desejos pecaminosos e assim tentar preencher o seu coração que continua vazio. O pecado é como a sepultura, que nunca diz: Basta! Ou como o fogo, que nunca diz: Basta!
E Davi provou isso em sua vida de uma maneira terrível. Por isso nós o encontramos neste Salmo 51 derramando seu coração diante do trono da graça do seu Deus a quem ele tanto ofendeu e foi motivo de desonra para o nome de Deus.
E é baseado exatamente neste Salmo 51 que quero pregar nesta manhã o clamor de um crente arrependido.
Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: O Clamor de um crente ao SENHOR por compaixão e benignidade
Neste clamor encontramos:
1. A Confissão
2. O Pedido
3. A Gratidão

1. A confissão

Irmãos, este salmo começa com uma nota histórica dizendo exatamente quando e o porquê Davi escreveu este Salmo 51. O título do Salmo 51 diz: “Ao mestre de canto. Salmo de Davi, quando o profeta Natã veio ter com ele, depois de haver possuído Bate-Seba”. Este foi o pecado de Davi que o levou a escrever este Salmo 51. O título do Salmo nos leva ao 2 livro de Samuel capítulos 11 e 12. Deixe-me lembrar desta história triste.
Irmãos, era uma linda tarde, talvez por volta das 4 a 5 horas da tarde. Davi estava dormindo. Seu exército havia saído para a guerra contra os filhos de Amom. Por algum motivo Davi não foi com os seus soldados como de costume, mas ficou no palácio. 2 Samuel 11.2 diz que “levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real”. Este texto dá a impressão que Davi estava ocioso e sem nada para fazer. Ele estava desocupado e com a mente vazia. Estava esperando alguma notícia do seu exército, mas ninguém trouxe nenhuma notícia ainda do campo de batalha.
Então, em seu caminhar pela varanda viu uma mulher tomando banho. O texto diz que era uma mulher formosa. Uma linda mulher. Naquele momento ele poderia imediatamente tirar os olhos dela e voltar para dentro do palácio. Porém, ele não faz isso. Ele olha, depois mais uma olhada e continua olhando. Em seguida manda chamar alguém e pergunta quem era aquela mulher. A resposta foi: “É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu” (2 Sm 11.3). Pela resposta do soldado é como se ele estivesse dizendo que ela já tinha esposo e não era para o rei se envolver com ela.
Porém, o desejo em seu coração já é muito forte ao ponto dele mandar um mensageiro à mulher para buscá-la. E ele teve relações com ela. Poucos dias depois a mulher de Urias manda a notícia de que ela estava grávida. Qual a reação de Davi? Davi toma imediatamente providência para que o marido da mulher não saiba de nada e manda que Urias, esposo de Bate-Seba, venha para lhe dá notícia. Depois do relatório Davi manda Urias voltar a sua casa para ter uma boa noite com sua esposa e até manda um presente em seguida. Entretanto, Urias recusa-se a receber mais privilégio que os seus companheiros e ele dorme à porta da casa do rei. Davi insiste que ele desça a sua casa para dormir. Então, Urias responde ao rei: “A arca, Israel e Judá ficaram em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para deitar com minha mulher? Tão certo com tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa” (2 Sm 11.11).
Em seguida Davi manda que Joabe coloque Urias na frente de batalha. Veja até que ponto chega o pecado de Davi. 2 Samuel 11.14 diz: “Coloca Urias na frente da maior força da peleja”, mas o texto não pára aqui. O texto continua dizendo: “e deixa-o sozinho, para que seja ferido e morra”. Isso é o pecado! O pecado só causa destruição e morte. O pecado não está preocupado com Deus, sua lei e nem com seu próximo. Davi não está se preocupando se é certo em cobiçar, roubar, adulterar e matar seu próximo Urias. Davi é chamado o homem segundo o coração de Deus, mas chegou a praticar as obras de Satanás.
Irmão, Davi depois que matara Urias mandou buscar Bate-Seba e fez dela sua mulher. Então, escutamos a Palavra do Senhor dizendo em 2 Samuel 11.27: “Porém, isto que Davi fizera foi mal aos olhos do SENHOR”, ou seja, o SENHOR não aprovou nenhuma dessas atitudes pecaminosas de Davi. Lembrem-se: o pecado nos leva para distante de Deus. E foi exatamente isso o que aconteceu com Davi. O rei Davi passou quase um ano em seus pecados. Durante esse tempo provavelmente ele orava, oferecia sacrifícios e muito mais. Porém, como o SENHOR aceitaria esses louvores de alguém que vive na prática do pecado e não se arrepende? No Salmo 50 o Senhor está reclamando com o povo de Israel exatamente por causa deste tipo de adoração falsa.
Aqui tem uma aplicação para nós: se nós estamos vindo para o culto ou orando em nossas casas ou falando da palavra de Deus e mesmo assim estamos vivendo em pecado: nossa adoração é falsa e vã. Deus não aceita a nossa adoração se não for com um coração arrependido. Então, devemos estar aqui neste culto e em toda a nossa vida com um coração contrito, arrependido de nossos pecados.
Agora, em meio a esta história triste na vida do rei Davi, podemos ver a glória de Deus na vida de um pecador atolado em seus pecados. O SENHOR enviou o seu servo, o profeta Natã, e confrontou o rei Davi em seu pecado. E pela graça de Deus, Davi se arrependeu de seus pecados e confessa dizendo: “Pequei contra o SENHOR” (2 Sm 12.13). E o profeta Natã responde: “Também o SENHOR te perdoou o teu pecado”. Irmãos, como é maravilhoso ouvir que um pecador se arrependeu de seu pecado. Como o próprio Davi diz no Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto”.
Irmãos, esse é o contexto do Salmo 51. Neste Salmo 51 Davi mostra a reação de um verdadeiro crente que sabe que pecou gravemente contra seu Senhor. Este salmo foi composto logo após que Davi se arrependeu de seus pecados terríveis. Este Salmo é sua oração ao seu Deus. Neste salmo podemos ouvir Davi gemendo, angustiado suplicando por renovação em sua vida. Então, ele começa se dirigindo a Deus confessando os seus pecados. Podemos dizer que este salmo é um grito de socorro. Davi está clamando a Deus por ajuda em sua vida. Ele clama pela misericórdia e a benignidade de Deus. O Salmo 51.1 diz: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões”. Davi recorre a misericórdia e a benignidade porque ele sabe que não tem nada e que ele não passa de um mendigo espiritual. Ele necessita das multidões das misericórdias de Deus para receber perdão. Ele quer que Deus não olhe para a sua iniqüidade, mas que Ele apague os pecados como quando se escreve na areia e a onda do mar apaga. Por isso ele diz nos versos 2-3: “Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Pois conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim”. Ele sabe que sem perdão não se pode estar na presença de Deus. Ele conhece o que aconteceu com Adão quando pecou e foi expulso da presença de Deus. Por isso ele confessa seu pecado. Quando ele pede que o SENHOR o lave é porque ele sabe que estar imundo por causa do pecado. Ele mesmo diz que conhece os seus próprios pecados e ele sabe contra quem ele pecou. Ele diz: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro em teu julgar” (Sl 51.4).
Aqui estar algo importante do verdadeiro arrependimento. Ele reconhece que seus pecados foram cometidos contra Deus somente, ou seja, todo pecado primeiramente é cometido contra Deus. Ele não coloca desculpa sobre a sua transgressão, a sua culpa. Pelo contrário, ele é enfático em sua confissão de pecado. Ele sabe que desde a sua concepção ele é um pecador e sua existência por natureza ofende a Deus. “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51.5). E, é por isso que o arrependimento de Davi é verdadeiro, como ele mesmo disse: “Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria” (Sl 51.6).
Irmãos, Davi pecou gravemente contra Deus e sua lei e sua Igreja. E publicamente neste salmo ele está confessando os seus pecados. Agora, será que algum de nós estar vivendo em pecado e nunca confessou a Deus? Se esta é uma realidade em nossa vida, devemos nos arrepender rapidamente confessando a Deus as nossas transgressões. Somente assim encontraremos descanso e paz para a nossa alma. Que sigamos o exemplo de Davi e nos arrependamos diariamente.

2. O Pedido

Irmãos, o que Davi pede a Deus? Davi não pede prata nem ouro nem saúde. Ele não está interessado em bens materiais. Ele é um crente no seu Deus e depois de confessar o seu pecado ele pede algo para a sua vida espiritual, algo para a sua eternidade. No verso 7 ele pede purificação de seus pecados: “Purifica-me com hissopo, e ficarei mais alvo que a neve”. Pecado significa impureza na vida do homem. O pecador imundo não pode permanecer diante de Deus e ficar vivo. Por isso ele clama pela justiça de Deus, justiça essa que pode justificar o pecador.
Existe um motivo porque Davi está pedindo purificação em sua vida. O motivo é que o pecado acabou com sua alegria espiritual. Observem os versos 8-12 e vejam que Davi está falando de sua de tristeza espiritual. Ele quando estava vivendo em pecado não sentia a graça de Deus em sua vida. No Salmo 32.3-4 diz: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia”. E qual o motivo de tanto sofrimento em sua alma? Ele mesmo responde: “Porque a tua mão pesava sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio”. Enquanto Davi vivia em seus pecados o Senhor não o deixou em paz. Pelo contrário, o Senhor em sua ira esmagava a sua alma, tirava a sua força e ele ficou igual a um deserto. Espiritualmente ele era um deserto da graça de Deus; espiritualmente ele era um vale de ossos secos. Ele não sentia a graça de Deus em sua vida. Não tinha andado nos caminhos do SENHOR. Ele sentia um vazio na alma por causa dos seus pecados.
Então, depois que se arrependeu de seus pecados, ele quer ser o antigo Davi que amava a Deus fervorosamente. Ele pede: “Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades.” (Sl 51.8-9). Ele sabe que somente o perdão pode causar júbilo e por isso ele pede perdão de seus pecados. Quando fala dos ossos esmagados pelo SENHOR, ele se refere ao seu grande sofrimento e tristeza por viver tanto tempo em seus pecados como um animal irracional. Ele sentiu o peso esmagador da mão de Deus pesando sobre ele dia e noite enquanto ele permaneceu embrutecido em seus pecados. Ele sabe que se Deus olhar e cobrar dele os seus pecados seria o seu fim. Por isso ele roga para que não olhe ou não impute a ele os seus pecados. Mas, concede o perdão que ele tanto deseja para a sua alma faminta e inquieta.
E ele acrescenta: “Cria em mim, ó Deus, um espírito puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51.10). Ele quer renovação na vida espiritual onde havia um deserto. Ele quer um jardim onde havia terra seca. Ele quer vida onde só havia morte. Ele quer um coração puro e inabalável para não pecar nunca mais contra o seu Deus. Ele tinha medo de que o SENHOR não o quisesse mais em sua presença e por isso ele diz: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Sl 51.11). Ele sabe muito bem que longe do SENHOR é o inferno. É sofrimento, solidão e morte. Por isso ele quer está na presença do Deus da vida. Ele também diz: “nem me retires o teu Santo Espírito”. Ele sabia o que havia acontecido com Saul. Como o SENHOR retirou o seu Espírito de Saul quando pecou contra o SENHOR e entrou um espírito imundo em nele. Por causa disso vivia sem paz e atormentado e longe da presença do SENHOR. Davi não queria isso para a sua vida. Ao contrário, ele quer ficar bem perto da presença do seu Senhor e andar com Ele durante todos os dias de sua vida. Mas, ele não queria fazer isso gemendo, desanimado. Então, ele pede: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51.12).
Irmãos, o pecado rouba a alegria de fazer a vontade de Deus. Quando estamos nos desviando do caminho do SENHOR os sintomas começam a aparecer: falta de leitura da Palavra de Deus; falta de oração na vida e eu não estou falando de orar durante as refeições ou quando vai dormir. Estou falando de não reservar um tempo para orar e estar em comunhão com Deus. Também vem a falta de alegria de vir a Igreja. Faltamos aos cultos, estudos bíblicos, sociedades, desprezo pela comunhão e outras atividades da Igreja. Nós desanimamos por causa do nosso pecado e vivemos cambaleando espiritualmente feito um bêbado. Vivemos na beira do precipício da morte. Mas, nós não queremos muitas vezes mudar e continuamos como um animal irracional.
Foi exatamente assim que Davi se sentiu. E o que ele fez quando confrontado com a Palavra de Deus? Ele se arrependeu! E por isso ele dobra seus joelhos e clama: “Restitui-me a alegria da tua salvação”. Podemos dizer: concede-me novamente a alegria de viver para ti; concede-me a tua graça novamente; deixa-me sentir a tua graça em minha vida Senhor, pois não sinto a alegria de te servir como antes.
Irmãos, é esse tipo de oração que precisamos em nossas vidas. Nós vivemos tão ocupados com os afazeres diários que não paramos para cuidar da nossa vida espiritual. Não paramos para nos arrepender dos nossos pecados diários. E o resultado é uma vida fraca espiritualmente. Uma vida sem leitura da Palavra, sem oração, sem comunhão, sem o prazer de estar se reunindo com a Igreja para louvar a Deus. Então, roguemos ao nosso Deus pedindo alegria para servi-Lo a cada dia de nossas vidas. Que oremos, imploremos, batamos nas portas dos céus rogando a Deus por renovação em nossas vidas. Roguemos, roguemos dia após dia. Não podemos desistir após a primeira oração. Mas, continuemos rogando a graça de Deus em nossa vida. Pois a nossa maior alegria está em Cristo Jesus que nos deu perdão. Então, roguemos para sermos mais e mais semelhantes ao nosso Senhor e Salvador.

3. A Gratidão

Irmãos, depois que Davi confessou seu pecado e pediu a alegria da salvação em sua vida, o que ele fez em seguida? O que Davi pediu não foi algo egoísta. Ele pediu a alegria de servir a Deus com um coração puro e inabalável. E o que ele iria fazer? Davi iria viver uma vida de gratidão a Deus falando para as pessoas como Deus foi e tem sido gracioso para com sua vida. Ele diz no verso 14: “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti”. Em sua gratidão ao seu Salvador, Davi iria contar as pessoas como o SENHOR foi gracioso para com ele e como ele foi salvo de seus pecados. Nos versos 14-15 ele continua: “Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores”. Um coração quebrantado é um coração grato e alegre. É um coração que não se cansa de falar da obra de Deus em sua vida. Mas, ele faz isso para Deus seja honrado e louvado pelos pecadores. Ele faz isso para que pecadores sejam salvos da morte eterna.
Como diz os versos 16-17: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu to daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. Com um espírito quebrantado Davi quer viver e vive para Deus. E realmente Davi viveu uma vida cheia de gratidão ao Senhor e Salvador.
Irmãos, nós também recebemos o mesmo perdão em nossas vidas. Será que nós não vamos viver vidas de gratidão a Deus? Será que não vamos falar do que Cristo fez por nós? Claro que vamos – se somos realmente redimidos no sangue de Cristo. Não vamos cansar de falar da graça salvadora em nossa vida. Então, vivamos para glorificar a Cristo.
Amém.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Hebreus 3.7-19: O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença

Texto: Hebreus 3.7-19                                      Pr. Alexandrino
                                                                         Recife 10-11-2013
Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo!

A descrença é um pecado terrível. Pois leva o ser humano a não crer em Deus. Olhe o mundo a nossa volta! O mundo é descrente. A descrença é o que leva o homem ao inferno. Por isso a Palavra de Deus nos adverte contra esse mal. Por quê? Porque é possível ouvir a pregação da Palavra e não ser verdadeiramente convertido; é possível fazer parte do rol dos membros, mas não fazer parte da Igreja de Cristo; é possível enganar a nós mesmos achando que realmente servimos a Deus da nossa maneira.
O texto da pregação nos adverte contra o pecado da descrença para não sermos lançados no inferno. E por isso nesta noite é bom olharmos para o passado, presente e o futuro. E avaliarmos à luz da Palavra de Deus como foi a nossa vida, como está a nossa vida hoje e qual a perspectiva para o futuro. E como o Senhor nos encoraja a viver para Ele.

Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
1. Nos Fazendo Olhar Para o Passado
2. Nos Fazendo Olhar Para o Presente
3. Nos Fazendo Olhar para o Futuro

O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
1. Nos Fazendo Olhar Para o Passado (Hb 3.7-11)

Irmãos, Hebreus 4.12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.
O texto diz que esta Palavra é VIVA! Que esta palavra é EFICAZ! Por que esta Palavra é viva e eficaz? Porque ela é a Palavra de Deus. Esta palavra que temos em nossas mãos é a Palavra de Deus. A mesma palavra que Ele disse: haja luz e houve luz! Ela não é uma palavra morta e sem poder. Ela é capaz da conceder vida a quem estar morto. Esta Palavra também é EFICAZ! É eficaz para salvar pecador das trevas.
Pois ela é inspirada pelo Espírito Santo! Hebreus 3.7a diz: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo”. E 2 Pedro 1.20-21 ainda diz: “sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. É exatamente por isso que o Espírito Santo faz uso da sua própria Palavra para advertir os ouvintes que recebera a carta aos Hebreus e também a nós do perigo da descrença. Ela não usa outra ferramenta, a não ser a sua própria Palavra que Ele próprio inspirou. Esta palavra que é viva e eficaz e mais cortante do que do que qualquer espada de dois gumes. De Gênesis a Apocalipse a Sagrada Escritura é usada para advertir pecadores. E no texto da pregação não é diferente.
Os versos 7b-11 são citados do Salmo 95. O salmista do Salmo 95 faz um resumo do êxodo do povo de Israel e mostra que os israelitas sempre mostraram descrença no Senhor na caminhada pelo deserto. Permita-me mostrar a vocês a triste história do êxodo de Israel. Eu falo triste porque realmente é uma história triste.
Irmãos, o povo de Israel estava habitando no Egito, mas lá ele vivia em escravidão; sofrendo com os maltratos dos egípcios; os israelitas eram forçados a trabalharem de uma maneira desumana. Porém, o Senhor se lembrou de sua promessa a Abraão e enviou Moisés para salvar o povo; Moisés fala a faraó e faraó endurece o coração e não deixa o povo sair. Por disso, Deus castiga o Egito com dez pragas. Que eventos maravilhosos da parte de Deus. Quem não gostaria de ver com seus próprios olhos aqueles eventos? A água do rio transformada em sangue; pedras em chamas caindo sobre todo Egito. Isso com certeza fortalecia ainda mais a confiança no SENHOR. Pois o povo de Israel está vendo com seus próprios olhos as obras maravilhosas do SENHOR. Você não ficaria?
Faraó finalmente deixa o povo sair para adorar a Deus. No êxodo ou saída do Egito do povo de Israel, Deus mesmo guiava o povo. Durante o dia com uma coluna de nuvem. Durante a noite a coluna de nuvem ficava envolvida em fogo (Ex 13.21-22). Porém, faraó persegue os israelitas com seu exército. Qual foi a atitude do povo? Foi uma atitude de descrença no poder de Deus. Abram comigo em Êxodo 14.10-12 e prestem atenção a reação do povo. O texto diz: “E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto”. O povo não crê no SENHOR e seu poder. O povo não crê que o SENHOR tem poder para livrá-lo do perigo. Os israelitas estão dizendo que é melhor estar vivendo como escravos no Egito. O povo já esqueceu o que o SENHOR fez lá no Egito a alguns dias atrás; veja como o povo é descrente no SENHOR. Eles preferem continuar vivendo no Egito como escravo e adorando outros deuses.
Mas, qual foi a atitude de Moisés? Êxodo 14.13-14 diz: “Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”. Como a reação de Moisés é totalmente diferente da reação do povo. As palavras de Moisés são palavras de alguém que conhece o seu Deus e sabe o Ele que fará para defendê-lo. O povo tinha que crer da mesma maneira que Moisés.
As palavras de Moisés se mostraram verdadeiras imediatamente. Pois o Anjo do Senhor que ia adiante do povo passou para atrás do povo em posição de batalha. A coluna de fogo que iluminava o povo durante a noite também passou para trás povo bloqueando a passagem dos egípcios. Então, o Senhor de uma maneira milagrosa abriu o mar vermelho. O povo começou a passar pelo meio do Mar vermelho a pés enxutos. Os israelitas podiam olhar para os lados e verem as imensas muralhas de águas fazendo um corredor imenso. Enquanto isso o Anjo do Senhor e coluna de fogo continuavam impedindo o avanço dos egípcios. Quando o último israelita passou pelo Mar Vermelho, e isso pode ter demorado alguns dias, o Anjo do Senhor foi para a frente dos israelitas para continuar guiando-os e a coluna de fogo voltou para cima de Israel e se transformou em uma coluna de nuvem protegendo os israelitas do calor do sol.
Os egípcios em sua incredulidade começaram novamente a perseguição aos israelitas. Então, o SENHOR dos exércitos ordena que Moisés estenda as mãos para o mar quando os egípcios estavam atravessando e imediatamente o Mar Vermelho voltou ao seu lugar e os egípcios foram mortos. Tudo isso os israelitas viram com seus próprios olhos. Viram quão grandioso é o poder de Deus. O que você faria se estivesse lá? Com certeza era para os israelitas nunca mais duvidar do poder do seu Deus.
Porém, depois de três dias de caminhada pelo deserto o povo começa a murmurar contra o Senhor por falta de água. Deus, porém, purifica as águas amargas de Mara em águas doces.
Quinze dias depois o povo murmura contra o Senhor por falta de comida. Deus dá o maná e codornizes. Deus também ordena que no sétimo dia ninguém deveria colher o maná. Porque é o dia de descanso. Mas, muitos desobedecem e saíram para colher o maná. Em seguida Deus livra os israelitas dos amalequitas.
Irmãos, quando estamos ouvindo tudo causa até indignação de nossa parte contra Israel. Pois o SENHOR fez tantos milagres e mesmo assim o povo continua a murmurar mostrando falta de confiança e fé no SENHOR Deus.
Irmãos, o em seguida o Senhor dá os Dez Mandamentos ao povo e o povo respondeu fazendo um bezerro de ouro. Depois deste fato terrível, o povo instruído na lei do Senhor parte do monte Sinai.
Bem o povo não partiu do monte Sinai começou a murmurar por falta de comida, rejeitando assim o maná. Dizia que era melhor estar no Egito (Nm 11). Que era melhor os peixes que eles comiam de graças; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. E o povo ainda diz: “Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná” (Nm 11.6). Então, a pergunta que vem a mente é: como viviam os israelitas no Egito? Eles não eram escravos? E por que eles preferiam ser escravos no Egito que ser livre e confiar no SENHOR?
Por causa destas rebeldias e murmurações constantes Moisés achou seu trabalho pesado de mais e diz que não quer mais ser o líder do povo. Depois Deus se irou com esta declaração de rebeldia que mandou codornizes e em seguida lançou uma maldição sobre Israel.
Então, o povo chega a fronteira de Canaã. A terra prometida está em frente do povo e 12 espias são enviados para espiar a terra. O relato dos espias é recebido com descrença e incredulidade. O povo se rebela contra Moisés e Arão. Calebe e Josué reprovam o povo e mostram fé em Deus.
Qual a reação do Senhor? O Senhor se ira em extremo e quer matar a todos. O SENHOR não alguém mais tanta rebeldia de uma povo ingrato e incrédulo. Porém, Moisés intercede pelo povo. É isso que lemos em Números 14.17-19: “Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O SENHOR é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações. Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia e como também tens perdoado a este povo desde a terra do Egito até aqui”.
Porém, Deus não inocenta o culpado – como Moisés afirmou. O SENHOR resolve poupar a vida do povo naquele momento e ao mesmo tempo decreta o castigo do povo. Número 14.20-24 diz: “Tornou-lhe o SENHOR: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei. Porém, tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do SENHOR, nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que desprezaram a verá. Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá”.
Irmãos, existia motivo para o povo de Israel murmurar contra o Senhor? Os atos poderosos do Senhor não mostraram que Ele era capaz de dar aquilo que o povo necessitava? Então, qual o motivo para tanta rebeldia? Só tem uma resposta: Descrença! Descrença no Senhor. Não há outra resposta para tamanha rebeldia e murmuração, a não descrença!
Vejam comigo Hebreus 3.7-10. O texto diz: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos”. Quem endureceu o coração no deserto? Não foi Israel? E quem foi que provocou, que tentou, que pois à prova as promessas as promessas do SENHOR e durante quarenta anos as todas as obras do SENHOR no deserto? Acaso não foi Israel?
Agora, prestem atenção principalmente no verso 11: “Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso”. São palavras fortíssimas que o SENHOR está dizendo. Ele está JURANDO NA SUA IRA! Ele não agüenta mais aquele povo ingrato e incrédulo e descrente. E foi exatamente isso o que aconteceu. Israel não entrou no descanso do Senhor, pelo contrário, foi rejeitado.
Irmãos, o passado de Israel é marcado pelo pecado de descrença e a descrença levou Israel para longe do Senhor e de suas promessas. Agora, o que o autor aos Hebreus quer nos ensinar com essas histórias do passado de Israel? Por que ele nos manda olhar para o passado de Israel? O que tudo isso tem a ver conosco?
Vamos olhar o verso 12 que diz: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. Irmãos, o autor aos Hebreus está escrevendo para crentes, pessoas redimidas no sangue de Jesus. E ele sabe que a descrença afasta o pecador do Deus da vida. Ele sabe que nós corremos perigo de cair na descrença e deixarmos de confiar no Senhor Jesus Cristo. Assim como aconteceu com Israel no deserto. Eles eram membros da Igreja e mesmo assim foram rejeitados pelo SENHOR. Foram rejeitados porque não deram ouvidos as palavras da vida. Eles quando ouviram as palavras do SENHOR endureceram o coração. Tornaram-se descrente e por causa da descrença foram rejeitados. Isso é um alerta para nós! Não sejamos como Israel no deserto. Não sejamos descrentes nas promessas do SENHOR. Depositemos nossas vidas nas mãos do Salvador Jesus Cristo. Então, ouçamos as palavras e as guardemos como colocar em nossos pescoços.
Então, me deixe ser um pouco mais direto: O que faz quando HOJE ouve a voz de Deus na pregação ou através dos seus oficiais? Você endurece o coração? Você prova o Senhor? Você tenta o Senhor? Olhe para o passado de Israel e veja que por causa da descrença Israel foi rejeitado. Olhe agora para o passado de nossa Igreja no Grande Recife: Você alguma pessoa que endureceu seu coração e não está em nosso meio mais? Você lembra que essa ou essas pessoas foram desobedientes em não ouvir as palavras do Senhor Jesus Cristo? E vejam como foram desobedientes. Vejam como foram rejeitados por deixarem os caminhos do Senhor. Vejam que o Senhor Jesus Cristo fechou as portas do seu reino para eles.
Então, tenhamos cuidados para que não aconteça o mesmo com cada um de nós. Pois corremos o mesmo perigo e por isso o aviso!

Isso nos leva ao segundo ponto:
O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
Nos Fazendo Olhar Para Presente (Hb 3.12-15)

Irmãos, o Senhor Jesus não nos faz apenas olhar para o passado da Igreja no Antigo Testamento, Israel. Mas, também nos faz olhar para o presente. Para as nossas vidas HOJE! Observe o que o Senhor Jesus Cristo está dizendo através do Espírito Santo. Observem o verso 7 e prestem atenção na palavra “HOJE” nesse.
A citação é do Salmo 95 e o salmista já naquela época mandava Israel olhar para o passado de seus pais. Um passado triste a não ser seguido. Observe que o salmista diz que: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração...”. Agora observem os versos 12-13 que diz: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.
Observem a palavrinha “HOJE” no verso 13. O que isso significa? Isso significa que a exortação, a advertência é para “HOJE” e não para amanhã. HOJE é o dia de olharmos para nossas vidas. HOJE é o dia avaliarmos as nossas vidas à luz da Palavra de Deus. É uma advertência urgente para nós crentes e não deve ficar sem uma resposta de nossa parte. Devemos responder com fidelidade a advertência do nosso Salvador e não ficarmos parados achando que não podemos cair em tal pecado. Ele diz no verso 12: “tende cuidado”. Ele sabe do perigo que corremos. Ele sabe mais do que cada um de nós! Observe nesse verso a palavra “irmão”. Ele fala é para a igreja; para os membros do povo de Deus – como já falei.
Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso... perverso coração de incredulidade que nos afaste do Deus vivo (v. 12). A descrença é uma realidade e não podemos fugir dela e nem fingir que não corremos perigo de cair em tal pecado. Então, o que devemos fazer para não cairmos neste pecado? O texto diz: “Exortai-vos mutuamente...”. Um ótimo remédio contra o pecado da descrença é exercer a exortação, o encorajamento dos nossos irmãos para que eles não caiam neste pecado e vamos receber com alegria a exortação quando a recebemos. Pois isso mostra o amor de Cristo. Pois estamos cuidando um do outro.
E quando devemos exortar um ao outro? O texto diz: “exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que chama hoje”. Irmãos, não exorta os nossos irmãos apenas quando estamos na Igreja e ele apareceu. Devemos procurar diariamente exortar os nossos irmãos. Vamos na casa dos irmãos, vamos telefonar, vamos mensagem de celular, e-mail, mensagem pelo facebook e muito mais. Temos uma infinidade de recursos a nossa disposição para cumprirmos o mandamento de nosso Salvador. Uma Igreja que exorta é uma Igreja sadia e forte; uma Igreja que exorta é uma Igreja que cheia do amor de Cristo; é uma Igreja que tem o cheiro de Cristo; que tem a vida de Cristo. Então, não nos cansemos de exortar uns aos outros em amor.
Qual o propósito de exortarmos mutuamente hoje e sempre? O texto responde dizendo: “A fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”. Irmãos, o pecado é uma mentira e não vamos deixar nossos irmãos cair nesta mentira. Devemos livrar-los deste mal e mostrar-los a verdade de Cristo. Fazemos isso para salvar a alma de nossos irmãos. Pois quem não exorta não ama! Lembrem-se disso! Quem ama exorta!
Por que devemos fazer tudo isso? Porque recebemos a maior de todas as bênçãos. Vejam o verso 14 que diz: “Porque nos temos tronado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio tivemos”. Será que existe bênção maior do que essa, de sermos participantes de Cristo? Claro que não e isso motivo mais do que suficiente para estarmos exortando uns aos outros.
Agora, como sabemos que nos tornamos participantes de Cristo? O verso 14 responde dizendo: “se de fato, guardamos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”. O que mostra realmente que somos participantes de Cristo é a nossa vida. A nossa vida é o fator decisivo se temos ou não um coração cheio de descrença. Por isso o verso 15 diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação”. Então, sempre receba com um coração receptivo a voz do seu Senhor e prove as bênçãos de viver como um povo que serve ao Senhor Jesus Cristo.

Vamos ao terceiro e último ponto:
O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
Nos Fazendo Olhar Para o futuro (16-19)

Irmãos, como Jesus Cristo nos faz olhar para o futuro? Acompanhe comigo a leitura de Hebreus 3.16-18: “Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés? E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?”.
Irmãos, quando vivemos em descrença não vemos futuro, ou melhor dizendo, não temos futuro! Sem Cristo não temos como ver um futuro. Sem Cristo não podemos entrar no descanso de Cristo e descansarmos de nossas luta e pecados.
Agora veja o verso 19: “Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade”. Israel não pôde entrar no descanso de Cristo por causa do pecado de descrença. Por isso não puderam ver um futuro e esperar as bênçãos deste futuro. Mas, ficaram presos a esta vida temporária e estão hoje sofrendo no inferno.
O Descanso eterno deve ser o nosso alvo. E quando temos fé, quando cremos em Cristo podemos olhar um dia melhor e maravilho. Este dia é o dia da volta de Cristo para cumprir todas as suas promessas em nossa vida. Olhamos para um futuro com o nosso Deus e Pai. Onde descansaremos de todas as lutas que enfrentamos hoje e provaremos da bênção que é presença de nosso Deus.
Amém.