domingo, 11 de dezembro de 2011

1 Samuel 1.9-11: A Oração de Ana É Uma Oração que Busca a Glória do SENHOR.



Leitura: 1 Samuel 1.1-18                              Pr. Alexandrino
Texto: 1 Samuel 1.9-11

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

Quem nunca ficou angustiado na vida? Quem nunca passou por dificuldades que parecem não ter fim? Quem nunca sofreu? Creio que todos nós já sofremos na vida de uma forma ou de outra. Mas o que fazemos quando estamos sofrendo? Onde buscamos forças para suportar as angústias? Parece que a nossa tendência – como seres humanos pecaminosos – é buscarmos ajuda no mundo. Parece que queremos resolver nossas angústias com aquilo que o mundo oferece e esquecemos-nos de buscar a Deus nesses momentos difíceis em nossa vida. Esquecemos que no céu existe um Deus bondoso que estar disposto a nos ajudar nesses momentos difíceis. Por causa de nossa rebeldia em não olharmos para Deus, não damos a devida honra a Ele em nossa vida.
Eu nesta noite iria pregar em outro texto das Sagradas Escrituras, mas como hoje é o dias das mães. Nada melhor que sermos exortados e encorajados por mulher fiel e temente. No texto da pregação de hoje encontramos uma mulher angustiada. O que ela fez na sua angústia? Ficou desesperada e abandonou a Deus? Não, pelo contrário, ela buscou ao SENHOR em oração. Ela derramou suas lágrimas perante o trono de Deus em oração. Ela depositou sua angústia nas mãos do SENHOR. Ela honra a Deus com sua oração mesmo estando em sofrimento.
Com base no texto quero pregar a palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: A Oração de Ana É Uma Oração que Busca a Glória do SENHOR.
1. O Motivo da Oração de Ana
2. O Pedido de Ana
3. O Voto de Ana

1. O Motivo da Oração de Ana

Irmãos, o texto da pregação mostra o sofrimento de uma mulher fiel ao Senhor Deus. Uma mulher que junto com sua família servia ao Senhor. O nome dela é Ana e de seu marido Elcana. Elcana tinha outra mulher que se chamava Penina. Este homem com sua família subia de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Silo (1 Sm 1.3). Este homem cumpria o seu papel de cuidar de sua família como o cabeça do lar. Ele levava todos de sua casa para adorar ao SENHOR. Era uma família verdadeiramente crente no SENHOR. Era uma cena linda ver aquela família junta caminhando para adorar ao SENHOR.
Porém, uma das mulheres de Elcana não tinha filho porque era estéril. Ana não podia ter filho. Por essa causa a outra esposa de Elcana, sua rival, a provocava excessivamente para irritá-la, porquanto o SENHOR lhe havia cerrado a madre. Isso acontecia todas as vezes que Ana subia à Casa do SENHOR. Isso deixava Ana triste! Deixava Ana triste porque ela queria ser mãe. Este é o sonho de toda mulher cristã. Por causa das provocações ela chorava e não comia. Ela sabia que foi o SENHOR que a deixou estéril. Ela sabia que o SENHOR é o Deus da vida. Ela sabia que o SENHOR é aquele que pode dar vida onde há morte. Ela com certeza sabia da fé de Sara. Sara que era estéril, que havia morte em sua madre. Foi abençoada com um filho já em avançada idade. Com toda certeza também ouvira falar de Rebeca que era estéril e o SENHOR a fez fecunda dando a luz a Esaú e Jacó. Ou de Raquel esposa de Jacó que também era estéril e o SENHOR fez com que ela desse a luz a filhos. Ou podemos ainda citar a mãe de Sansão que era estéril. Todas estas tiveram a morte retirada de suas madres. Concedendo muitos filhos. Com certeza a fé de Ana não era diferente da fé dessas mulheres. Pois Ana cria no SENHOR. A sua fé estava baseada no Deus da vida. Pois o SENHOR é Deus de vivos e não de mortos. Ele é aquele que faz surgir vida onde há morte. Ele é aquele que faz a mulher estéril dar a luz. Onde há luto faz com que haja regozijo. Pois isso Ana recorre ao SENHOR.
O motivo da sua oração era porque estava angustiada por não conseguir ser mãe e o que faz ela recorrer ao SENHOR é a sua fé. Ela estava angustiada, muito angustiada! Isso nós percebemos no verso 15: “Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o SENHOR”. E também no verso 16: “porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora”. Estes versos deixam claro que o fato de não poder ser mãe deixava-lhe angustiada. Ela diz que está atribulada em seu espírito. Ela está inquieta por causa das provocações de sua rival. Ela estava cheia de ansiedade para não ter um filho. E isto a consumia de dia e de noite. Mas ela sabe muito bem que foi a vontade de Deus dela ser estéril. Por isso ela recorre a Deus. Na angústia muitas vezes os homens recorrem a sua própria força ou a buscar ajuda em homens se esquecendo do SENHOR. Ana não faz isto. Ela olha para cima onde vive o seu SENHOR, o autor da vida. Ela demonstra fé no SENHOR. Ela confessa a sua fé em Deus através de uma simples oração. Mas uma oração cheia de confiança nas promessas do SENHOR. Como diz o Salmo 4.1: “na angústia, me tens aliviado”.
O cristão na angústia não pode fazer outra coisa a não ser buscar ao SENHOR em oração. Nós não encontramos apenas Ana buscando ao SENHOR quando estava sofrendo. Encontramos muitos crentes fazendo o mesmo caminho que Ana. Eles oram ao SENHOR da sua vida. Nós encontramos essas orações principalmente nos Salmos. O Salmo 18.6 diz: “Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos”. Deus é aquele que ouve as orações dos seus filhos. Ele inclina os ouvidos para nos escutar quando clamamos com fé em suas promessas. O Salmo 25.17 diz: “Alivia-me as tribulações do coração; tira-me das minhas angústias”. O SENHOR alivia a alma daqueles que estão angustiados. Por isso os verdadeiros crentes podiam dizer: “em ti, SENHOR, me refugio” (Sl 31.1). A oração pôr assim dizer é o fôlego da alma do filho de Deus. Sem oração não há comunhão com Deus. Pois quem ora confia no SENHOR e nas suas promessas. A oração traz alivio para a alma abatida, sofrida e angustiada. No verso 18 de 1 Samuel 1 diz: “Assim, a mulher (Ana) se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste”. Assim como a oração deixou Ana feliz assim a oração deixa os filhos de Deus felizes. Veja que Ana está feliz independente se vai ou não receber a graça de ser mãe. Mas apenas o fato de orar com fé e confiança de que Deus ouviu a sua oração, já a deixou com a face do rosto feliz. Assim deve ser a oração em nossa vida. Ela deve trazer refrigério para nossa vida.

2. O Pedido de Ana

Irmãos, a oração de Ana é um incentivo para todos os verdadeiros filhos de Deus. Pois mostra como uma serva do SENHOR angustiada ora com fé na sua aflição. Como ela buscou o SENHOR no momento difícil de sua vida. Isso nos envergonha quando nós não fazemos o mesmo o que Ana fez. Quando não nos submetemos ao senhorio do SENHOR de nossa vida. Quando queremos viver somente para nós mesmos e resolver tudo sem Deus em nossa vida. Ana mostrou confiança no SENHOR. Essa confiança não era porque ela sabia que iria ser atendida. Pelo contrário, ela sabia que Deus a ouviu, mas isso não garante que Deus vai atender o seu pedido. Pois Ele sabe mais que qualquer um de nós o que é melhor para nossas vidas. Mas qual foi o pedido de Ana? Ela pediu a graça de Deus de ser mãe. Ser mãe é uma dádiva do SENHOR. O Salmo 127.3: “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”. Ser pai ou mãe é um grande privilégio recebido da parte do SENHOR. Também é uma grande responsabilidade. Porque os filhos são a herança do próprio SENHOR. Deus é quem forma as crianças no ventre materno e as dá como herança aos pais. Em outras palavras podemos dizer que é uma prova do amor de Deus na vida dos homens. E essas crianças devem apontar para Deus como o criador delas. Os pais devem observar isto em seus filhos e saber que os seus filhos são um presente de Deus para eles cuidarem com todo amor.
Mas, será que o pedido de Ana não foi um pedido egoísta? Vejam no verso 11 o pedido de Ana. Ela ora dizendo: “SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”. O que chama a nossa atenção no pedido de Ana? Ela não é mãe e pede a dádiva de ser mãe. Mas veja que o pedido dela é um pedido de alguém que se importa com a Igreja de Deus no Antigo Testamento. Ela quer ser mãe, mas quer ser mãe contribuindo para o bem do povo de Deus. O pedido dela é especifico. Ela não apenas pede para ser mãe. Ela quer ser mãe de um filho do sexo masculino. Ela diz: “SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres UM FILHO VARÃO”. Por que ela não pediu simplesmente que queria ser mãe? Porque ela quer ser usada para o bem do povo de Deus. Porque quando nós olhamos o contexto em que Ana viveu, nós vamos entender o porquê deste pedido.
Irmãos, o povo de Deus estava em uma situação moral e espiritual muito baixa. O sacerdote Eli não exercia seu papel de sacerdote de uma maneira que agradava a Deus. Uma prova disso é que ele considerou Ana como uma bêbada quando estava orando. Ele também não educou seus filhos no caminho do Senhor. Seus filhos eram descrentes e não tinham o mínimo de temor a Deus. Por causa disso o povo vivia numa época sombria por assim dizer. Pois não viam espiritualidade em seus lideres. Não viam seus lideres servindo com amor ao SENHOR. Isso levou o povo a viver de maneira lamentável perante o SENHOR. E Ana vendo toda esta decadência espiritual no sacerdócio e no povo, faz um pedido em que ela coloca em primeiro lugar o reino de Deus. Ela não pede uma menina, mas um menino. Ela quer um menino para que ele sirva ao SENHOR em um dos ofícios de profeta e sacerdote. Ela não esperava que seu filho fosse o Messias, mas queria que ele trabalhasse como precursor do Messias. Alguém que poderia servir no tabernáculo do SENHOR. Ela viu o sacerdócio corrompido. Ela viu os filhos de Eli pervertendo os sacrifícios e vivendo em imoralidade. Ela pede para ser abençoada com uma criança, mas uma criança que seja do sexo masculino. Esse pedido mostra o amor de uma filha de Deus por sua igreja. Mostra como um verdadeiro cristão tem que agir. Ele coloca todos os seus desejos e planos debaixo da vontade de Deus. Ana queria ser abençoada, mas não queria ser abençoada sem se importar pelo povo de Deus. Será que nós oramos como Ana? Será que nossas orações são para o crescimento e fortalecimento da igreja de Cristo? Ou será que só pensamos em nós mesmos quando oramos?
Prestem atenção que o pedido de Ana foi um pedido de sacrifício espiritual. Não foi um pedido fácil. Porque ela fez um voto ou um juramento ao SENHOR quando pediu um filho varão. Isso vamos ver no terceiro ponto.

3. O Voto de Ana

Irmãos, até que ponto nós cumprimos as nossas promessas ao SENHOR? Será que nós somos fiéis em cumprir aquilo que prometemos ao SENHOR? Ana fez um pedido a Deus. Ela queria ser mãe de um menino. Ela queria que ele no futuro servisse no tabernáculo do SENHOR. Ana para mostrar sua fé e confiança em Deus, faz um voto ao SENHOR. O verso 11 diz: “SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”. Ela diz que dará ao SENHOR o seu filho por todos os dias de sua vida! Como podemos entender este voto de Ana? Será que foi um voto precipitado?
Não, não foi um voto precipitado. Foi um voto de alguém que ama ao seu SENHOR. Ela prometeu devolver o seu filho ao SENHOR se ela recebesse a bênção de ser mãe. Ela consagrou o seu filho ao SENHOR. Ele seria um nazireu ao SENHOR. Ou seja, ele dedicaria toda a sua vida ao serviço do SENHOR. Quantos de nós estamos dispostos a consagrar nossos filhos ao SENHOR?
Parece que não são muitos que querem consagrar seus filhos ao SENHOR. Porque consagrar o filho ou filha ao SENHOR é separá-lo para servir ao SENHOR. Mas muitos pais não fazem isso com seus filhos. Não ensinam seus filhos a serem separados do mundo e do pecado. O que vemos – infelizmente até dentro da nossa igreja – é pais que não se preocupam com o destino eterno de seus filhos. Que não cumprem seus votos feitos no batismo de educar seus filhos no cominho do SENHOR. Preferem ver seus filhos viverem como descrentes; sem conhecimento de Deus e da sua palavra; filhos desobedientes; filhos que não oram ao Senhor Jesus Cristo e nem tem a mínima vontade de vir a igreja. Quão grande sacrifício fez Ana! Ela fez um voto ao SENHOR de dá seu único filho a Deus, se viesse a ser mãe. Ela estava disposta a ver seu filho uma vez por ano. Mas queria que ele servisse ao SENHOR durante toda a sua vida. Queria que ele fosse um nazireu, ou seja, consagrado ao SENHOR.
Será que você é um nazireu do SENHOR? Será que sua vida é consagrada ao SENHOR? Como você pode saber se é um nazireu? Vivendo para Deus somente. Desprezando o mundo e buscando o reino do Senhor Jesus. Jesus Cristo foi um nazireu, pois Ele foi consagrado ao SENHOR durante a sua vida. E a sua vida mostra que Ele glorificou a Deus sendo fiel até a morte e morte de cruz.
Irmãos, que tenhamos a mesma fé de Ana. Que sua fé possa nos inspirar a sermos fiéis ao Senhor Jesus Cristo. Que possamos clamar ao Senhor Jesus na angústia.
Amém.